Sonntag, Oktober 22, 2006

historinhas

Branca de Neve
O conto dos irmãos Grimm que fala sobre as relações de uma amiga dos animais com os homens e as mulheres acabou virando o primeiro longa-metragem e grande sucesso de Walt Disney. Os homens são 8, a mulher uma só. Os anões, cada um representando uma faceta da identidade masculina (muito mais diversificada e sincera com seus sentimentos do que a feminina, já que cada anão assume publicamente seu maior defeito ou qualidade) mas que por mais que sejam 7, não conseguem livrar a heroína de uma única mulher: a terrível rainha representando uma única faceta da identidade feminina; a inveja, extremamente ligada ao "disfarce" (bruxa) e ao "reflexo" (espelho). Moral da história: nem 7 homens e uma floresta inteira conseguem livrar uma mulher da inveja de outra.
O reflexo pode ser uma reprodução (imitação) ou uma resposta motora inconsciente provocada por uma estimulação sensorial; assim como a inveja muitas vezes é um sentimento involuntário causado pela sensação de inferioridade. A inferioridade está ligada ao sentimento de culpa que está ligado à maçã de Adão de Eva que está ligada ao sono de morte de Branca de Neve.
"Ela era tão bonita em seu sono de morte que os anões a colocaram em uma esquife de vidro"; e depois veio o oitavo homem e a levou embora; era alto e bonito e apareceu antes disso apenas uma vez no início da história admirando Branca de Neve cantando com os pássaros, pois a beleza feminina só se completa na sua relação pueril com a natureza. E os anões? Ficaram contentes quando a heroína acordou de sua maçã de Rivotril.
Nossa heroína já começa com nome de defunto; pois pra que mais serve um nome que ressalta a palidez da morte? Mas é branca de "neve" justamente por a neve ser um fenômeno relativo às intempéries, às mudanças. Assim como a neve só acontece no inverno, uma vez por ano, a morte da heroína também é passageira; geladinho temporário cessado com a aparição de um deus louro e de riqueza abundante. O dinheiro desperta e está na mão de necrófilos.
[a riqueza abundante fica no final do arco-íris]
Mágico de OZ
O Mágico de Oz, representação do Deus que tudo pode e no final não passa de um impostor, acabou virando uma super produção que veio à Porto Alegre patrocinada por um supermercado que traz como slogan "o barato é comprar bem".
Dorothy é uma criança ingrata em relação à sua vida com a tia no Kansas, e por isso é punida e morta pelo Cilcone. As forças naturais fazem as vezes de Deus nesta historinha, matando a personagem para que esta possa desmascarar o falso Deus que acreditamos, pois na nossa cultura só os mortos poderiam desmascarar os disfarces divinos.

6 Kommentare:

bomqueiroz hat gesagt…

Muito boa a análise.
Pergunta: qual o teu anão preferido?

G hat gesagt…

Adoro quando o Zangado diz que as mulheres sã cheias de sortilégios, mas ainda assim prefiro o Dengoso.

Anonym hat gesagt…

teu blog é o meu favorito, gabriela :)

Anonym hat gesagt…

Interessante.

Engraçado que hoje mesmo eu tava lendo um artigo sobre inveja nas pessoas. Depois de ler e ler, cheguei a conclusão que a inveja não passa de uma lista com mais 6 "pecados" que a igreja católica criou durante o Concílio de Trento e o único objetivo era combater o crescimento do protestantismo. Realmente me desvencilhei da idéia de inferioridade, culpa, raiva, etc. É um fato social.

em desconstrução hat gesagt…

MMMBah guria, sem comentários, muito eloqüente.
(Sabes que adoro as tuas interpretações)
Rivotril é o melhor!!!
E a Gabi também!!!
hahahahahahahaha

Anonym hat gesagt…

hehe, mtu boa, e eu que achei que não passava de uma historinha boba hehehe