Samstag, August 08, 2009

Ilusão

A negação ocorre quando há uma lacuna entre a vontade e o espírito. O espírito que está habituado à negação normalmente se satisfaz com as artimanhas da ilusão. Não aceitar a si mesmo é não aceitar a própria vontade: a essência da vontade é a aceitação. O mundo é muito diverso e rico em espécies animais. Algumas pessoas simplesmente não se sentem confortáveis em suas formas humanas; a negação da sua forma humana é acarretada pela não-aceitação do elo espírito/vontade. A história da negação é secular e a história do ocultismo também. É preciso estar disposto a enfrentar as lacunas pessoais no momento em que se faz necessário um confronto entre realidade e ocultismo. Se chama fase-mística. Há coisas no corpo humano que um corpo humano é simplesmente incapaz de entender. Seres humanos manipulam máquinas de plástico e ferro que não manipulam seres humanos. Não há vice-versa; não há entendimento mútuo assegurado a não ser que você tenha muita sorte. A sorte pertence à dimensão do ocultismo e o azar está na dimensão da realidade e do pesadelo. Sonhos são sortudos. Quando eu era criança, eu costumava sonhar em verde e roxo pois meu video-cassete projetava apenas essas duas cores na tela da televisão de tubo. Sonhar verde e roxo ficou pra trás; sonhar verde e roxo é da época da televisão de tubo. O sonho que eu vejo agora projetado digitalmente exibe uma mulher que não cai bem iluminada mas fica extremamente misteriosa e fascinante sob a iluminação parca de um abajur. Sua silhueta borrada confere misticismo a uma alma incógnita. Sob a luz do sol ela fica simplesmente entediante. Acho que prefiro o tédio ao medo.

Freitag, August 07, 2009

coisas que só a wiki faz por você

"Destruição Mútua Assegurada — tradução do inglês Mutual Assured Destruction, abreviado MAD (loucura) — é uma doutrina de estratégia militar onde o uso maciço de armas nucleares por um dos lados iria efetivamente resultar na destruição de ambos, atacante e defensor. É baseada na teoria da intimidação, através da qual o desenvolvimento de armas cada vez mais poderosas é essencial para impedir que o inimigo use as mesmas armas." - wiki brasilsil
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HEIN?
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Eu tenho medo que a nossa geração seja a Geração da Gripe A. Não tem camisinha pra gripe A. Ela simplesmente reina, voa soberana no AR. Eu realmente questiono as precauções. Qualquer tipo de precaução. Ok, se eu estou com a Gripe A eu não posso trabalhar mas posso ir pra Buenos Aires, certo? Simplesmente não faz sentido. A mulher de um amigo meu, que é médico, deixa um roupão esperando por ele do lado de fora da casa. Ele tem que chegar do serviço e lavar todo corpo com álcool antes de entrar em casa. Ele esfrega até o nariz. Ele disse que só falta ela o induzir a fazer bochechos de álcool. Mas sabem o que mais? Ela acaba de descobrir que a melhor amiga da filha está com gripe A. Eu realmente não sei. Eu começo a acreditar na previsão do amigo diretor de cinema: o futuro é a tela do computador. A solidão induzida. A tão temida solidão será questão de sobrevivência. Se você não gosta de ficar sozinho, é melhor começar a praticar. Ou não.
Eu não sei da onde vem essa merda, se é coisa de cientista inglês maluco ou se minha colega-de-trabalho-saudável-30-anos será a próxima vítima fatal. Eu só acho que chegou num estágio que não dá mais pra fazer piada. Ou não. Ao mesmo tempo, o estágio onde não cabem mais piadas é normalmente o estágio onde mais se precisa de carinho e doçura e leveza. In the end only kindness matters - isso deixou se ser um STYLE, isso é mesmo regra, é o que eu sinto; não adianta pânico, não adianta tremor e gritos e corridas malucas. A calma é o maior dom, na maioria dos casos. A calma é mais do que isso, é uma necessidade ROOTS da alma. As rimas me perseguem, eu juro que não queria. Risadas. Onde é o mundo secreto das risadas? Será que é o mesmo mundo dos guarda-chuvas? Se um dia eu criar um personagem favorito ele vai morar nesse mundo, disso eu sei. Fora isso, é sempre ficção.

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ESSE É UM MANIFESTO SINCERO POR UMA VIDA MAIS RUSS MEYER
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UMA VIDA EM BEGE E AZUL E CORES PRIMÁRIAS em geral
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UM MUNDO DE BIQUINIS E SALTOS E BATONS
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BREGAS E FACEIROS
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FELIZES NA REAFIRMAÇÂO DO ÓBVIO
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GEORGE ORWELL JÁ SABIA QUE ÍAMOS DESCER BEM BAIXO MESMO, NESSE NÍVEL ONDE SÓ A REAFIRMAÇÃO DO ÓBVIO
É DIGNA
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///////////////muitosjásabiamuitosjásabiam//////////////////
i want to believe?
//////////////você tem uma mulher louca?
você tem uma escritora, uma atriz, uma pessoa assexuada?////////////////
//////////porque eu estou precisando de PESSOAS ASSIM para o MEU filme./////////////
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= eu estou agora um pouco mais suave, doce e carinhosa. eu consigo pensar com mais tolerância sobre a humanidade nesse momento. teufelswerk é uma necessidade. esse blog é a expressão do meu nightMARe pessoal. isso não é o que eu sou.
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ATENÇÃO ATENÇÃO
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isto não é uma gabriela.
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= não me tomem pelo meu pesadelo em forma de vômito. uigh. que nojo. sou mais verbal que visual agora então posso falar vômito porque sequer conseguirei visualizar um vômito agora, por mais que repita: vômito, vômito, vômito; o nojo eu deixo pra vocês. o fedor alheio é sempre pior que o nosso próprio. e isso foi desde sempre. que nem balinhas doces num saco vedado.
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hehe tá.
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vou dormir. beijos. não me liga.
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BRINKS OK TO DOCE
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Minha bipolaridade freak não passa de sucessões e sucessões de inversões cíclicas dignas de Borges. Issa.
Eu não sou obcecada pela Alemanha, só que simplesmente a gente se entende, eu não posso evitar. Igual, nem sempre. Hoje eu estava revisando paranoicamente um artigo sobre algo como Napoleão/Tolstói, Dostoievski/Hitler, sabe? É, eu também não. Tem viagens que às vezes eu penso que simplesmente não tenho mais idade.
Mas aí acontece uma coisa tipo ontem: tô no carro com meus amigos ouvindo uma estação aleatória e daí tá tocando Island in the Sun, do Weezer:
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PODE VER ASSIM:
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OU ASSIM: (mais ou menos como eu vejo: o mundo como uma bagunça de letras-terra)
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Hip hip X4When you’re on a holidayYou can’t find the words to sayAll the things that come to youAnd I wanna feel it too
Quando você está em um feriadoVocê pode não achar as palavras para dizerTodas as coisas que vierem para vocêE eu quero sentir isso também
On an island in the sunWe’ll be playin' and havin' funAnd it makes me feel so fine I can’t control my brain
Na ilha ao solNós vamos estar jogando e nos divertindoE eu me sinto tão bem que não posso controlar meu cérebro
Hip hip X2When you’re on a golden seaYou don’t need no memoryJust a place to call your ownAs we drift into the zone
Quando você está em um mar douradoVocê não precisa de nenhuma memóriaApenas um lugar para chamar você próprioComo nós vagamos na zonaNa ilha ao solNós vamos estar jogando e nos divertindoE eu me sinto tão bem que não posso controlar meu cérebro
On an island in the sunWe’ll be playin' and havin' funAnd it makes me feel so fine I can’t control my brain
Nós vamos fugir juntosNós vamos gastar algum tempo para sempreNós nunca mais nos sentiremos mal
We’ll run away togetherWe’ll spend some time foreverWe’ll never feel bad anymore
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Sabe? Nem eu. Eu simplesmente fico bem. E nessas horas eu não escrevo. É mais ou menos isso que eu tô querendo dizer. Só escrevo quando estou mal. Será que eu escrevo tanto assim?
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Mais novidades no meu livro. Mas assim ó: a gente não gosta tanto de Clube da Luta? Lembra aquele discurso do nós-não-temos-uma-guerra-nós-não-temos-uma-grande-depressão-nossa-grande-depressão-são-nossas-vidas?
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MAN, isso é tão visonário quanto foi 2001 ou Laranja Mecânica ou Angel Mine. É isso que eu quero dizer com a gripe A. Nossa grande depressão será o confinamento com nosso egos e orifícios mais escondidos que teremos que lidar por uma questão de higiene. E falo de orifícios mentais, sentimentais, o que seja. Acho que já não é. Acho que eu deveria enxugar esse texto. Mas não dá. Ele é a minha colcha de retalhos da vez. E minha colcha é colorida. O Maugham me ensinou. E meu vô também E minha vó também. E eu sempre serei essa coisa meio nada sexy sempre-falando-da-família, tipo meio AIGH, te liberta e vira mulher? Haha. Eu gosto de cavar meus orifícios. Mas acho que tô ficando muito pessoal.
Me libertei, vou parar por aqui. No auge é sempre melhor.
Ou não.
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RETOMANDO:
-Quando eu era criança eu enfeitava linhas. Tenho saudade de enfeitar linhas.
-Quando minha irmã era criança ela me perguntou pra que servia um enfeite. Eu disse que não servia para nada, era apenas um efeito. E ela disse: tá, mas pra que serve?
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FINALIZANDO:
-Bolas, ninguém quer saber da minha vida; vocês vem aqui rir um pouquinho, chorar um pouquinho. Sei lá, vocês conseguem SENTIR?
VERDADE:
-Eu juro que eu queria que fosse bom, mas nem sempre dá.
-Eu tenho problemas com despedidas, começando por me despedir da cama, pela manhã.
-Eu adoro sonhar com hotéis cheios de portas.
-Eu amo vocês. De algum jeito meio oríficio que terá que ser limpo algum dia e parece que em bre. Mas... family comes first. I am sorry.
Love,
Gaby
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-Eu juro que
- q

Montag, August 03, 2009

Ai, ai - at heart

Que a gente só dá valor quando perde, eu já sabia; mas eu queria realmente saber qual a mola propulsora desse clichê inegável. TUDO fica mais encantador e romântico quando longe de uma possibilidade de realização. Antes esse TUDO era meio hipotético e até entediante. Agora, quando penso no referido tudo, acende uma luzinha PISC JÁ ERA e eu sou possuída por uma melancolia que chega a doer um pouquinho. Assim, uma pontadinha na superfície coronária. Será que quando a coisa se torna inacessível podemos pensar com mais clareza sobre ela? Será que essa clareza vem do fato de não precisarmos mais tomar uma decisão? Não existem mais escolhas envolvidas então tudo fica mais claro? Eu quero dizer, quando o referido TUDO está disponível podemos pensar em agarrá-lo com todas as forças ou deixá-lo ir. Quando ele já foi, não precisamos mais escolher, o rumo foi tomado. Então podemos lamentar. Só lamentar?

Isso me lembrou uma frase qualquer solta na internet que li essa semana; falava sobre a dificuldade de tomar decisões na minha geração e apontava como principal mola propulsora a diversidade de escolhas que podem ser feitas; era algo como "não conseguem decidir o que vão ser porque podem ser qualquer coisa."

Então eu penso que talvez seja por isso que só damos valor às coisas quando elas se vão. Reduzindo-se o número de possibilidades, é mais fácil agregar valor. Então agregamos valor ao nosso lamento, que é o único que resta? Ó, céus, eu não sei. Admito que ainda existe uma vasta variedade de escolhas a serem feitas bem diante do meu nariz, mas eu não quero fazê-las. Existem os obstáculos, e não se pode negar a existência dos obstáculos. Eu diria que a própria vida é um tremendo obstáculo para a própria vida. Estar vivo é uma possibilidade muito vasta para que o valor seja agregado. Ó, céus. Mas não era disso que eu queria falar. Eu queria falar de como dói pensar que eu poderia ter ido e simplesmente não fui, e era tão claro que eu não queria ir. Ok, talvez não fosse tão claro. É que, simplesmente, a escolha IR envolvia uma gama de outras escolhas que eu não estava preparada ou não queria fazer. Uma escolha sempre envolve uma gama de outras escolhas e, no fundo, esse deve ser o problema. Quando a escolha que colocamos no centro PISC JÁ ERA, nem pensamos mais nas escolhas periféricas envolvidas. O fracasso da possibilidade desperdiçada toma o centro. O atacante culpa-dúvida-chocolate ataca e GOL. Talvez o importante mesmo seja pensar que as escolhas periféricas continuam ali. Zagueiras? É, talvez eu precise começar a usar melhor o meio-de-campo. E aí volta minha dúvida de preenchimento do vazio-da-fé: devo tentar a religião ou o futebol?
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Uma coisa é certa: preciso abandonar essa forma derrotista e resignada de defender minha inércia em relação às escolhas periféricas: "no fundo eu devo ter feito a coisa certa, simplesmente não era pra mim", "se fosse, teria sido."
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Essa é, na verdade, uma maneira muito preguiçosa de pensar, com a qual eu já me habituei, "o que é teu tá guardado", "escute seu coração". Não sei, sabe. Não confio mais no meu coração, e acho que aqui tenho realmente um grande problema. Eu acho que deveria ouvi-lo, mas não confio nele. Como tornar um coração confiável?
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Grande coisa saber o que precisa ser feito, quero saber da onde se tira FORÇA pra fazer, e nisso o cérebro não ajuda, pra isso é preciso confiar no coração. Como faz?
Viu? Não adianta, tudo sempre acaba no cérebro, e é isso que me mata.
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