Samstag, März 29, 2008

a leveza do utilitário e o peso da auto-promoção

Este blog está muito pesado, só apresenta idéias desorganizadas e incompreensíveis que não me parecem úteis a nenhum espírito verdadeiramente intelectual. Eu deveria agora postar uma foto minha de cabelos compridos encaracolados vestindo uma blusa cor-de rosa e sustentando uma margarida plástica atrás da orelha esquerda?

Não o farei, me restrinjo a pintar as unhas de vermelho carmin e ler este site:

http://listverse.com/

Fiquem com o vento da janela. Ou com Chuck Berry.

(TO MUCH MONKEY BUSSINESS FOR ME BEIJOS)

[P.S - O Almodóvar meigo (indie?) das artes plásticas?] :

http://www.saatchi-gallery.co.uk/artists/muntean_and_rosenblum.htm

Donnerstag, März 27, 2008

mentes criativas não são especializadas,

segundo especialistas.

Um oferecimento da Igreja Universal do Reino de Deus.

círculos e cerdas vassourais

Odeio o barulho das vassouras batendo nos móveis. Hoje é terça-feira e terça-feira é dia de faxina; eu nunca participo, fico só aqui passando calor com Stravinski e a máquina de escrever, tomando café no pátio e fumando cigarros com balas de canela. O meu ventilador não funciona, mas as vassouras deles, ah, são infalíveis; conseguem deixar a casa brilhando em questão de quatro horas de dedicação caprichada. Eu, sinceramente, acho que eles deveriam usar todo esse poder de limpeza nos seus respectivos corações, sem querer soar propaganda da Globo. O que eu quero dizer com tudo isso, digo, os cigarros, as balas, os barulhos e as pessoas, o que eu quero dizer é que de fato não entendo como tudo isso funciona. Dizem que o essencial seria simplesmente fazer funcionar, e não pensar a respeito. Eu penso muito, e por verzes sou interrompida pelas vozes de reclamação e mau humor, aqueles gritinhos baixos e secos, que vão aumentando de volume até aquele ponto insuportável do final sarcástico no qual tenho vontade de pular no pescoço deles, quem sabe estrangulá-los. Dizem também que o ódio é o melhor amigo do amor, mas, bem, vocês não devem estar entendendo nada. Fodam-se. Não preciso que vocês entendam, preciso apenas exorcizar minha vontade de comer chocolate. Mas também nem pensem em sentirem-se excluídos, pois, se assim fosse, eu simplesmente escreveria um diário. Pouco se foder nada tem a ver com desprezo, como a maioria das pessoas pensam. De forma alguma, eu de fato preciso ardentemente de todos vocês, pois vocês são irreais, fazem parte de um universo virtual criado por uma escritora de blog. Podem ser tanto uma massa branca indefinida quanto pessoas de verdade. Mas afinal, o que é a verdade? Deus existe? É claro que existe, Deus mora nas vassouras, casinhas de limpar e jogar fora.



Por favor, aceite essa pá!



Mas, no fundo, ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------->meu mais secreto desejo é que a pá me seja oferecida por vocês.
Eu consigo varrer, mas juntar o cisco é um problema. Dispensar no lixo, então, nem se fala. Já ouvi dizer que algumas pessoas sofrem de prisão de ventre por julgarem sua merda muito preciosa para dar ao mundo e, desde então, sempre que algum amigo me relata que não consegue ir aos 'pés', penso em tal sujeito como um ególatra; mas um ególatra não significa necessariamente uma pessoa que se julga superior, para vocês verem como todo julgamento é falho. O único que acerta deve ser mesmo Deus, acho que depois vou procurar por ele entre as cerdas da vassoura.



Uma das vassouras tem um cabo listrado em azul, muito retrô; enquanto a outra é de um rosa pink esnobe. Apesar disso, confesso que sinto certa atração por pessoas que vestem rosa pink, são normalmente meigas, solidárias e, a cima de tudo, sinceras em seus clichês. Já as pessoas listradas em azul carecem de elogios de minha parte, as julgo um tanto pretensiosas em suas linhas retas e organizadas, que encobrem uma incapacidade de se mostrar ao mundo como realmente são: confusas e vazias. As pessoas em listras azuis deveriam se colocar em grandes bolas ocas, tudo parece mais simples e melhor quando disposto dentro de um círculo. Tudo bem que nem eu me entendi agora, confesso que só queria usar essa frase do círculo. Bobagem, talvez não queira dizer nada, mas me parece como uma solução para aquilo que nos perturba e não podemos descartar, enfia num círculo e deu. Mas não falo de círculo vicioso, falo de círculo vedado, e bem redondo que é pra poder chutar e ele rolar pra bem longe. O problema é que, seja para onde for, as paranóias vão sempre ficar literalmente emboladas dentro. Talvez toda essa reflexão seja desnecessária mas, o que não o é? Vocês trabalham, são bem sucedidos, felizes no amor? Vão a redenção no domingo? Tomam suco de mamão com laranja na lancheria do parque? Ou sofrem de prisão de ventre e passam os dias a trocar frases espirituosas? Tanto faz, como também tanto fez se estão aqui comigo até agora ou já foram e me deixaram com a massa branca vazia. Mas, se ficaram, eu estarei sempre com vocês, apenas aconselho que me coloquem em um círculo. Talvez em dois.



O





0
Q?

Mittwoch, März 26, 2008

Amigo Arnaldo

Arnaldo é um pianista. Arnaldo faz música para organizar seus pensamentos, ele diz que normalmente não consegue dominá-los; eles começam com um avião e vão para a Sibéria depois descem para a situação populacional da China, declinando a seguir para o pentelho do sabonete. Arnaldo diz que ser um artista musical é uma espécie de exercício para disciplinar a alma; através dele, Arnaldo desfruta da responsabilidade com a sua concentração interior. Arnaldo não acredita em músicos frustrados, acredita em pessoas frustradas; nenhum desgosto pode vir da sua própria e, portanto, 'especial' criação artística, a frustração vem da auto-estima, vem do desgosto por si mesmo e da dispersão espiritual em que as pessoas se debatem. Esse é o discurso de meu amigo Arnaldão.

Eu conheci Arnaldão em uma gravura aleatória do Google Imagens, na qual ele fumava um cigarro apagado, e por meio desta acessei seu respectivo blog. Na verdade, acho que nunca conhecerei o Arnaldo de verdade, aquele com olheiras e bolas de gordura embaixo do pescoço. Tenho certeza que ele usa photoshop para disfarçar, no blog. Enquanto leio o blog do Arnaldão penso que deveria estar lendo os clássicos do tipo Flaubert. Mas, apesar disso, acho que jamais entenderia Madame Bovary do jeito como entendo Arnaldo. Arnaldo, Arnaldinho, Arnaldão. Meus pensamentos por ele são tão ofuscantes que nunca consigo ver minhas palavras. E é justamente isso que me intriga em Arnaldo, fico indagando aos meus botões o que leva alguém a esse amadurecimento interior que conduz ao domínio dos pensamentos obssessivos. Arnaldo tem 16 anos e já sabe tanto da vida! Mas acho que estou sendo um tanto irônica, o que não é bom para a criação de uma verdadeira interatividade literária. Vejam só, que tamanha dispersão intelectual! Já não consigo dominar os rumos mentais novamente. Arnaldo, pelo contrário, consegue discorrer umas setes telas de seu blog sobre um determinado instrumentista em um determinado concerto, com uma determinada data e orquestra, usando determinado estilo de linguagem. A organização exacerbada de Arnaldo por vezes chega a me angustiar, mas não consigo abandonar a leitura do blog, que se chama "Merenda Pianíssima'. É que Arnaldo simplesmente se ama.

.
. Que tal?
,

Vamos nos amar, nos abraçar, nos beijar
no espelho

Vamos correr pelas florestas
de pinhos
em
espinhos
curvados
para baixo
pois
pais
padres
poetas
penças
nada
jamais
nos
espetará

Arnaldo está conosco.

Montag, März 24, 2008

toque, T.O.C

"Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada"
(Hilda Hilst)


Não focarei meu discurso nos ouvidos sem-rua, nas almas entre paredes de cinema-shopping-center. Não direcionarei minhas palavras aos cegos de ouvido nem aos surdos de olhos. Não me excluo de tamanha escória, sei bem a qual mundo pertenço, esse dos mortais virgens em poder de atração, esse dos que deitam a cabeça na fronha macia para escutar o fabuloso conjunto das almas desavisadas. Shivaia, jah rastafarai, crucifixos ou botons dos Beatles, tanto faz. Estamos todos aqui e não queremos atender o telefone nem a janelinha laranja do msn; deixe tocar, deixe piscar, deixem em paz.

3.

2.

1......


Um escritor deve conhecer bem seu personagem, por essa razão, o melhor personagem que desenvolverá ao longo de seu ofício é normalerweiser ele mesmo, mas nem sempre. Pois e quando o homem apenas se estranha e não se entranha? Como faz?

Será o segredo nada mais que um livro de auto-ajuda?

O domínio dos pensamentos e, consequentemnte, dos personagens, me parece uma faculdade não intrínseca às minhas habilidades. E será mesmo que as tenho? O segredo, ao contrário do que a maioria panfleteia, não é acreditar; é afirmar e repetir. De preferência em Capslock, pois 'letras garrafais' é coisa de bêbado, e o vício é inimigo do segredo. O segredo é matar no cansaço e andar de pés descalços; é errar hoje crendo acertar amanhã e errando de novo prosseguir. O segredo é mentir; para si mesmo, para os outros e sobre os desejos. Vamos falar sobre as mortes que morrem num livro do Tolstoi, sobre as angústias por um final que sempre há de acabar antes de de se consumir, ou consumar. Mortes consumadas são mortes mortas; tudo que morre já não é. Vamos falar sobre quase-mortes; inquietações rubras amareladas em rostos enrugados que me lembram o meu coração; as obssessões mofadas das minhas palavras, o bate-tranca-arrebenta do meu ritmo.

Conhecer bem o meu personagem; força-tarefa. Aquele a quem mais conheço... estaria ele na sala de jantar? Estaria ele sentado ao meu lado na praça pública alimentando as pombas? Será este personagem; aquele que mais conheço em todo o vasto mundo, aquele que adivinho as dores e as surpresas; será ele este inquilino do meu corpo ou o visitante da cidade mais longe de todo este mesmo vasto mundo? Seria esse mundo sempre o mesmo e sempre tão vasto? Não posso responder com outras palavras

a não ser:
não sei,
não posso,
não consigo,
não faço,
não aconteço.

A concentração é uma adúltera e o desejo, umdes-gosto.

(esse final não teve

nada

a ver
com o início,
mas terá

a morte
a ver
com a vida?)

Ó, seja quem fores, divina revelação, me salve dessa reflexogênica talking head!

turn off.

me faça praticar esportes.

e beber muita água.

[No fundo do poço, só a bola plástica importa

OU

Na tristeza, only bullshit matters.]

Nova
mente
A
deus

Sonntag, März 16, 2008

Come to my sadness!

Vem pra cá, me diz o que dizer, como faz? Como dorme, respira, come? Como entende, mastiga, sofre? Só quero o doce do lugar onde moro mais que fico, onde durmo mais que acordo, onde bebo mais que nado. Nada, nada pode sair como entra, em entradas de mofos e gostos e suores. Em opacos coloridos de verdes idéias em conserva. No luto do eterno, me vingo, me esforço, me bato. Tapa na cara, beijo no coração. Indiferença, medo, relíquia. Tu é minha relíquia. Então vem pra cá, pára de fingir que finge, que morre, que afoga. Me afoga, me afoga nos teus braços de carne morna e macia. Me abraça nos teus hormônios cheios de fugas e espingardas. Agora tira o chapéu e me mostra a tua careca. Me diz que perdeu o cabelo e a razão, me diz que entende esse engasgo que não deixa nada sair. Me diz que entende esse sufoco de portas abertas para a entrada sem saída. Me diz que entende, que eu não preciso falar, me diz que foge comigo pra lua mais próxima. Uma, duas, cinco quadras de distância? Voa? Vou, vou contigo nesse balanço de melodias novas em ouvidos cansados. Vou contigo nesse banho de ervas que cortam a mágica dura. Duro, empedrado é meu coração de pessimismos fartos. Maciço, pesado, é meu coração de adeuses adiados. Vazio é meu sepulcro de mortes temperadas com azeite. Azedo é o cheiro do gosto do susto. Morro, morro a cada dia na montanha escorregadia dos meus sentimentos. E amo, amo esse te querer demais pra me deixar levar em injeções de tristeza na veia. Tristeza não dói, o que dói é a vida. Eu deixo.

Samstag, März 15, 2008

get out of my car

exú
vudu
bad vibrations


saiam daqui que o presente grita, preciso viver e escrever agora, tudo que se passa já passou, me atinge da melhor maneira, como a ceva, o crivo ou a sexta-feira. sai do meu carro, e cadê? cadê o que eu estava pensando agora? tá bem aí, na antecipação da velha estrada;

meu passado nos teus olhos frígidos.

Montag, März 10, 2008

Empirismo pictórico

(sobre o real ordinário que se choca contra o amadurecimento da alma mística-interior.)

Misticismo foi uma palavra muito usada pelas vanguardas européias.

As vanguardas européias entorpeciam-se; entorpecer-se nada mais é do que uma tentativa de retorno à infância; a idade de ouro, os anos de algodão-doce; tempo no qual as texturas, as cores e os cheiros, eram todos parte de um único e muito objetivo interesse: deliciar-se; comprazer-se de júbilo vivenciando as mais afetadas emoções pictóricas: comtemplar o deslizamento do carrinho vermelho pela pista de plástico e os pequenos cubos de madeira ilusrada que em cima do tapete se amontoam formando casas, edifícios e igrejas.

Besteiras boas;

toda a diversidade das balas azedas inundadas em glicose saturada.

O cheiro dos pastéis fritos em óleo de rótulo anos oitenta.

[figura]

As embalagens são meros rótulos para homens que acreditam precisar de muito espaço mas contorcem-se em transportes coletivos num vai-e-vem confuso de quem não sabe onde ir; dormindo, lendo, ouvindo música; esquecendo-se.

Esquecendo-se que o importante não é ver como é por dentro e sim criar o que se coloca para fora, esquecendo-se que o sábio é aquele que julga a si mesmo com parcimônia e coração. Os acontecimentos mais valiosos são invisíveis para os ollhos, já dizia o Pequeno Príncipe.

Que diria ele da 'era da imagem'? Que diria ele dos programas televisivos de culinária?

[a sede de imaginação não é psicológica]

Trata-se daquela velha história sobre palavras e atitudes.

Trata-se de ação,
de movimento,

quiçá ruptura.

As palavras são acessórios parcos para o mais aparente ideal humano: a comunicação. Também assim são as imagens; estudadas, gastas e pretensiosas. Ambas são a personificação da perversidade adulta e, curiosamente, quem mais se delicia com seus resultados são os espíritos jovens.

[criança (Grande) x adulto (Pequeno)] ,

a eterna luta clichê-interior do homem, na qual o vencedor é a união de duas forças (ou quatro) que se batem mas convergem e jamais devem se opor, criando essa espécie de contradição que, ao mesmo tempo, define.....................................................................................................................................
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definha...............


................... e mata o texto e o misticismo.

Freitag, März 07, 2008

as gemas no espelho

quebram.
desiludem.
desconfortam.

vem cá, senta aqui no sofá e me mostra teu caderno, me pede pra te perguntar quanto é dois mais três. Dorme, dorme no colo que eu te cubro de beijos de lã macia e reta. reta como o meu coração, seu fluxo cortado e as outras metades de mim. perdidas em ti encontro em mim.vem mim, bem-vindas,

eternas,
suadas,
juntas.

amarelas de prata.