Donnerstag, August 30, 2007

Querido Jokerman, meu Bob Dylan já tá over, eu sei.

Quer saber, grande coisa. Vou te contar de uma guria que captava imensos reinos em medíocres fragmentos; ou pequenos textos em grandes mudos. Ou grandes coisas em pequenas amostras da realidade; como uma folha caindo, uma campainha da tua voz tocando. Uma guria que tirava do cachecol um gigante cobertor, e assim me cobria, me escondia com sua atenção perdida dentro da alma. Minha alma. Dela. Já não sei mais. Ela me pegou. Me fez acreditar em super-heróis com os quais eu jamais poderia me identificar. Enfeitou os meus problemas.

[E acho que isso soa um tanto Legião Urbana; quando assim, objetivo.]

Quando sinto estremecer meus braços em arrepios ao provar de certa melodia, sei que estou cansada. Quando escuto meu próprio coração lembro dela. Lost in the Fotologs. Vou te dizer que me sinto uma idiota falando tudo isso, que me sinto uma idiota por saber a razão de todos os problemas dessa mulher, ou criança, ou foca. Eu queria só acreditar que por dois ou cinco dias eu sou a senhora-certa de Wunderbar. Eu queria me livrar de todos esses sacos de lixo acoplados no meu cabelo. Queria tirar essa roupa azul com broches de teenager. Queria ficar muda. Queria doar minha voz à minha sola do pé. Queria correr pelada em uma bacia de brinquedos coloridos. Queria morrer em goles de vodka. Chorar em ombros infláveis. Dormir em travesseiros de carne. Dançar em copos de bala de goma. Comer copos de bala de goma. Mastigar teu sarcasmo escolar.

[deixa-eu-te-mostrar-um-john-lennon-urrul-eu-sou-mais-esperto-tenho-jazz-africano. vai-

tomar-no-cu-fica-a-dica-estou-ocupada-ouvindo-um-john-lennon-de-outro-cara-ok.]

[orkut de bêbado não tem dono]

Esse foi o meu coração ao contrário. Essa minha música desperta e cagando ovos de borracha. Só pra te contar que ela, ela foi conversar com a nossa pomba, aquela nossa pomba que ficou grudada no telhado, será que tu ainda lembra da nossa pomba? Aposto que não. Mas ela lembra, ela cuidou da pomba desde o dia que a velha colocou aquela mistura satânica de chiclete com Super-Bonder no nosso telhado. Ela amou a pomba. Limpou a pomba. Sabe o que a pomba fez? Agradeceu com as próprias asas. Foi embora e deixou as asas, despedaçadas. Juro por Deus. Brancas. No telhado azul. Tanto amor e tantas telhas quebradas. Um barril de cerveja desperdiçado, derramando no asfalto quente depois de um acidente de trânsito. Assim eu me sinto, e por isso cada vez mais me afasto dela. Cada vez mais me perco em cuidados hedonistas e altruístas.

Istas para todos!

Morrei agora com os pelos dos cotovelos arrepiando de novo!
Morrei agora como mais um texto que nada resolveu!


Não muda. Não tem terra. Não fertiliza. Como sempre, fuck off. Adeus. Não posso mais. Vou tentar encontrá-la. Mando lembranças, sim, ela vai estar bem, basta uma viagem pelos 251 cantos da Europa em 9 dias. Tudo ficará bem. Com ou sem aditivos. Take care.

Mittwoch, August 29, 2007

pedrada-broto-de-amor

Arram, pura emoção. Arco-ISIS de prazer. Eu quero ser algodão doce e ele será a mão forte que segura o cabo de madeira fina por onde me prendo. Don't eat me, feel me. For your love, for your love; eu daria meu sucrilhos matinal. Eu daria minhas noites pelas tuas batucadas num céu de pôr-de-lua em nuvens de tempestade. Vem, desce a minha lua. Cobre de novo minhas nuvens. Dança no meu peito. Brinca no meu ecorregador de calças brancas e rodadas de pijama. Vem. Só a gente sabe, o fliperama e a minha voz. Vem pra minha sede de duelos invísiveis. Vem me mostar tua timidez que paralisa os braços mas não o coração. Keep warm. Eu te tiro tudo, tu me dá um pedaço desse céu com tambores de diamante. Com estrelas de vidro. Com teu nome no meu nome nos meus vídeos meus amores. Com tua fome na minha, come, come que é verão. Dentro de mim os mais quentes dos dias nos teus braços inspiração. Piegas como uma senhora fazendo tricô em trajes de inverno. Verde como o doce da maçã. Transparente como só a verdadeira busca pode ser. Te achei, meu toddynho com brinde de colar na testa.

tanto faz another ou lifetime

'Freedom just around the corner for you
But with the truth so far off,
what good will it do?'

- Bob Dylan, Jokerman.

Anna não conseguia parar de comprar escovas de cabelo, com a chegada da Nova Era a doença da moda deixou de ser a depressão para se tornar algo entre profilaxia exagerada plus e obsessão maxi por artefatos de utilidade estética.

Citação 1: Fora dia-dos-pais, sim ao dia do sprite-zero.

Citação 2: The problem is you, já diziam os Pistols.

Citação 3: E Voltaire, com seu mestre Pangloss de 'Cândido', estava certo quando alertou sobre as desgraças pessoais. O ensinamento é: enquanto houverem desgraças pessoais, tudo está bem. Pois tudo estava bem até agora.

Citação 4: Porém a revistinha do The Flash já previa em certo balãozinho que "existe uma lacuna em todas as áreas do conhecimento mundial. Ela abrange desde 1980 até 2067".

Não é possível considerar a preguiça da alma uma doença quando precisamos beber mijo reciclado para continuar reproduzindo seres modificados através do que chamamos de prazer sexual. Mas o prazer é um vício ou um subterfúgio? Ou nenhum dos dois? Mudariam os significados através dos tempos ou mudariam os tempos através dos significados?

Citação 5: Minha única certeza é a de que jamais se fará uma Subterranean Homesick Blues again.

E Anna?
E as citações compulsivas?
O corpo humano é o vício e as inspirações são os subterfúgios.

Dienstag, August 28, 2007

tanto faz rock ou tango


"Barrio... barrio...
Que tenes el alma inquieta
De un gorrion sentimental."

Gardel cantava lá dentro.



Então entrei no carro e pensei, esqueci. Esqueci de tudo. Há pouco tempo tão atormentada e agora entregue aos próprios sentimentos, dos quais queria fugir mas não conseguia, acabava sempre voltando a este estado letárgico de relaxamento vulgar. Digo vulgar mas não desprezível. Tanto faz amor ou terapia, rock ou tango. Tanto faz frases insanas. Tanto faz cultura ou chapinha. Maestro ou contrato. Agonia ou violeta. Julho ou Janeiro. Marcelo ou Paulo. Tanto faz dormir ou acordar, desde que não tentem viver a minha vida. O excesso de zelo é pior que a paranóia, assim como o dicionário é mais confiável que um rolo de papel higiênico. Gosto do que em cinco minutos não lembro mais. O que mesmo eu ia dizer? Gosto do que me escapa aos pensamentos. Ah, sim, ia dizer que gosto de fotos com lixeiras na cabeça e bonés cobrindo a ponta fechada da lixeira. Entendem a ponta fechada da lixeira? Digo, o contrário da BOCA da lixeira. Eu nem mesmo sei do que me alimentar em dias frios. Como um urso sem as patas. Nem mesmo sei das repetições ou ritmos ou viradas de ano na praia. Eu gosto da buzina escorrendo em avenidas cheias. Da música vazando em jatos de álcool nos bares. De simulacros da Famecos. De arte redonda e frouxa.

Mente.

domina minha mente.

Cantaria Kid Abelha essa rima?

Não, fui eu mesma. Tanto faz obrigada ou desculpa.

Montag, August 27, 2007

Um gole de conhaque na garoa

derramei na tua jaqueta de couro, preta como a cinza dos nossos cigarros tarja vermelha. Sonhei sim com cores e couros. Você no meu caminho, eu entre você e aquela lembrança de videoclip em um café modesto de Buenos Aires. Era um videoclip do Beck, aquele que ele usa um chapéu de caubói. Eu não tenho alma. Minha pele arde com delírios de vingança sangrenta enquanto bebo um gole de conhaque na garoa


.


Indo para um buraco qualquer do lugar onde vivo e onde me alimento desde o início dos meus dias, naquela primavera de nuvens brancas, naquele céu de flores chorando por um amor de pólen perdido em investimentos quem sabe audaciosos como uma planta carnívora. Indo, indo no caminho de um buraco tal qual este que lhes apresento em linhas desordenadas do meu coração chapado de aço derretido na manteiga com alho. Indo neste caminho percebo que tenho ao meu lado esse jovem rapaz de jaqueta James Dean em fase prata. Agarro meu pingente falso de azul, simbolizando liberdade em filmes de diretores russos com atrizes francesas. Prefiro então um filme com o Michael J. Fox e closes em bocas de americanas louras ao bebedor.

Indo neste caminho eu me dou conta de que o Michael J. Fox bem que se parece com aquela criança pela qual me apaixonei na quarta ou quinta série. Mas foda-se. Melhor isso que amor à queima roupa com mulheres usando brincos de coração e o rosto sangrando molho de tomate. Melhor isso de te ter quem sabe ao meu lado,ao alcance da minha boca nessa noite de garoa em que fui engolida sem sentir o doce do amor que sangra. Talvez sangue de chocolate quente. Talvez sangue de tintas Renner. Mas meu amor, não tenha medo. A ficção não dói; mas as tuas mãos, ah, as tuas mãos, me seduziram como um sonho impossível abanando ao amigo de infância. Mas o fascinante e desejado impossível já nasce fracassado.


Quero gritar teu nome, sei que não posso; mas poderia contar daquela manhã seguinte, sem garoa nem conhaque, comendo uma pizza de pé, na padaria da esquina do teu apartamento. Depois de olhar a cabeça da maior árvore da cidade na tua sacada. Depois de recolher minhas calcinhas e escovar os dentes. Pizza com Coca-Cola. Depois cigarro com mais Coca-Cola. E depois dar a volta na quadra e voltar pra tua porta, com a lata de refrigerante vazia, na qual joguei minha bituca de cigarro. A lata na minha mão tremendo a procura de uma lata de lixo e do número do teu apartamento. Então poderia te contar da minha cabeça na chuva ao lado do interfone enquanto tentava arrancar liquidamente um último gole de Coca-Cola. E poderia te contar que foi então que aconteceu o REAL Nojo para mim; quando senti o gosto amargo da bituca no fundo da lata.

Sonntag, August 26, 2007

O caos no céu de Cuelena é um cofre

A única coisa que me preocupa em relação à crise aérea é que caia um avião na minha cabeça. Sempre tive essa obsessão, assim como cantores folks por janelas. A vontade desesperada que chama a tragédia, que nada mais é do que. Ai, barulhos de avião, sério. Arrepiam minha nuca. Mas me sinto bem. Mas foda-se como eu me sinto não é mesmo? A internet é um meio de divulgação de idéias e links e hipertextos e o caraleo. As pessoas acham que buscam algo e, pior, que encontram. Mas voltando à tragédia dos aviões, a tragédia é sempre um desastre estragado. Corriqueiro como um clichê virtual. Com ferrugens. Unhas compridas e feias. Uma monstra. E as pessoas vivem na ilusão de nichos culturais nesse ambiente de bombas silenciosas como crianças na igreja. 8 de abril é um dia bonito. Não existem mesmo motivos para eu estar falando sobre isso ou os motivos me escapam, de qualquer forma eu vim aqui nessa paróquia te contar, falar do quanto me faz bem,

(..)

não sei, o msn cortou meu fluxo de pensamento.

Eu tenho uma lua cheia nos meus olhos. Juro. Ela pinga cera de vela. A cera é na maioria das vezes usada para polir, ou não? Me vê cinco. Cinco olhos flamejantes de ritmo e cavalos. Naquela prova em que dois cavalos conduzem um boi entre eles. Tipo isso. Em doses homeopáticas. Sem saber causas, consequências ou mesmo não conjecturando questões como a capacidade de certos indivíduos privilegiados de captar ao mesmo tempo com as veias e o fundo do coração, qualquer situação, qualquer movimento na alma do universo. I went to my babe's head. E era tão quente e confortável, tão cedo, cedo, sem pressa. Não sinto falta dele, só quando escuto os ruídos da aeronave nos cabelos finos e curtos junto ao pescoço. Tão rápido, tão frio

Arrepio.
Rimo
com tijolinho também.

Quer ver?
Bobinho.
Eu sou super-herói e ninguém sabe. Um dois, três, fui me esconder. Nas tuas saias de pregas amassadas. O tecido barato que antes mofava em algum brechó da Johny People. O cinema é só ilusão

do Lobão.
E a chapeuzinho?
Se perdeu
na música
do temporal.

You don't need a weather man to know which way the wind blows. O Bob que me contou. O Dylan, não o Marley.
E você, garoto? Vem comigo tomar um Toddy. A gente sabe que é melhor que Nescau.

compotas de carne

Jogar o jogo juntos, em uma noite de sexo casual. Peace on Earth. Mas eu me apego, admito; como uma criança com seu pirulito que vira goma de mascar. Odeio que tentem me mostrar. Odeio subjetividade. Mas eu amo vocês. E vocês sabem que são vocês, que bebem conhaque comigo numa noite de garoa. E me emprestam revistas em quadrinhos que eu rasgo.

Estrago.
Deterioro.

Life is the answer.

Você sabe me mostrar isso? Sabe como dizer qual a seta adequada? A marela ou a verde? A preta ou a dourada?

Ó, céus, eu te amo tanto que não enxergo meu próprio teclado descordenando em letras juntas separadas borradas, ah o antigo borrado, o prazer de riscar, o prazer de auto-compreender. O prazer de não se sentir uma ofensa ao mundo colegial. Eu amo vocês, amo tanto quanto essa música, amo tanto como esse minuto, essa década de merda que se foda. Quero falar palavrões, quero ressucitar o Bukowski que existe dentro demim. Quero vomitar. Quero vomitar essas palavras de plástico; esses sentimentos de papel crepom, meus dias de árvores mortas e prédios incendiados, you got to let it, you got to let it grow. Mind games forever. Se fodam Johnlennon. Se fodam filmes de sessão da tarde. Se fodam garotinhas más de 15 anos. Se fodam os diconários. As putas e os museus. Se fodam amigos do coração. Se fodam cevas quentes. Se fodam sexo casual. Yes is the answer.

Keep a clean nose.

Mittwoch, August 15, 2007

Louis Ferdinand Celine


‘The worst part is wondering how you'll find the strength tomorrow to go on doing what you did today and have been doing for much too long, where you'll find the strength for all that stupid running around, those projects that come to nothing, those attempts to escape from crushing necessity, which always founder and serve only to convince you one more time that destiny is implacable, that every night will find you down and out, crushed by the dread of more and more sordid and insecure tomorrows.And maybe it's treacherous old age coming on, threatening the worst. Not much music left inside us for life to dance to. Our youth has gone to the ends of the earth to die in the silence of the truth. And where, I ask you, can a man escape to, when he hasn't enough madness left inside him? The truth is an endless death agony. The truth is death. You have to choose : death or lies. I've never been able to kill myself. ‘

I remember being inside something more than you

Eu gosto de ler os jornais de três dias atrás todos juntos com você. Gosto da torta velha da padaria às 7h da matina com você. Gosto do teu cabelo, do teu cheiro e da minha breguisse dizendo tudo isso. Gosto quando tu comenta. Gosto quando tu some. Gosto de saber que tu vai gostar. De saber. Que eu te amo. Que você sempre esteve aqui no fundo do meu jardinzinho de margaridas e ervas daninhas e eu não pude te desenterrar por estar atolada até o pescoço de algo pior que areia. Gosto de saber que tu sempre respeitou o meu tempo como um castiçal de ferro antigo esperando queimar uma vela de um real.

E agora estou aqui, como um jardineiro negro apaixonado pelo patroa. Como um cachorrinho de madame trancado em um quarto cor-de–rosa. Estou trancada em você, meu bem; e minhas metáforas são bregas como todas as cartas de amor. Mas não quero ver o pôr-do-sol. Não quero tomar chimarrão em programas biofashion. Quero beber todo o teu caos como uma pin up lambendo sorvete em uma revista erótica dos anos 50. Quero o teu zíper.

.


Não, mentira. Eu quero mesmo é o amor que tu me mandou procurar no trabalho voluntário.

Dienstag, August 14, 2007

citações e figurinhas para dormir.mp3











"Curioso que la gente crea que tender una cama es exactamente lo mismo que tender una cama, que dar la mano es siempre lo mismo que dar la mano, que abrir una lata de sardinas es abrir al infinito la misma lata de sardinas.”












"E depois de fazer tudo o que fazem, se levantam, se banham, se entalcam, se perfumam, se penteiam, se vestem, e assim progressivamente vão voltando a ser o que não são."












"Para chorar, dirija a imaginação para si mesmo, e se isto resulta-lhe impossível por haver contraído o hábito de crer no mundo exterior, pense em um pato coberto de formigas ou nesses golfos do estreito de Magalhães em que não entra ninguém, nunca. Chegado o pranto, se tapará com decoro o rosto usando ambas as mãos com a palma voltada para dentro. As crianças chorarão com a manga da camisa contra a cara, e de preferência em um canto do quarto. Duração média do pranto, três minutos."








(Julio Cortázar)




fotos de Deserie Dolour

Montag, August 13, 2007

He was just a blue-eyed Boston boy

Seu grito era doce como torta de vó velha e com dor. Sua voz era devagar, lenta e ao mesmo tempo sagaz, como o pânico. O pânico é a busca paranóica e infreável da satisfação momentânea. Ele era o décimo terceiro passageiro em uma nave de chuva. E era ao mesmo tempo o pirulito de cereja agradando a pessoa que não aprecia cerejas. Cerejas não tem nada a ver com pirulitos de cereja. Ou tem?

It ain't no use to sit and wonder why, babe.

I got blood in my eyes for you

Você tem minhas noites de silêncio sentada em frente ao computador de casacos de lã em cores mostradas com violetas. talvez tenha sido esse o problema. Sempre avisaram que eu não me vestia com a elegância esperada de uma mulher inteligente como eu era. Não, eu não sou mais inteligente. Sou burra como uma fita k7 trancada. Você teve a minha burrice, teve a minha dor dos burgueses mal avisados sobre o verdadeiro sofrimento humano dos mendigos padecendo no frio das estações ferroviárias das grandes metrópoles nacionais. A dor do sem-teto. A diversão do homem que encontrou no tormento a adrenalina do esporte. Ambas doem mais. Eu não penso sobre isso, enquanto você tem 150 por cento de todas as minhas dores de cabeça diárias. Enquanto você tem 190 por cento da minha energia recarregável em noites na janela com Bob Dylan. All the things i ever had are gone. Mas meus amigos estão aqui, sentam ao meu redor e acendem velas para tentar me tirar dessa vibe negativa.
Células Brancas, meu amor, quando você vai voltar?

minha Glória & eu

A ficção é um artifício dos loucos. A criação de mundos paralelos parece a estes mais funcional que o desabafo em ouvidos familiares, que se parecem mais com tribunais do que com travesseiros limpos e macios.

[A mãe de Glória costumava usar suas calcinhas, aos 9 anos a menina escrevia longas páginas de algo que se parecia com romance policial com pitadas de existencialismo.]

Amolar afaga a sêca da paixão.

As guerras internas aconteceram cedo para mim, parece que quanto mais cedo elas ocorrrem, mais difícil é livrar-se delas. Pensa-se depois que é uma infantilidade retardada ou uma juventude vencida. Pensa-se muito. Muito. Muito. Ouve-se música. Muita música. Na maioria das vezes as que dão vergonha mas consolam por se parcerem, nesse momento, morbidamente conosco. Qualquer nota, bossa nova. Coisas na veia e na tv. Ambas, melhor desconhecê-las.

[Glória desistiu de viver aos 12 anos.]

Desistir de viver é pior do que o suicídio físico, pois é o seu antagônico, e os dois nunca podem coexistir. Digo que desistir de viver é o suicídio da alma, e que não podem coexistir duas mortes em um único corpo. São pensamentos de alguém que tem mudanças bruscas de humor com a simples mudança da faixa do mp3. Brusco como de Lobão para Le Tigre. Sim, é um momento de breguice exacerbada. Como atravessar a rua escura e fria para apanhar o coletivo fedorento até o bar que fecha por último em algum bairro com casas antigas e mendigos na calçada. Desistir de viver saboreando um danoninho na esquina pelas sete da manhã. Ou tomando cervejas que esquentam enquanto te esperam voltar do banheiro. Não ter pressa é a fórmula do fracasso.

[Glória suicidou-se aos 23 anos, foi encontrada com uma caneta Bic cravada na garganta.]

O suicídio da alma pode ser o artifício dos gênios, mas ainda prefiro acreditar que os gênios são mais espertos e não como jovens quase velhos deitados em um sofá de brechó tomando chá com biscoitos; e mais interessantes que meia dúzia das fotos da nossa festa que ficaram lindas. Prefiro acreditar que os gênios estão hibernando nas cavernas mais escondidas da própria capacidade de tornarem-se inteligentes; uma ilusão tão facilmente contestável quanto o valor de uma banda como Cardigans, que satiriza a paixão cega dos jovens quase velhos se apegando às questões do coração para fugir da luta contra a própria covardia. Não quero ser uma pessoa de alma bem pequena remoendo pequenos problemas. Então mato minha alma. E enterro seus restos nas pessoas fracas para as quais deveria pedir piedade. Mas situação ainda pior é a daqueles cujas almas adoecem e não morrem jamais. Permanecem como um sonho louco de 10 segundos após a morte. Até morrerem.

Persona & Mogwai mode on


'I'll tell you about punk rock:
Punk rock is a word used by dillitante's
And ah... and ah... heartless manipulators
About music that takes up the energies and the bodies
And the hearts and the souls and the time
And the minds of young men who give what they
Have to it and give everything they have to it and it's a...
It's a term that's based on contempt, it's a term
That's based on fashion, style, elitism, satanism
And everything that's rotten about rock'n'roll.
I don't know johnny rotten but i'm sure...
I'm sure he puts as much blood and sweat
Into what he does as sigmund freud did. you see,
What sounds to you like a big load of trashy old noise
Is in fact the brilliant music of a genius, myself .
And that music is so powerful that it's quite beyond my control
And ah... when i'm in the grips of it i don't feel pleasure andI don't feel pain, either physically or emotionally.
Do you understand what i'm talking about?
Have you ever felt like that?
When you just couldn't feel anything and you didn't want to either.
You know? like that? do you understand what i'm saying sir?'
(Mogwai, Punk Rock)

Sonntag, August 12, 2007

Teddy and Cash

Me apaixonei por ele no corredor de doces do Carreffour, que se chamava "Planeta Guloseima" e irradiava cores pastéis com vermelho paixão. Não,isso não é um conto. Isso não sabe o que é. Ele me encantou com suas performances de modelo aposentado, tirando fotos com duas garotinhas. A loira usava bandaid no pulso, pela atitude, e a morena, algo como torcer e morder a boca ao mesmo tempo, com o mesmo propósito. E ele estava no meio delas, entre elas. cúmplices de língua de fora. Fãs de Los hermanos. Inacreditável. Ele. Ele era lindo, indescritivelmente belo como a impossibilidade de estar sóbrio o tempo todo. Era constrangedor. Ele era tão bonito que fiquei rosa pink por ter certeza que ele sabia disso. Céus. Era o homem mais formoso de toda a província metropolizada. Cash era o nome dele. Fazia propaganda de pasta de dentes, era casado e tinha um filho. Lindo. Então ele sorriu para mim e disse:'Bout my burdens,woes and love. Head bowed down with misery. Nothing now appeals to me. Trav'lin', trav'lin' all alone.' e me ofereceu uma mostarda Ribs.

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Time on my hands. You're in my arms. Nothing but love in view. Teddy sempre foi o melhor e por isso perdi alguma coisa de mim em seus pés. Conheci seus pés em uma noite de luxúria. Comemos pizza de tele-entrega com falsas calabresas e celebramos nossa juventude com The bird with feathers of blue way-of-life. Intercalar idiomas fez sucesso com Teddy. Ele era fã do meu blog de viagens. Agora estamos aqui e dançamos um tango compartilhando carinhos mórbidos pra ela. Tudo sempre foi pra ela. Teddy nunca me amou.

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O fruto nunca cai longe do pé. O pé nunca cai de lugar nenhum.