Dienstag, Juni 30, 2009

a garota com a cortina vermelha nos olhos.

então é o seguinte: essa garota aqui não sabe qual é o problema. ela é minha colega de trabalho; eu a vejo todos os dias com sua caneca da disney lotada de nata gorda nescáutica, ela e sua inseparável caneca-paraíso-chocolatal-de-calorias e seu notebook. ela é bonita, a garota. os garotos gostam dela. gostam mais dela do que de mim, que sou uma mulher. a diferença entre garotas e mulheres é que as mulheres conseguem falar de medo porque não tem medo, de fato. as garotas não compreendem o próprio medo e por isso não falam a respeito dele. as garotas são silenciosas e confortantes. as mulheres são questionadoras e neuróticas.

eu tenho certeza que essa garota aqui tem medo e não sabe. o primeiro sintoma do medo incompreendido é a paralisia. minha colega de trabalho já teve vários problemas com nossos superiores, não por incapacidade, mas por paralisia; ela paralisa afu quando está prestes a fazer alguma coisa que ela sabe que é útil e importante para a coorporação. essa garota fica tentando achar sempre uma uitlidade mais pessoal para o que está prestes a fazer. eu percebo isso, porque ela deixa de fazer as coisas úteis para a coorporação de modo que possa navegar na orkut, por exemplo. e ela fica ali, a coisa por fazer, pairando numa onda de esperança, tédio e paralisia. ela simplesmente clica 40 vezes por minuto no link do seu perfil; é uma reafirmação da sua existência pessoal que não se curva aos interesses da nossa coorporação. um vídeo do youtube travando na tela do seu computador ilustra muito bem a situação: a garota não se mexe para baixar um soulseek, a garota não se esforça a baixar umas músicas num blog qualquer. ela fica ali simplesmente usando o youtube quando quer ouvir uma música, e a música nunca flui sem interrupções, assim como a vida: enquanto a imagem carrega o som falha. veja bem: enquanto as aparências tomam forma, os sentidos se perdem. nada é muito pelo prazer em si. se ela deixasse de fazer os serviços que lhe cabem para comer um sorvete, eu entenderia, quem sabe. mas os doces também tem um caráter meio compulsivo. oh, céus. essa garota deixa muito claro pra quem não quer ver que a gente vive numa era dominada pelo transtorno obssessivo compulsivo.
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a garota não faz muito sentido e sabe disso. a garota quer falar com o coração e não consegue; ela vive em 2009, mas ainda segue o conselho da banda hippie de décadas atrás: "eu não sei dizer nada por dizer, então eu escuto."

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"esse é o nosso som favorito, mas não foi a gente que escreveu"; assim diz o radiohead tocando smiths. assim eu acho que a garota se sente: as coisas favoritas dela não foram feitas por ela. as coisas favoritas dela nunca serão feitas por ela; ela tem medo de fazer coisas que não possa chamar de favoritas. a garota youtubal está perdida em algo que chama de coração, mas na verdade se chama substância química.

eu sei que ela se droga no recreio; eu já a surpreendi no banheiro com folhas de durex adaptadas para enrolar baseados.

a garota não percebe que seu corpo/máquina é uma máquina tanto quanto a engrenagem youtubal.

pra sempre assistindo o amor crescer; inebriada pelas imagens/sons alheios/construídos/para ela.

totalmente químico e irreal.

e o que é real hoje em dia?

frank zappa disse que não se faz mais rock como nos 60 porque os indies tomaram conta; antes as gravadoras pegavam qualquer coisa que tivesse guitarra e uma batidinha e era isso, depois chegaram os caras que "entendem", começaram a "escolher" e cagaram tudo.

é isso. antes as pessoas simplesmente faziam seu trabalho sem se questionar, o que realmente importava era o funcionamento e a eficácia e o lucro - me refiro a todo e qualquer tipo de lucro. - hoje as pessoas se consideram muito espertas para se curvarem a esse simplismo; tudo precisa de um significado mais pessoal, único, cósmico, intuitivo, sensível e ilusoriamente grandioso, mas, na verdade, não passamos de egocêntricos pré-fabricados nos anos 70; somos todos como garotas silenciosas que inevitavelmente se tornam mulheres neuróticas.

a garota do meu trabalho quer um mundo para ela. a garota já sabe que não existe esse mundo só para ela, mas ela não quer outro. ela prefere ficar então com o seu youtube travado. ela espera que algo aconteça sem um esforço vão. nunca mais tivemos músicos como beethoven ou pensadores como freud, por exemplo. a pergunta da garota é: pra que tudo isso?

o passarinho respondeu: au-au.

Sonntag, Juni 28, 2009

Severo é o nome

do homem na máscara de gás;
quantas surpresas por trás
da máscara de gás.

repito:
em caso de EMERGÊNCIA
as máscaras cairão
AUTOMATICAMENTE.


auto-motivo de escrever pra tentar não digerir com sede as vontades mal resolvidas da alma nômade. viaja, alminha, pra onde tem terra na volta e água na saída; voa entre o fogo dos desertos proibidos de um saturno bêbado de licor marrom. a cor do fogo é festa; a festa do ovo é gemada. ha-ha. auto-motivo pra te ver na rua. eu te alcançaria nem que fosse correndo pela montanha de geléia; eu te envolveria, verás, serás o único e o singelo; chegarás na noite mágica de uma caverna dourada. brilharás o verde musgo de um tecido veludo. velarás violência e pazes. veredas ou vielas ou marmanjos em calças de dormir. modelos ou tortas ou relógios animados passeando seus rostos faceiros em um dia de dezembro. eu gosto de dezembro. eu quero abraçar dezembro mas ainda é junho; eu jogo com esses dias sem mágoas nem apreços nem sabonetes coloridos feitos pela aurora. no edifício cosmos. eu não costumo costurar ameixas mas agora eu gostaria de tecer uma laranjada das minha emoções. eu me deixo levar por uma onda meio mamão-memória. o mamão é cor-de-laranja mas a rosa vermelha não é cor-de-rosa. os velcros não são rosas nem rosários ou travesseiros para que se possa dormir sem asas. não sei o que acontece. por favor, me digam.

Samstag, Juni 27, 2009

5 goles de conhaque na garoa

A noite; dentro do peito do homem que sente o suave vento de perfumes refinados em pescoços louros, ao passar pelas mesas suspensas pela força de pés fincados no céu; estrelado e de lua fina. Finos; alguns são finos e bebem vinhos em taças que levam até suas bocas quase encobertas pelos cachecóis listrados. Colorida é a noite e seus ruídos surdos em ouvidos tomados por conversas sobre o fim do semestre em um bairro boêmio universitário. Suave é a noite e seus companheiros bêbados arquejando cambaleantes pelas calçadas que estampam gostos de muitas décadas atrás. Severa é a noite? Por milésimos de segundos pode se esquecer de tudo num pequeno contato de fluidos deliciosos que finalmente parecem voltar a fazer sentidos. Meu amor, ele fala suave como a noite e severo como um homem rústico. Breve é a noite e que seja; que seja um refúgio de mãos quentes e carinhos doces, que seja cerveja ou conhaque ou esquina predileta. Que adormeça bem a noite. Que chova na garoa malvada que cobre a lua dançando em trapos de luz fosca e clara. Não importa se você é duro ou doce, já dizia a letra do jazz que me afaga na manhã que segue a noite, o que importa é que você seja febril. A manhã sempre persegue a noite vadia fugitiva em banheiros desconhecidos e sujos de um bar virulento. É vírus essa noite que não cansa de andar procurando o que ela nem mais sabe quando quase corre como uma viciada em emoções. A manhã quer salvar a noite, a estrela do dia chega antes do amanhecer em um espectro de esperanças mofadas pela umidade noturna dos corações. Corações não são escravos! Oh, não! Como eu me enganei! Corações não são escravos, corações são livres e se encontram e se perdem. Corações combinam ou não; como cores ou penteados ou bocas. Corações não são fáceis de intuir, mas a calma que o teu coração me traz na dança de carinhos da noite é fácil de buscar. O teu silêncio sem sorrisos que depois se tranforma em ------------------------------>
inteligência
prática
empírica
refletida
nas palavras
firmes
como árvores
simples e belas
como flores


é natural
e eu poderia
dormir
pra sempre
no colo
da noite

a
manhã
viria depois
me salvar

como uma heroína
feminista
e me colocar de volta
no berço
do trabalho
again

então não seria
dormir pra sempre
nada seria ora sempre

a bateria do notebook
vai acabar

nada é pra sempre
mas nos teus braços
a minha alegria é

e eu sempre soube
a gente sempre sabe
quando a noite
vai clarear.

G.**

Freitag, Juni 26, 2009

fotografias escaneadas de lili

lili querida,

eu acho que as pessoas deveriam aprender a rir mais de si mesmas. eu acho que grande coisa eu ter te chamado de fedida! eu entendo que você tava menstruada. se você me encher de palavras duras e eu te devolver com um chilique e depois a gente continuar amigas vai ser legal. eu acho que a vida é isso aí. acho que liberdade de expressão é isso aí. acho que todo mundo tem uma porrada de defeitos e todo mundo acha uma porrada de defeitos em todo mundo mas não fala nada. você cairia dura se soubesse que as coisas duras que eu te disse muita gente também acha? oh, não se preocupe, lili, eu não contei pra ninguém que você tem cheiro de ferro. eu só queria dizer que eu não cairia dura se você me dissesse que dizem por aí que eu sou leprosa. eu acharia engraçado. eu teria outro chilique e depois riria muito feito uma louca. tem muita coisa séria na vida pra se preocupar com isso. tem muita mágoa grande que quando a gente sente meio que se dá ao direito de magoar pequenininho e achar que não tá magoando ninguém. pô, grande coisa ser fedida! é só você tomar mais banho, lili. era pro teu bem, lili.

mas eu não quero escrever pra me defender. eu quero escrever pra abrir mentes e caminhos. eu quero te ajudar, lili.

vem aqui em casa, hoje? vamos jogar canastra e tomar um porre e fumar cigarros coloridos? vamos rir do teu fedor e da minha lepra? vamos fazer um ritual pra celebrar os nossos defeitos?


eu acho que o tempo não cura, só refina as mágoas. torna as coisas duras mais macias. grande coisa resolver quando ainda são duras. isso é frieza?

eu acho que rancor
é falta de
senso
de
humor


eu acho que eu deveria aprender a amar as pessoas sem esperar amor de volta, e deveria aprender a amar aqueles que me dão amor. eu acho que amar as pessoas que não me amam é um reflexo do amor que eu não consigo exteriorizar com aquelas que eu realmente amo e que,
EU
R
EKA,
são também aquelas que realmente me amam. sabe, lili, ESCUTE UMA COISA: você ama as pessoas que te amam. se você ama alguém que não te ama, isso não é amor. você já ouviu aquela frase do cinema: "você é aquilo que gosta e não aquilo que gosta de você?", pois as duas coisas são uma só. e vou parar de falar em amor. isso não tem nada a ver com amor. tem a ver com sanidade mental. fucking crazy Era essa nossa, lili. se tem uma coisa que eu não suporto é que a gente vive num mundo muito descartável. e eu amo a realidade, eu não descarto o papel da minha bala só porque ele não é tão bonito. eu uso ele pra guardar outras coisas, quem sabe. azar que ficou melado. lavou, tá novo.


não que eu também não aja de maneira meio descartável; às vezes, com os seres humanos, eu me sinto como uma criança mimada que não aceita que quebrou o brinquedo e quer que ele volte a funcionar de qualquer jeito. aí fico chorando, esperneando, insistindo... até ganhar um brinquedo novo. aí, quando ganho um brinquedo novo, esqueço completamente o velho; mal acredito que sofri tanto por um brinquedo tão tão idiota.

pra onde foi a durabilidade?
pra onde foi a compaixão?

mas eu não posso construir o amor com um martelo, lili, eu sei. eu não sou uma consertadora de brinquedos. eu sou só uma eterna criança mimada!

eu não tô dizendo que você é um brinquedo idiota, lili. pô, lili. eu te amo, amiga. eu queria que você entendesse que eu tô triste; eu tõ decepcionada afu e não quero me sentir assim em relação a você porque eu te amo. você já sabia de todas aquelas coisas e a gente ia continuar pulando a amarelinha, lili! pô, lili! se eu não tivesse tido o primeiro chilique a gente ia estar pulando elástico até agora, com você pensando todas aquelas coisas de mim? eu não entendo isso, sabe, lili. não entendo poque você me enrolou tanto. eu só te chamei de fedida porque você me chamou de leprosa. eu não acho você uma fedida, tá? só não entendo porque você não vai atrás do que realmente quer ao invés de ficar se enredando nesses jogos que não te divertem. ah, lili. você é tão meiga e fofa e eu te queria tanto perto e o teu abraço e eu não acharia que é fake, eu acharia que é compaixão.

o amor não é

uma mão cheia de pitanga
a amizade não é
tão linda e pura e
evidente

cuidado com aqueles
que afirmam
já dizia o velho Buk

me dá uma ceva
um crivo
qualquer coisa
TOC
que leve pra longe
de mim

que pesadelo
meu senhor
que pesadelo

é amor ou
amizade ou
pesadelo
aqui dentro
de mim
tão forte
virado
como um suco
de uva
que parece vinho
mas não é

eu não sou deus
eu não transformo
água em vinho

eu vou me resignar
somos todos
uns filhos da puta

essa é a real

um dia alguém vai me entender
um dia vai

quando eu era criança
eu achava que entendia
o michael jackson

eu tinha um cartaz
do michael jackson
eu não acreditava que
ele era do mal
como a tv dizia

já dizia holden caufield
sempre quando um cara é imbecil
as mulheres dizem que ele tem um
complexo de inferioridade

holden sabia
que complexos de inferioridade
não deixam as pessoas menos imbecis

e nem palavras doces
e nem músicas do bob dylan

eu sei que não há sucesso maior
que o fracasso
e que o fracasso não é um sucesso

o amor,
ele fala como o silêncio
sem violência
ele não atrapalha
ele sabe demais para argumentar
ou julgar

he knows
we can't
build LUV
with a hammer!

amor menos zero
não tem limite.

Mittwoch, Juni 24, 2009

tu tá cheia de vícios, gabriela.

as doutrinas foram feitas pra que a gente enxergue dentro de nós aquilo que tá faltando e não sabemos? Q?

Cala a boca e dança.

Louvo-te humildemente, OH CARNE cheia de imperfeições e emoção!

CALAREI forever. Só danço agora.

oi, são 8h40.

heey
o sol está brilhando
jogando farpas de amarelo
ovo
nas folhas do jardim.

dá muito trabalho
cuidar do jardim
o mato cresce sem limite
o homem corta
e faz o seu jardim

eu tinha um vizinho que deixava o mato crescer livremente
ele vivia isolado planejando instrumentos
para medir a rugosidade do esmalte
dos dentes

ele tinha uma ferradura pendurada
numa árvore
que crescia livremente.

eu acho que ele tinha medo
todo muito tem medo
mas eu acho que ele não tinha amor

o sobrinho o matou
com uma sacola plástica
de super

ele sufocou.
o sobrinho o enterrou
no mato
traseiro da casa.
usou as folhas livres
que voavam pelo mato
selvagem
para cobrir seu corpo.


meu vizinho usava tocas cirúrgicas na cabeça
quando chovia
ele tinha um cabelo tipo Einstein
e lia livros proibidos

ele encapava os livros com
folhetos
de super

e lia no ônibus

eu nunca sentei perto dele no ônibus.

eu queria ter dado amor a ele
céus, o homem é tão limitado

porque eu não dei amor a ele?
eu podia ter batido na porta
com uma enchada na mão
e ter o convidado
pra fazer um jardim.

ele provavelmente não ia querer;

dá muito trbalho fazer um jardim.
precisa de muito amor
pra tocar na natureza

darwin, darwin,
você tinha razão.


tudo muda
tudo se transforma

e eu não tenho verdade nenhuma
comigo
ninguém tem.
você só se engana
quando acha que está sendo
TRUE


ser true não é se expressar
livremente
ser true é cuidar
o amor é uma plantinha.

eu não sei.
eu não tenho a verdade.

mas eu tenho amor.


amor é a mão do vô
cheia de pitanga que colheu no pátio
se inclinando
pra mim.

Dienstag, Juni 23, 2009

teto azul marinho

Eu estava tomando banho e quando fui lavar o joelho esquerdo me deparei com uma enorme mancha assim azul marinho, bem escura mesmo. Fiquei apavorada, pensei se poderia ter algo a ver com diabetes, trombose, essas coisas. Não era uma mancha de bater com a canela na quina da cama, sabe? Era quase preta mesmo, e indolor. Daí lembrei que hoje pelas 6h da manhã, ainda meio dormindo e meio me vestindo, puxou um maldito fio da minha meia-calça preta fio 80 nova. Eu fiquei muito puta, tipo, que maneira de começar o dia! Não pensei duas vezes e peguei o vidro de esmalte azul marinho na prateleira (homens: a técnica consiste em aplicar com delicadeza uma pequena pincelada de esmalte no local do acidente, de modo que o pequeno furo seja coberto e não se alastre), foi meio desajeitada a situação, porque só acordo todas as faculdades mentais pelas 8h, com meu capuccino do Antônio. Enfim, meio que peguei o esmalte a la loca, meio que derramou e meio que manchei a perna no processo; pude perceber no banho. A mancha azul marinho potencialmente cancerígena ou algo do tipo nada mais era que esmalte azul marinho. Eu, como uma boa hipocondríaca, pensei imediatamente: "mas e se não fosse? Já imaginou que horror um dia ter 42 anos, por aí, e aí estar tomando banho e se deparar com o enfraquecimento do organismo assim explicitamente? numa mancha roxa? Já pensou que eu tenho que começar a me preocupar com possibilidades de doenças que eu não me preocupava há 10 anos atrás? Oh, céus, 10 anos passam voando." --- daí saí do foco, claro.



Bom, mas não importa. Eu tive esse teto aí no banho e resolvi começar com ele, porque tenho refletido sobre a hipocondria e eu tenho medo dela, porque ela é paradoxal (como eu), logo combinamos. Pensa só que bizarro: tudo que não é saúde, é problema de saúde; problema de saúde pode levar à morte, logo, o hipocondríaco tem medo da morte. OK. Nenhuma novidade. Mas podemos pensar a morte como o IGUAL e a vida como a DIFERENÇA, no seguinte sentido: tudo que está parado, está morto, estático, não muda = igual. Tudo que está vivo está em mutação, em caminhos muitas vezes erráticos e seguindo leis complexas. O corpo humano é a máquina mais complexa do mundo, logo, o hipocondríaco tem medo de complexidades (importante ressaltar que, me parece, todos problemas que não sabemos explicar estão associados a uma tendência de atribuir sua causa a um 'problema de saúde' - exemplo: pedofilia). O hipocondríaco tem mais que medo da morte, tem medo da vida. Na verdade ele deseja a morte. Ai que medo. Eu não quero morrer. ---- Já falei que amo meus amigos hoje? Eles são as pessoas mais afudês do mundo. Você já abraçou um amigo hoje? ---- Na verdade, o hipocondríaco tem medo do IGUAL porque não aceita a DIFERENÇA, eu acho. É um paradoxo, eu também acho.

De qualquer forma, eu não sei se acho válido discutir esses assuntos, é mais ou menos como a história do ovo e da galinha. Hoje, conversando com uma amiga, cheguei a conclusão de que esse é um problema de gêneros, talvez (tipo, quem veio antes, 'O' ovo, ou 'A' galinha ---- o feminino ou o masculino?), pode ser um probelma da Arte (quem veio antes, o processo criativo ou a obra? a ciração ou o produto?), como pode ser um problema de outras mil coisas; mil coisas que andam em círculos, mas mesmo os círculos são fechados para o exterior, eles ficam dentro do mecanismo da roda; tem um fim, tem um ponto que se liga a outro ponto pra fazer o círculo, mas na maioria das vezes ele é imperceptível e causa sofrimento ao círculo, eu acho. Uma sensação assim de estar perdido. Eu acho que não é assim que a gente se encontra, se perdendo. Eu acho que é raciocinando, o raciocínio é sempre o limite; e o maior tolo é aquele que sempre acha que precisa dizer a verdade. Será? Dizem que existem dois tipos de tolos: aqueles que acham que sabem a verdade, e aqueles que acham que sempre precisam dizer a verdade. -- é uma coisa assim, não tenho bem certeza, aprendi hoje.

Eu não sei. Eu tô lendo um livro bem místico, se chama "Right Use of the Will - healing and envolving the emotional body." É um livro bastante interessante, porque fala da vontade e da aceitação da vontade, fala do desejo como luz e da luz como amor. A grande pilha é aceitar o desejo. A autora diz que o caos chegou por meio da negação de desejos por milhares de anos. O problema é que ela diz que a gente HAVE TO aceitar o desejo. Eu acho isso um pouco contraditório: número 1, porque negar a negação também é negação; número 2, porque me parece mais hedonista do que qualquer coisa essa lance de sair aceitando todas as vontades, paz e amor e woodstock. Eu acho que é válido assim como é válido um livro de ficção científica: pra se pensar como poderiam ser as coisas se os terráqueos tivessem todos essa criatividade linda pra enxergar muito além do próprio planeta, do universo e do cosmos. Eu acho legal como a autora desse livro, assim como muitos autores de ficção científica (exemplo: Kurt Vonnegut) enxerga a vida interior como algo tão simples e livre. Eu acho lindo pensar que uma alma pode salvar um corpo, mas eu não acredito que uma alma possa ser doutrinada, assim como não acredito em discos voadores. Será? Talvez eu acredite em tudo isso, de uma maneira diferente. ---- Eu já disse como eu amo os livros, hoje? Todos eles, até os do Paulo Coelho - só que de uma maneira diferente? -------

O livro esse é "received by Ceanne De Rohan"; eu entendo que o narrador é tipo Deus. É bem peculiar a incongruência do tipo auto-ajuda (adoro); estou na página 25 e observei uma quantidade absurda de HAVE TO e MUST HAVE, ao mesmo tempo que ela (ou ele) fala em liberdade e que a única regra de Deus é o amor, algo assim. Ou talvez eu esteja semanticistazinha freak mode ON.

Eu gosto desse livro, sempre que eu o fecho eu posso dizer que estou mais feliz. Não sei quanto dura, talvez dois cigarros. Mas é bom. Me dá uma sensação de soul power. Depois eu fico bem confusa; eu tenho medo de pessoas paradoxais porque eu também sou (será que Deus é hipocondríaco?) --- não tô querendo me comparar com Deus.
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Sorte de hoje: do velho Buk ----- "The luck of the fool is inviolate."
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Eu devo ser louca de me achar uma pessoa de sorte, mas eu realmente me acho. É que eu tenho os melhores amigos do mundo. Eu sempre me senti muito sozinha apesar de ser muito ligada a minha família; sempre fui uma pessoa meio isolada. Ainda hoje, eu sou; mas o passar dos anos ao lado de pessoas que permancem me fez enxergar que essas pessoas me aceitam do jeito que eu sou. Aquela coisa bem sorte do orkut: amigo é aquele que conhece teus defeitos mas te ama mesmo assim. Eu demorei 27 anos pra me dar conta que eu tenho amigos, de verdade, e isso me faz não ter medo de nada. Bom, quase nada. Mas qualquer coisa, eu sei que posso chamar o Floco pra ir na pracinha fazer um ritual da amizade.
bjsboanoite

medo

de: gabrielalinck@ig.com.br
para: gabrielalinck@ig.com.br
data: 23 de junho de 2009 13:49
assunto: Coincidência...?
ocultar detalhes 13:49 (7 horas atrás) Responder

Coincidencia ..? Abra teus olhos querido(a) Mateus 10:21E o irmao entregara a morte o irmao, e o pai o filho; e os filhos se levantarao contra os pais, e os matarao... Querido(a) Deus tem avisado desde a criacao...Renuncie ao mundo vem pra Jesus .Leia a biblia todos os dias.

Freitag, Juni 12, 2009

então tá, então!

não era nada do que eu pensava, eu me enganei mais uma vez, que novidade! aqui dentro o telhado de vidro desabando na minha cabeça de carne, ah, eu não suporto mais essa dor do engano; o engano de sentir o amor em poros de suor e é só suor, só fadiga líquida, mas nada. eu acho que às vezes poder ser que o amor apareça assim: de um cansaço, de uma necessidade de repouso. é como se as pessoas fingissem que amam meio que acreditando no fingimento, tipo por uma semana; como prazo pra antibiótico fazer efeito, e depois deu. o amor é às vezes um antibiótico: meio caro, meio desconfortável pro corpo, meio sacana mas eficaz.

não. se é antibiótico não é amor, á anti-vida, não pode ser amor. eu estou bem cansada de usar essa palavra AMOR, quanta banalização inútil! eu nem sei o que é o amor, eu fico é alimentando apegos por seres humanos que comem, cagam e dormem. isso não pode ser amor. eu fico alimentando carinhos e mentiras do corpo. ah, benditas mentiras do corpo. eu não sei porque estou escrevendo isso. eu não vou dizer de novo que é tudo tão ridículo de etc. eu só não queria estar enganada mas paciência, eu estou até me acostumando com os enganos. e voltando ao assunto do costume, de alguns posts atrás, eu acho que ele pode ser bem positivo nesse sentido: o costume pode agir como uma arma contra surpresas desagradáveis, a gente se acostuma tanto com o engano que ele acaba virando uma parte chata do jogo, nada além disso. o costume faz a gente ver tudo como um grande jogo onde é necessário achar a estratégia certa com a qual valha a pena se acostumar. quem sabe não é tudo uma questão de estratégia e costume e, é claro, calma. tenho chegado à conclusão de que a calma é a maior benção da qual os seres humanos podem usufruir. eu acho que ter calma não á nada fácil, eu não sei como faz. eu a procuro de formas não muito sadias, na maioria das vezes; como numa carteira de cigarros ou num copo de whisky. eu queria achar a calma de outras formas. na verdade, toda essa minha obsessão com o amor tem a ver com um desejo de encontrar essa calma nesses arredores românticos. eu "as vezes acho que uma boa dose de amor pode trazer calma, mas talvez eu esteja procurando esse amor nos lugares errado. pensando bem, eu acho que o amor é o tpo da coisa que não se encontra quando estamos procurando, porque "procura" lembra também "perda"; só se procura aquilo que se perdeu. e a sensação que fico é como naquela música do renato russo: "essa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi". eu acho que essa frase define bem como se sente uma pessoa em busca do amor. aliás, define bem uma pessoa que se PERDEU no meio da busca. é uma busca um tanto estonteante, realmente. sabe quando an gente tá procurando uma coisa e de repente pára no meio e pensa "putz, o que eu estava mesmo procurando?", num contexto que normalmente chamamos de SEQUELA? pois eu chamo de saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi. tudo que se esquece não é importante, a memória é a reguladora do sentido, já dizia a professora de semântica. mas restam dúvidas, sempre restam; e é por isso que elas também sempre voltam, principalmente no meio da BUSCA. mas e aí, como a gente sabe onde fica o meio da busca, se não sabemos quando exatamente ela chegará ao fim, levando em conta que buscas pressupõe caminho, curso, passagem? ah, não sei. mas eu acho que nem sempre é sequela, acho que pode ser um lampejo de razão no meio de uma série de insanidades que não se conectam e daí POF, dá um choque de falta de conectividade.

falar em conectividade, tô meio wireless, perdi o FIO.

Donnerstag, Juni 11, 2009

aos leitores preocupados na minha caixa de e-mails:

eu não vou me matar. eu nunca jamais pensei nisso. acho que com esses meus escritos, no fim, eu não cheguei a fazer ninguém se sentir nem 30 por cento de como eu me sinto.


não tem nada a ver com morte, tem a ver com renascimento e preguiça. tem a ver com esperança e força de vontade. tem a ver com trabalho e realização. tem a ver com dinheiro e com amor. tem a ver até com maquiagem mas, com morte, não, não tem a ver com morte.

calma.

tá tudo bem.
nada como mogwai para acalmar a alma.

eu amo todos os poros de vida ever.
eu me sinto leve como um mistério
que paira
sem vontade de resposta
pra que desvendar
pra que saber
?
só quero dormir.

e eu me pergunto
com o que você
se importa
meu amor?

cadê a sua alma,
meu amor?

o que você BUSCA?

eu busco uma rotina que vá acabar sempre nessa hora misteriosa e linda, uma rotina com a qual eu possa acabar todo dia sentada no jardim olhando o céu e as estrelas com minha xícara de café e meu cigarro e meu notebook. eu busco, quem sabe, um dia dispensar esse cigarro. eu busco me livrar de todos os vícios para poder sentir melhor a energia REAL que pulsa na superfície da vida. eu busco o fundo escondido na planície supérfula das impressões primárias e genuinas. eu busco uma canção do mogwai dentro de mim, pra depois poder dançar um sonics, entende? eu busco meu bloodflowers interior, só que sem sangue,

eu busco essa paz de céu azul marinho que não ofusca com o brilho nem amedontra com o pretume completo.
-
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a criança dentro de mim,
.............................................ela nunca virá me dar tchau, ;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
e eu já sei, eu já estou convencida. fica aqui comigo, então, bebê alma tão bonita que eu amo. eu amo a minha alma e eu busco, bem, eu busco aquecê-la com o calor do meu pensamento. mas o pensamento, bem, o pensamento nem sempre ajuda muito. então eu busco, eu busco o meu coração, quem sabe pensar com o coração mas, meu bem meu bem, é tão fácil confundir coração com irracionalidade, imprevisto, impulsividade e fracasso.

eu busco, não sei. eu busco meus livros pra esvaziar a cabeça e minhas músicas para processar o vazio. ah, eu não sei,

eu estou tão cansada,

boa noite.

glad to be unhappy (ahan)

que mania as pessoas cultivam de querer compartilhar misérias quando na verdade deveriam estar cortando as unhas ou lavando suas roupas num dia de sol invernal, não é? affe. não sei mais. vou escrevendo com culpa, vontade, desespero e raiva. eu estou confusa. eu estou quebrada, eu estou quase morta de desejos e amarelos e azuis e infernais palavras que saem sempre as mesmas se eu não penso "eu quero ser criativa, eu não quero ser uma retardada iludida por contextos envolventes e vazioss. eu não quero TER QUE pensar em pessoas e suas escrotisses, ou suas aventuras, humores, dúvidas, fraquezas... eu quero QUERER". ah, fodam-se todos. e me odeiem também. e me achem infantil. e esqueçam esse blog de merda, parem de voltar pra ver se simplesmente se encontram numa linha qualquer. affe. só estou eu aqui, eu estou SOZINHA aqui, entenderam? não tem mais ninguém; não tem entrelinha, não tem metáfora. cansei afu de tudo isso. cansei afu de todo mundo. vai todo mundo aprender um instrumento musical, por favor. parem de ler jornal, por favor. parem de me dar nojo antes que eu sufoque com o próprio vômito. oh, me desculpem, talvez eu seja muito KRAUT para uma senhorita, mas quer saber? tô rebelde.


eu queria de fato que hoje o mundo explodisse numa bolha cósmica.
será que por algum momento na vida eu consegui, escrevendo, fazer com que alguém se sentisse pelo menos 70 por cento do jeito que eu me sinto?

amor amor amor
o caraleo
com o amor.

no fim a gente sempre se fode, de qualquer forma. como disse um amigo, se você ainda não acha o amor uma grande besteira, é porque ainda não se fodeu o bastante com ele; o bastante pra aprender que todas as coisas que acabam te fodendo são uma grande e fedida merda que você deveria simplesmente levar pessoalmente ao esgoto, como uma espécie de oração.
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( MENTIRA, EU NÃO PENSO NADA DISSO SOBRE O AMOR. EU VIVO PARA O AMOR. O AMOR, INCLUSIVE, DEVERIA SER DEPORTADO DO CENTRO DA MINHA VIDA POIS É LÁ
QUE ELE SE ENCONTRA. EU AMO O AMOR. eu vomitei um pouquinho uma raiva passageira do amor, mas já escovei os dentes.)
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argh. sim, eu estou violenta com as palavras, sim, mulheres não deveriam tentar ser o bukowski. sim, mulheres deveriam ser mais persistentes ao tentar gostar de hemingway, deveriam tentar usar menos adjetivos e menos citações. as citações funcionam como uma espécie de tentativa de dar credibilidade a um texto totalmente demente; tipo "vejam, não sou tão idiota, já li bukowski e hemingway". AH, quem não sabe disso. ah, eu deixo de falar tantas coisas porque acho que são óbvias, mas a partir de agora vou falar, vou falar porque foda-se, entendeu? ai ai. eu estou sendo irônica, ok? eu não usaria tantos palavrões numa espécie de discurso sério, reto, sei lá.

GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH


O QUEEEEE????


nADA.
é pra ser demente mesmo
é pra ser DOR DE DENTE mesmo
será que vocês
CONSEGUEM
sentir algUMA
DOR?


será que vocês
CONSEGUEM
lavar o caBELO
SEM
condicionaDOR?

fica a reflexão.
ou o asco,
ou o adeus.
ou tudo junto
numa bola de neve
bem gelada
pra presente

é
pra
presente?


não!
é pra passado
mal-passado

que fique cru
que apodreça cru.

NÃO
não quero conversar.
não quero TOMAR UMA CEVA,
AFFE.

quanta normalidade nessa vida!
quanta mesmisse!
quanto tédio motivacional!
quanta atividade babaca
para recreação!


odeio todas.
nem tentem me divertir.
nem tentem me fazer rir.
eu odeio comédias.

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(MENTIRA. EU SOU INCAPAZ DE TER ÓDIO NO CORAÇÃO.)

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eu acho o bressane engraçado.
mas não de rir.

talvez
com o
canto
da boca

boca
suja
boca
suja

que vergonha, gabriela. um dia; vai que um dia todo mundo acredita.

POOFFF
(fim do post-soquinho-estomacal)

crime e preguiça

Eu penso que preciso voltar a escrever com letra maiúscula no início das frases. Eu acho que escuto as mesmas músicas desde os 11 anos, algumas; e são justamente as que me tocam afu. There's a light that never goes out; elas são assim: uma chaminha de emoção que remete a uma espécie de zona de conforto. Será que a infância é mesmo uma zona de conforto? Eu não sei exatamente o que é conforto, mas me remete também a uma certa idéia de tédio, apatia, rotina e costume; todos misturados num tipo de condiciona-dor da alma com aloe vera, sabe? Uma coisa pra tornar todas as outras (coisas) mais fáceis; mas como só uma única idéia poderia nos salvar de todas as outras? Sou humano e preciso ser amado como todos os outros (humanos)? Não é um pouco melancólico; que nós dependemos de demonstrações de carinho alheias para crescermos moralmente sadios e sexualmente seguros? É um tanto melancólico, no mínimo, eu acho. - vou trocar a música -



The Shins é uma bandinha de merda, não é mesmo? Te assusta que eu diga MERDA, ou pior ainda, estou personificando um corpo textual quando DIGO DIZER, pois na verdade esse texto apenas se limita a TRATAR DE alguma coisa. TEXTOS NÃO FALAM, TRATAM DE; não é um tanto melancólico, no mínimo?



RUN RUN RUN



Que bandinha de merda - vou trocar de novo - enfim; talvez seja isso, ficar trocando eternamente: de música, de amores, de ares, sei lá. Eu tento falar sobre isso escondendo as lágrimas nos olhos pois meninos não choram, rá! Eu sou menina, rá! Não consigo rir igual, nem colorir as minhas mentiras o bastante.



Mas voltando ao amor alheio, eu não sei; não sei se existe um amorômetro de emoções sensíveis ou algo assim; tipo algo que medisse a capacidade sensível de doação individual. Eu custo a acreditar que exsitem pessoas más, prefiro pensar que são simplesmente pessoas carentes de abraços e incapazes de amar. Eu não sei se penso mais assim, no entanto. Eu acho que quando uma falta de amor fica ostensivamente perto de mim, a ponto de eu achar a pessoa malvada, eu não sei, não sei mais se tenho pena dessa pessoa ou nojo. Eu não acho nada fácil sentir nojo de alguém, na boa. Eu acho que a misericórdia é sempre muito mais forte, ou deveria ser. Mas, na real, pra mim é muito fácil falar, já que não tenho um pingo de altruísmo na veia. E, se por acaso eu aparento ter algum, podem acreditar que isso é uma forma de egoísmo extremo: praticar solidariedades para me retratar comigo mesma, para me punir do sentimento ególatra constante, ou algo nesse patamar. E não seria esse egocentrismo todo também necessidade de ser amado? Eu não acredito em solidariedade genuina, mas quem se importa? Quem tá passando fome com certeza não tá preocupado com as motivações existenciais daquele que por ventura o alimenta. Enfim. Não reflitamos, pois.





Voemos; voemos pelas margens singelas de um rio de nuvens a escoltar um arco-íris de prazeres magnéticos que flutuam nesse cosmos de sabores e sons e ventos. E cabeças? Oh, céus, cabeças. Cabeças são como espadas de plástico furando bolhas de sabão. Bolhas de sabão são como o mundo infantil; frágil, voador, fascinante, redondinho, transparente e ao mesmo tempo fluido e misterioso. Oh, céus, fazeis com que estas espadas não furem tais bolhas de sabão. Oh, céus, fazeis com que teu azul derrube todas as pontas e arranhadores de bolhas de sabão em potencial. Céus, limpai-me do mal, ontem e no olho remelento do homem vesgo além.

Mittwoch, Juni 10, 2009

não tenha medo.

de qualquer forma, você nunca vai mudar o que vem e o que foi; não tenha medo: brilhe, tente não se preocupar, um dia todas as estrelas vão cair, de qualquer forma forno fornicando como assim? pq você tem medo? todas as estrelas vão explodir sobre nós como uma chuva de cósmicos pastores que vagam de lilás por uma selva de marinheiros impecavelmente vestidos de azul e marinho e branco e chapéis que escondem um cabelo muito amarelo ovo-podre na panela da menina brincando de fazer comida no jardim da casa da vó.

então não tenha medo, diga pro seu coração parar de chorar, eu estou bem aqui, mesmo distante eu sempre estarei, como se você fosse aquela pérola entre os porcos, ou aquele macio de almofada com tecido sedoso entre todas as carcaças felinas do mundo.

ai ai uai wild honey
sweet sweet honey bee

nem tudo é mel na vida abelha, nem tudo é whisky no copo da gabi. tem um gosto de wildhoney que às vezes não é bom, só é sweet sweet mas açucar também pesa;


GOD
she's so sweeeeeeeeeetie
wild honey
tão alva jovem bela inocente i i i i
maculada
PQ PQ PQ
PQ PQ PQ
tudo é um eterno
PQ abreviado
acho que a tendência é eles ficarem cada vez mais breves até só caberem numa música dos smiths apreciada com chá verde uma vez por semana. oh, wild honey. pq pq pq você não está aqui com seus vinhos e vegetais. oh, wil honey, pq eu estou aqui e não em manchester ou berlin
ou marrocos ou marrecos que somem quando seu habitat natural congela num livro do salinger. pq eu não estou num livro do salinger?
--------------- i wanna go home, i dont wanna stay.


00
minhas amigas são as pessoas mais afudês do mundo.

00

e eu estou feliz; com a minha contradição, com a minha miséria intelectual, com meu humor cambaleante de mulher cansada e persistente, persistente enquanto toma chá de morango e cansada quando toma suco de maracuJááá;

EEH. Ok, amigo
se você veio atrás de sentido
aqui não é o lugar certo
se você veio atrás de literatura
séria e engajada
aqui não é o seu lugar
se você veio atrás de poesia
aqui também não é o indicado
se você veio atrás de mim
bem
você vai me encontrar
se você veio atrás de mim
só olhe pra frente
pois é lá que eu vou estar

atrás
das palavras

ou não.

quando eu era uma garota
eu era confundida por você
todas as músicas que escrevi
foram pra você
agora estou feliz
que você está tão longe
tão longe no tempo
no tempo que
eu via a montanha
dentro de uma concha
de plástico
furada
com caneta bic.

você que é do tempo da tv de tubo
você que é minha mulher de peles
em uma moldura
num livro do kafka
você que hoje me inspira citações
e não mais cartas de amor

você
todos são
você

o inimigo não é o verbo
e sim o pronome.

Mittwoch, Juni 03, 2009

stop crying your heart out

ccccccccccccccccccccccccchhhhhhhhhhhhhhhhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuinf
i'm scared i'm scared

pois tudo que eu tenho
é
não
try not to worry
oooooh
stop
stop
eu acho o mundo tão triste
quando vejo coisas monstras
que quando quero dizer
contar como é monstra
não consigo não consigo
pq no fim
sei lá
eu devo ser do bem
ah eu sou
simples
bem bem bem
simples
seja qual for
a acepção
pra bem
stop crying your heart out
tá tudo bem
tudo vai ficar bem
ah eu queria tanto ter 13 anos e comprar um saquinho de ovos de chocolate, sentar ao lado da caixa de som com meu disco do the cure; boys dont cry e tal, e tudo estaria calmo, resolvido. resolvido não, resolvido nunca, resolvido nem quero. será? pare de pensar? você aqui do meu lado, será? não
ninguém
não
nunca
não precisa não precisa não precisa
precisa de carinho amigo na sala de aula ensinando os pronomes, precisa de palavra amor amor lealdade saltando no coração do texto
precisa de amor amor pelo mundo, estrela cosmos, pressa não
pressão não
bolha de submarino
lenta
voa na água morna
quente
morna
fria

dança
dança
que eu quero
cair
não rodar
cair
em prantos
fantas
jantas de mármore
papéis de pérolas
falsas
descascadas
no colar da madame velha
não quero
não quero ser velho


mas pensando agora, essa coisa da idade, é tudo tão pouco, tão fraco perto do que realmente dói. e tudo mais; também tudo tão pouco. tudo que nem anima nem desanima, como um dia frio e agradável, como adjetivos que não dizem nada e verbos que flutuam amigos pelo meu oceano semântico psicótico. se eu não vejo razão? é claro que eu vejo é tudo tão escuro! e é claro que eu escureço pq não é tão fácil brilhar e a gente fica escrevendo qualquer coisa pq não adiantaria mesmo o esforço. o esforço dói na cabeça, no estômago, no pé e na pálpebra. o cansaço me pega pelos tornozelos, me arrasta pra varanda e me manda trocar de música;

dois minutos para trocar de música. oasis. algo brega, por favor; garçom, quero chorar.

PAUSEN

voltei. vou chorar vou choraaaar, baldinho. obrigada baldinho, obrigada colega, obrigada mundo por me obrigar a ouvir músicas tristes e bobas. somos todos tão bobos, no final. onde queremos chegar? um dia você vai me achar numa garrafa de champanhe in the sky, isso sim. atirada assim, por alguém que não me quer mesmo, e com razão. sonhando um sonho que eu nunca sonhei eu queria depois, depois dos biscoitos, me responde, bem rápido, pq tudo isso?

CAUSE PEOPLE BELIEVE THAT THEY'RE GONNA GET AWAY FOR THE SUMMER.

tudo mentira. a gente sabe, baldinho. a gente sabe.