Sonntag, September 30, 2007

substitute my gin for coke

Quanta besteira, vou substituir por estilhaços dilacerados da minha angústia de pão. Peguem meus farelos e joguem onde quiserem. Peguem minhas duas mãos e por favor as levem com vocês. Uma montanha russa de sentimentos quebrou no meio de um percurso da meia-noite. Um parque de diversões inteiro parou para ver a menina obcecada por patins. Os patins a amam de volta? Vai saber, objetos talvez sejam mais sinceros que corações <----------> Mudanças


bruscas
de café
com açúcar
e sem.

Saias soltas
e calças apertadas.
Brindes
e micróbios.
Peças velhas
e ovas.

Falta de vontade. Sentimento de fracasso e auto-piedade. Não é justo com ninguém, não é salgado nem azedo mas doce como uma ferida aberta. Sangrando coberturas sufocantes vou me perdendo em músicas de Buddy Holly. Radio cure. Meu mundo está verde de compaixão e desejos. Meu vocabulário está pobre a pedir esmolas nas seduções alheias. Minhas seduções estão encobertas com possibilidade de chuvas esparsas. You don't need a weather man to know the way the wind blows; sempre é bom lembrar.


Te amo com toda força que não sei da onde vem, te cubro de sol e bronzeador e depois te arranco a pele descascada. Te dou comida, bolo de chocolate e alfazema. Te dou chá de humilho. Pão de moça. Suco de velho. Máscara perfeita essa minha de metáforas que saem do fundo do meu aleph interior. Não vou cair de lugar nenhum, não sei como isso poderia acontecer. Me seguro tão bem com minhas patas de peixe e me debruço na sacada dos meus amores. Te digo que sim, que não, que jamais, mas tudo que eu quero é a tua pele e dentes e cobres falsos. Te amasso com farinha e segredos de algodão. Te verto em xícaras e jornais e idéias desconexas. Vem brincar comigo, me diz que amanhã já é tarde demais para um milho com manteiga ou uma abóbora de dia das bruxas. Me pega e me uh, azar, não quero mais. Sempre mudo de idéia. Azar é de vocês?

Samstag, September 29, 2007

why don't you take aLUVme

METIDA<> MUSICAL:


[Take my lips, i want to lose them. Take my arms, i never use them. - Billie Holiday]


Simplesmente não sei como descrever a mistura de céu e luz elétrica que acontece na minha janela agora. Nem imagino como dizer o quanto o sol do meio-dia me fez mais forte e resignada. Ou como fiquei tirando fotos estilo macro/digital da minha pele queimada. O rosa é tão estético, não pude evitar. Estou devagar, eu sei, e cada dia mais é como se eles estivessem me levando junto; minha noites sem sono de olheiras que o pó compacto não esconde mais; 'Feeling Girly' é o nome de um grupo de discussão sobre fotografias digitais; 'Pensar Enlouquece' é o nome do blog mais lido do Brasil segundo alguma revista que se dedica às pesquisas virtuais, em alguma de suas sessões, é claro; bem delimitada. Não estou sendo hiperbólica. Nao acreditem em mim. Não se ofendam. Convidem suas amigas para tirar fotos sensuais em muros, certamente haverá um meio sócio-virtual para todos. Minha única certeza não é a mais a dúvida, e sim a internet. É como ovelhas em filmes antigos que eu quero que vocês saibam que eu assisti. Evitem. Evitem o comentário de revolta. Não há lugar para isso. Como não há como patinar na água, ou esquiar no fogo, pois é preciso FORÇAR. Não há dois Deuses para a mesma pessoa, e nisso consiste a farsa. E a força nada mais é do que uma farsa articulada com a intenção de suportar.

Dienstag, September 25, 2007

Samba italiano

Agora tenho certeza que fiz sangrar, como em sombras e árvores na floresta tétrica das minhas amarguras vertendo-se na força de vontade em uma esteira de ginástica. Agora sei que feri com a cerca em volta do sol contra as nuvens e sim, é difícil voar. Esse sonho nunca virá dizer tchau. Esse tempo nunca lhe diz sobre você mesmo, e essas flores will never die. In your eyes. Com lágrimas vermelhas e unhas rosa bebê. De monstruosos pijamas de bolinha. Com câncer, com brócolis ou com vinil. De plástico, bolhas ou quadrados. Retangulares. Bolas de fogo nos meus olhos de gêmea siamesa. O sonho está sempre próximo. O tempo vem velejar para longe, me sento e me planto no teu caminho de águas revoltas. Irritar-se com ele é como incomodar-se com o pólen da flor que te faz tossir. Mergulhar em suas águas é como dizer tchau ao insulto dos céus. De nuvens, de cercas, de lua cheia romantizada e notícias do mundo ou quem sabe garotinhas tirando fotos com embalagens de doce.

Meu coração chora as lamas de uma existência sem utilidade e com culpa de porcos na relojoaria. Lembranças de meninas fugindo de lençóis brancos no varal durante a noite me deixam como em frangalhos. Ele me deixou faz 4 semanas. Ainda durmo do meu lado da cama e tudo mais que as canções já disseram. Ainda escuto suas músicas engomadas e tocantes para um momento que exige dureza. A dureza é um conceito difícil de assimilar. Todas as possibilidades de idéias flácidas necessitam prévia eliminação. Tarefa árdua como atualizar preferências virtuais. O virtual é um choque de cores e prazeres dcontra um universo em desencanto. O não-lugar é o doce lar das paranóias e obsessões. Os marcos e zeros do fracasso não pedem socorro, é preciso ficar atento.

Samstag, September 22, 2007

Everybody it's a good thing.

Todo problema na verdade consiste em não aceitar a ENERGIA, em abandonar o autêntico e buscar o útil. Não tenho nada a dizer. O que? Não sei, teus pés ainda me despertam curiosidade e cobiça, teu peito em cortes de gado me devolvem o ombro quebrado da infância. Daquela árvore verde, talvez, um dia, saiam maçãs venenosas de contos de fadas. Eu vou voar pra sobreviver.
Não tenho nada a esconder. Nem minhas rimas infantis e veja bem, a infantilidade é a própria ENERGIA, é aquela a qual não dão importãncia mas reconhecem a genialidade. É o mal puro e completo, sem interesses egoístas, pois o mal não pode servir a interesses pessoais, o mal não deseja vingança, não suporta a UTILIDADE, o mal é somente a energia infantil; pesada, inocente e mentirosa, selvagem e curável. Bom seria não ter cura, mas o bom não nos interessa, o bom é útil, servil e escravo.


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Ângulos, me devolvam os ângulos, passem por debaixo da minha porta, me mandem também caixas de trufas com a cobertura ainda quente, mas tem que ser fervendo, tem que ser a ponto de explodir se você entende o que eu quero dizer, não quero que se machuquem, por favor, não liguem para o meu o meu sonho triste e meus vícios sorridentes. O sorriso nos meus olhos é uma lágrima na boca e uma febre na orelha. A marca no meu dedo é um desejo de salvação com facas e colheres caídas em posição fetal. Obejtos tem coração? Pouco importa, meus olhos nos joelhos, por obséquio, quem sabe assim posso ficar mais perto do chão. Ou se tivéssemos narizes na sola do pé, então seria difícil, seria cômico, seria? Seria melhor ficar muda, dançar, fazer bolos de caramelo? Seria mais interessante um turbilhão de imagens em cubos artificiais? Seria mais ameno uma tarde com flores atômicas caídas na calçada?


Não sei, a eterna pergunta é a dúvida, mas a dúvida é uma afirmação. As perguntas não podemos evitar assim como um pássaro aos cuidados do ninho original. Os pássaros não devíamos comê-los pois cantam de madrugada, alguns. Talvez pardais. Talvez borboletas ou insetos barulhentos em uma noite de leitura. Queria o que não sei que queria e minha falta é uma luz esperando diante da porta trancada. A questão é quando vai passar o frio, teu e o meu e o nosso e tudo mais. You're so cold. Não, não quero letras de música, não quero livros de biografias acidentadas que venceram no final. A vida de um homem pode sim ser julgada bem antes dele morrer. Vamos abandonar o que nos serve e vestir roupas cinco números mais largas ou mais apertadas. O sofrimento do corpo diante das amarras do vestuário pode gerar um torpor próximo da epifania, enquanto a sensação de estar com roupas largas pode ser aniquiladora por despertar um sentimento de distância e solidão. É preciso pele, mas ausência também. Assim como sapatos e chinelos. Como garrafas e copos, gelo e fogo.



O inverno nos meus dedos gelados chega como uma vela numa noite estrelada após uma tempestade que derrubou os postes. Nós dois no escuro de nós mesmos e eles tantos. Nós dois queimando a vela mas não foi importante pra você. Então te fode. E eu não me sinto melhor, e não me sinto ensolarada, porém limpa. Limpa e livre, despida de um esforço que agora vem naturalmente, e talvez essa seja das metarmorfoses a melhor. Me mandem taças de geléia e sacos de algodão.


]estou presa no jardim de uma garagem de concreto. Na garagem dele, em um sonho meu. Bom ou ruim? Já não penso em opostos, só em contradições. Já não brinco de amor e sim de copinhos de plástico vazios. Fundos brancos me interessam.[

Dienstag, September 18, 2007

In the end only kindness matters

Não me protejam mais, cansei. Ai, como me dói te ver assim, tão cheio de borboletas, purpurinas e ases, canastra de ases. Tira esse teu poder sobre mim. Canta Chazan, faz alguma coisa. Meu peito já não aguenta essa doooooooooor, lupicínio não, blááá, wrong answer.
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Sim, qualquer um poderia, sim, qualquer um teria essa capacidade ínfima de ser ridículo a ponto de se odiar mas sim, eu tentei, sim, eu esgotei as possibilidades, os erros, os fracassos, os beijos, as ansiedades, os medos, as coisas, ah, as coisas em geral. Socorro. Talvez esse mesmo isso que eu quisessse, talvez tudo tivesse umfim, enfim, como uma gota de sorvete no calor do inverno, ou uma gota de colírio em olhos inocentes, tanto faz; agora façamos um mantra rezando ao tanto faz em versão judaica-católico-romana-africana. Não tenho medo. Me prendam.
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Me escurrassem. Me escureçam, me escureçam de pavor ao menor acorde de ah, como dói, como dói tu e tua voz e teu eu e meu eu ah, meu eu já não consegue dizer. Meu eu já não se domina. Meu eu já se extravaza com XXXXXXXXX, meu não quer mais nada do teu, mas te ama, te ama sem razão e com muita, muita purpurina vencida.

Montag, September 17, 2007

All my lies are always wishes

A primavera é a estação das flores na calçada apartando os mendigos dos ladrões de toca-fitas. Do outro lado da rua, quem sabe, alguns estudantes de teatro fantasiam-se com motivos circenses.

As pétalas amareladas trazidas pelo vento leve da manhã sujam o teu sofá sob a janela. Tua vó coze as batatas ao som de conversas distantes; dos trabalhadores em camisas regata pintando a sacada em frente.

Os teus livros empoeirados cobertos pelo sol discreto do início da tarde. Os roxos e rosas colorindo o alto acinzentado da esfera terreste latino-americana sul-do-brasil.

[Se uma tempestade catastrófica se anuncia, algo surpreendente deve estar se aproximando.]

Tem que acontecer. Ventos e meias no varal como em uma fotografia de céu azul com nuvens de tempestade te obcecam com a força de um riacho revolto.-----------------------------------------------------

Marcas e verbos e pontos e nós. Como a chuva que começa no exato momento em que tu acendes o cigarro e vai até a janela tentar evitar a invasão de folhas secas.
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As flores murcharão, mas logo virá outra primavera; e espera-se, segundo o noticiário da noite, que não tão logo, pois o início precoce das estações prejudica as plantas.

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Jatos de chá de hortelã nos corações herbívoros. Nem frango, nem maníaco, nem pêra. Confuso como acontece dentro deve transparecer no rótulo. Inatingível como o homem sábio que reconhece a verdadeira inteligência como aquela que reconhece a impossibilidade de saber. Fraco como Tarzan para uma criança de 9 anos. Assustador como palhaços para uma de 2 meses, dias, estações. Útil como aparelhos de musculação corporal.


[Meu coração esfria
e posso ver
que ali
jaz
uma mentira.] =====> all my lies are always wishes. 2=2=7


FIM

MESMO


Tempo de crescer sobe em tua garganta como a água gelada depois de um almoço na cozinha azul dos meus cabelos em pedaços. Digo adeus ao meu banheiro de águas verde-pinho-sol.

Mittwoch, September 12, 2007

Some velvet morning

'Here he comes, he's all dressed in black
PR shoes and a big straw hat
He's never early, he's always late
First thing you learn is you always gotta wait
I'm waiting for my man'



São tão doces as sensações que tenho ao contemplar teu rosto de madeira sintética nesse museu. Museu da minha terra. Terra molhada e frouxa, embaixo dos nossos pés calejados de talco. Minha pele me recusa outras sensações que não essas da tua pureza, mesmo sabendo que não existe e que não sei. Não acho na verdade que seja tão doce. Talvez um biscoito áspero com adoçante. Só posso contar do que sinto, o que realmente escuto dentro demim. Ou que não vejo. Tanto faz.

Montag, September 10, 2007

So,turn off the light 'cause it's night of the sun

Eu vi uma formiga e era apenas uma formiga, que me lembrou a confusão de ontem, de hoje; de dicionários engordurados; talvez. Talvez eu queira sair daqui e escrever um livro de contos sobre mulheres pobres que vencem na vida e casam com jogadores de tênis em Tramandaí. OU um dia já casaram, ou casariam.

[Coesão e Coerência são conceitos quase contrários. Enquanto um faz sentido na ordem dos componentes, o outro faz sentido na lógica do mundo.]

So turn on the light.

Abre essas cortinas de veludo e me mostra teu baby doll de seda macia macia como uma canção do É o Tchan. Comparação pedófila não é crime, ou é?

Ah, azar.

A formiguinha era tão linda assim andando na janela bem branca de limpa e eu olhava pra baixo e via o sofá velho tão conhecido da minha infância solitária nesse quarto que já foi de bonecas. Ah, que texto simples, eu disse pra formiguinha. Me tira dessa jaula de entendimentos e opas! e olás! e oupa! doupa! quero sopa!

Chega , eu disse. Vou comprar uma água mineral e pílulas de chá verde. Vou anoitecer em dias de lembranças e cheiros dos teus cabelos. Vou querer te dar a mão e passear nas calçadas sujas do nosso subúrbio. Subúrbio Coração. Com batom vermelho e rosas de Iemanjá. Com bermudas desfiadas e havaianas de pedreiro.

Com golpes de máscara nos meus dedos amarelos.
D
e músicas que flutuam e mentem e gozam e tomam café com adoçante na janela ou no terraço.

Tanto faz. Float on.

É a noite do sol; ilumine-se, enfeite-se da luz dos enfeites. Festeje. Brinde! Avante! A vanguarda! o invólucro! A plebe! O rei!

Todos só querem a bela dama. A rainha de todos os baralhos e castelos de carta. Vamos esperar o papel voar? Papel sempre voa. Pois voem por ela. Regojizem-se. Aventurem-se. Divirtam-me. Já não aguento mais esse Jigo, jijo, Jau sem vencedores nem apostas.

Freitag, September 07, 2007

Será que já usei essa epígrafe.com.br


Paranóia:

I was listening
Listening to the rain
I was hearing
Hearing something else.

(television –Marquee Moon)


Finjo que vou escrever mas na verdade, bem de verdade e repetitivo como elas dentro de mim, bem no fundo eu vou fugir.Do fundo fugirei. Com minhas malas furadas, perdendo maçãs do amor pelo caminho. Mas o que eu não posso,o que eu verdadeiramente já não suporto de forma alguma são essas monstrinhas verdes tipo daquele filme da sessão da tarde, dentro de mim.. O que não suporto é ser assim tão simples. O que já não quero? Esse medo das monstrinhas verdes bem retardadas com lacinhos cor-de-rosa ao estilo combinação-mangueira. Detesto carnavalidades e popularescos. Moro nos moinhos de vento que me rodeiam os cabelos de chapinha.

...

Oh, God? O que foi isso? Será que pequei? A televisão é o único meio de não nos levarem o coração com sardinhas para embrulho? Cadê meus pés de vento, de nuvem, de tecidos macios e algodão doce em pequenos lábios de criança alva no parque ensolarado onde pós-adolescentes tiram fotos coloridas de brincar no computador? Lá onde também inspirações escapam por estarem sempre no lugar errado, ou seja, no bar. Mas uma coisa não exclui a outra. Vamos passear com
O
Chimarrão
E
Também
Com
O
Violão!

ÊÊÊBA!

...

Carrosel, Carrossel!


.....

É do
Meu
Tempo
Do
Seu
Também?

Voltei a ser fragmentada, mas agora serei franca e direta. Não esperem grandes paixões, inovações, novela virtual para poucos ou metade dos telespectadores da extinta tv2 guaíba.

Sim. Faço citações ao estilo ‘se você gosta disso vai gostar de mim pois eu também gosto’. E pois, pois não sei usar os porquês nem nunca soube nem tenho vontade. O sorvete colorê; o escolhido foi você. Essa música me deixa louca. As monstrinhas verdes sempre acordam com essa música. Acho que acabo de descobrir um fio condutor do meu texto; as monstrinhas verdes. Sempre as usarei. Tinha certeza de que elas estavam aqui por agum motivo. Me deixem com elas então. Acho que não posso mesmo continuar. Sei que sempre digo isso mas é que, depois de uns quinze, vinte minutos me canso. Como das músicas. Dos Livros. Dos Filmes. Chatos.

Não continuo pois não me constituo.
Não me provoco pois não me desloco.


Pronto. Rimei. Foda-se. Um palavrão pode salvar tudo. Eu juro, suas putinhas monstrinhas verdes, que achei que vocês estavam aqui para me ajudar, mas agora acho que não, nesse momento estou convencida de que monstruei, entre outras coisas. Estou convencida de que o que a carne pede o coração não pode rejeitar e não existe vice-versa nesse caso. Eu gostaria de falar sobre o que estou ouvindo agora, mas não posso poluir meu texto, me desculpem, suas malditas que me incitam a isso. Eu podia ter tomado um remédio que vendem no mercado público, mas agora já é tarde.

Mittwoch, September 05, 2007

Lama mit Coco by my side

Olha, tá tudo uma confusão aqui. Não aguento mais engosmar meus dedos nesse teu teclado de gordura trans. Cansei, estou atordoada e, quer saber, acho que Paulo tinha toda razão quando te deixou pra ficar com ela, que pelo menos escovava os cabelos.
Te imagino agora com essa bunda gorda amaciando uma cadeirinha barata num computador de merda presenteado pelo teu novo provedor de jantares ao som de long necks alemãs por 20 reais e sobremesas cobertura hidrogênio líquido por 250. Te imagino chorando quando ler a palavra GORDA. Gorda de sanduíches emocionais. Te imagino como uma freira assistindo televisão e comendo chocolates. Como uma adolescente fantasiada de coelho sexy no baile católico dos seus sonhos e ambições. Mas sim, te venero. Te venero tanto que não consigo parar. Não consigo sair desse apartamento, desse nosso café na cozinha sem você, dessa minha dor de você sem mim, aqui.


Que-drama-vamos-parar.

Vamos procurar dinossauros de papelote no Google. Vamos dançar ao som de insensos lendo os livros da melodia. Tua melodia.

Mas agora-não--dá e agora----não---dá; é só esse silêncio aqui fora e esses gritos bem dentro.
[Essas vinganças da alma; desgraças de coração. ]

Você levou a lupa do meu pai, aquela lupa que, tudo bem, você adorava, mas eu, eu nunca cheguei perto dela; quer saber o motivo? Você. Sempre você. Eu achava que teria muito tempo, muito tempo do teu lado antes de você levar a lupa. E antes disso, antes disso eu queria te aproveitar ao máximo, inútil perder tempo com a lupa de meu pai. Inútil às minhas necessidades afetivas. Mas não, eu estava enganada. E só queria te dizer isso, que sinto falta da lupa através da qual nunca vi o mundo, que a quero de volta para onde nunca esteve. Que quero ser uma pessoa nova quando longe dessas ausências de plástico. Que quero jogar cartas um dia de novo contigo, num cruzeiro para bem longe das minhas dispersões com as quais você viaja e inventa e progride e eu não saio do lugar. E quero um cometa e um pequeno príncipe. Não quero castelo, eu juro, você sabe. E agora lembrei dos teus castelos de carta silenciosos num dia de inverno em Imbé. Dos teus cigarros se amontoando no cinzeiro que eu roubei pra ti. Dos meus olhos fundos de olheiras que nunca tive. De pés cansados com marcas de meia e tua voz pedindo mais um pedaço de bolo. Não sei mais o que te dizer. Acho que vai passar. Mas enquanto isso eu continuo aqui com abelhas na minha cabeça e mel azedo no coração. Desculpa qualquer coisa (e isso de culpa ainda vai me matar) e, por favor, volte a me querer com graça e paixão.

Um vomitinho quente com amor.

Lama mit coco by my side. Luv.

Always. Yours.