Donnerstag, April 24, 2008

grande descoberta

o que eu penso e sinto não é literatura/ é necessário manufaturar a palavra.


mas aqui só o caos domesticado sobrevive.

larguei os filhotinhos no mundo, sem jamais me sentir responsável pelo que se tornariam; como todo filhote de mãe desleixada, tornaram-se monstrinhos repugntantes em sua insignificância. agora, como toda e qualquer mãe delsleixada que contempla os filhos-adultos-resultados miseráveis do passado, só me restam os conselhos e, portanto, digo apenas que se um dia eles se aventurarem a voar como pássaros, que aprendam a cair sozinhos como gatos.

(...)

mas talvez eles sejam paraplégicos. ou surdos.

Q?

nada. sempre nada. besteira reinante. diarizinho ordinário.

ADEUS.

[ processo de abandono ]

------------estou me desvencilhando desta página morta. respeitem minhas tentativas frustradas. e tenham tédio, muito tédio de mim. obrigada. e adeus-----------------

Mittwoch, April 23, 2008

das letzte wort

Acabo de encontrar, depois de contemplar a tabela de casos da língua alemã,o grande mote da minha personalidade: a contemplação. Tenho notável talento para a arte de ver e me auto-alegrar com as cores e as variadas formas e contornos que podem assumir os meus objetos de contemplação; sejam eles palavras, números, desenhos ou fotografias. Enfim, natureza viva ou morta, organizada ou caótica. Contemplo o caos e ambiciono o bem supremo-impossível. O excesso de contemplação também me faz confusa na tentativa de estabelecer contato e me fazer compreendida. Sinto que nesse texto estou melhorando no processo de transformar tal deficiência em uma vantagem, quicá a maior vantagem, quem sabe meu maior trunfo. Enfim, acho que passei já demasiado tempo contemplando as reflexões demontradas nas frases anteriores. Começo a me confundir. No fundo é sempre o medo; o medo, a culpa e a timidez; trunfo da auto-ajuda e afinal qual o problema? É que ás vezes, assim, no meio do processo criativo, me dá essa vontade de falar em toc-tocs, como se estivesse a fazer música no teclado. Porém o ritmo dispersa, assim como essa vontade de escrever e compartilhar me dispersou da tabela de casos da língua alemã. Como resolve? Voltando. Ir e vir, navegar é preciiiiiiiiiso, viver não é preciiiiiiiiiiiiso; acho que foi o Caetano. E sim, viver não é preciso, no sentido de 'definido', 'exato'. A precisão está na lei do eterno retorno. 'Bem delineado'? Tudo bem, desculpa, já estou nitidamente me dispersando. Peraí. Desculpa? Vocês estão vendo? Medo ---> Culpa -------> Timidez. E pronto, sempre acabo um post como esse assim, tímida. Ou auto-sugestionada. Me sentindo uma chata. E agora já me dá vontade de colar aqui uma frase qualquer da Billie Holiday chegando aos meus ouvidos-soulseek-media player. É a maldição da internet domiciliar no Brasil. Porto Alegre? Não é o problema. 'The problem is you'; sim, Sex Pistols. Eu e minhas citações. Mas, voltando a timidez acho que definiria tal sentimento como um vício necessário, pois é funcional no processo de aceleração do desenvolvimento místico-interior.
Q?

[...]

Reflitam.

Dienstag, April 22, 2008

cometa

explode, BUM! fere, atinge, mata. meus cometas só querem voar e voltam só depois do pico, vertiginosamente. meus cometas são rosa pink com bolinhas roxas. chega de cores, de amores, de rimas. ai, chega. chega de tudo isso. tudo tão vão-vazio e solitário. chega de inútil, let's pretend we are dead. let's pretend qualquer coisa mas vamos sair daqui; aqui não tem futuro, não tem graça, não tem pequena alegria cotidiana, é só desgosto e nem sequer enxuto. é só margem e ainda tem que arrancar os fiapos que sobram depois de arrancar do caderno. os restos, malditos restos que não buscam só lotam e esgotam. engasgam. gotejam. fama e divórcio, lua e jangadas, ai, tanto faz qualquer um desses, qualquer imagem, palavra, representação. tanto faz se azul ou fevereiro, sabe. tanto faz, você não está aqui, nem nunca esteve; almejada inspiração epifânica. e impossível. aqui. em mim. adeus. removo. recolho ao controle remoto. ESC? DEL. I don't care, I don't like, I don't cook. I'm a mess and so are you. Vamos nos manter distantes e calculistas, o mundo novo é assim. Boa sorte, de coração, e dedos gelados.

Montag, April 21, 2008

convício

acreditou por longa data na máxima da 'sociedade que destrói o indivíduo'. morou durante muito tempo em uma ilha com internet voadora e formou-se modista por meio de um curso à distância que consistia em envios textuais/pictóricos aos superiores e diálogos com os mesmos em salas de bate-papo acadêmicas-específicas. arranjou um emprego no continente como bordadeira-criativa oficial de um grande estilista cujas fantasias eram assíduas das vogues européias. forçou-se, então, ao convívio em sociedade. trabalhou durante um bom período na fábrica corte-e-costura. pediu demissão logo após ter os botões de todos os bolsos das camisas de sua nova autêntica-coleção roubados pela vizinha de ateliê. jamais retornou à ilha.

Montag, April 14, 2008

e por isso os bares estão cheios de gente vazia

"Amar o perecível, o nada, o pó, é sempre despedir-se." (Hilda Hilst)


Hoje eu não queria acordar de um sonho bom, e por isso, mesmo desperta, continuei a rolar na cama, num vai e vem de imagens vazias, cheias de despedida. Elas queriam ir mas eu queria que ficassem, pequenos quadros de beleza e inutilidade.

Hoje eu queria escrever sobre nuvens como flocos de algodão em um início-noite, e pensei no quanto soaria brega-vácuo, decidi então que escreveria sobre este meu sonho, no qual eu andava em trajes de banho por uma rua cheia de árvores e comemorações caseiras-desconhecidas. Os carros se acotovelavam em garagens expostas, as pessoas riam em muros baixos e fumavam cigarros com idosos-vizinhos. Minha casa e meu trabalho se localizavam em um mesmo edíficio-difícil reconhecimento. E eu andava em circulos de quadras-iguais. Que interesse há nisso? Nenhum, como não há também nenhum mal; e assim desvelam-se os porquês perfeitos, daqueles que não possuem respostas, nem graça.

Sonntag, April 13, 2008

aquele que fica sem título por um capricho de domingo

Há dias em que as cores me ferem, dias de laranja-explode, nos quais o negro-consome, onde o branco-cega. Nesse dias, há noites em que se necessita trocar de posição e se adormece com a cabeça nos pés, da cama; mas com os olhos na janela, do amor, e o jantar no coração, da cabeça. Nesses dias há jantares em que as comidas não nos fartam e o álcool que não nos faz esquecer. São dias nos quais o sono chega com o céu cinza de uma tarde chuvosa e vai embora no início de uma noite azul-chumbo, nos deixando dispersos no meio do fim meio-claro que se inicia escuro. São dias de tardes mortas, e de mortes vivas.

Samstag, April 12, 2008

OUTrínseco

How could people get so unkind?

Tenho um outono dentro de mim, nesses dias Neil Young na virtola, encontrado em meio ao pó dos discos esquecidos, mas que não encontro, procurando o meu amor. Sou sozinha agora, e estou única. Estou achada em folhas amarelas de árvores vivas como veias de máquinas-corpos em composição; nesses dias de tortas e empadas sobre a mesa na toalha de estampa florida, sentada ao pé da janela escureço junto à noite que chega abraçando um sol de céu laranja. Nesses dias de achar sem perder, sou um walk-talk nas brumas de uma cidade futurística, procurando meu amor entre as folhagens molhadas de refrigerante; sou onírica em tempos de levantar tijolos e braçal em épocas de piquenique no parque. E lá longe vou guardando o mais próximo de mim, ou finjo, e me engasgo em melodias de espelho, te procurando em olhos de vidro sem cor. Me perco em ouvidos de cera pelo caminho de terra-sonho. A terra é árida como a perseguição implacável da cidade que procura o rio-desperto. E engole todas as águas. E se enfurece sem pudores nem motocicletas, apenas a garganta sedenta de uma louca paranóica que busca a felicidade em cruzeiros tropicais. Tenho um verão dentro de mim, nesses dias de calor-digestivo-estômago, que me incendeiam a aldeia de mortos guardada a três chaves no meu corpo; eu as chamo inverno, primavera e outono, minhas amiguinhas-depósito das tardes sem sol de um dezembro negro. Mas chega de imagens, chega de digressões e artifícios. Não me levem a ruim, estou apenas procurando um pedacinho de mim, quem sabe perdido nessas vilas que entrevejo nos cartões postais da minha natureza inconsciente; e me respondo: I don't know, Dr. Young. We never Know. E os velhos também não.

Donnerstag, April 10, 2008

[cause it's a violent world]

[you take care of me
and i take care of you]

e me deixo levar assim pelas melodias doces, me deixo abandonada aos teus encantos e acordes, e adormeço nos teus abraços.


intensa. e foda-se. sempre fui assim. eu me amo, eu não consigo viver sem ti. senta aqui do meu lado e acende pra nós, vamos contemplar esta bela música sob um céu de estrelas escondidas atrás das luzes da cidade. não, não vamos conversar. e eu sei que tu me entende, eu sei que tu é a única pessoa em the whooole world que entende meu ponto de vista sobre as palavras vãs. e eu te amo tanto desde ontem. e te amarei mais desde hoje. e pouco importam as bebidas, os cigarros e as pistas de dança, se temos um ao outro e nosso jardim de ervas. pouco importam os exageros e os deslizes, se escorregamos um no outro. e é tão bom escrever na tua pele, é tão bom o teu joelho, o teu maxilar e a tua saliva. e é tão brega falar de amor, mas é tão amor ser brega.

[when i meet you i was just a kid, so i gave my heart completely]

BUT I WAS NEVER YOUNG!

standing on the right so you're printed on the left

'Mode, erklärt Garance Doré, sei wie die Creme zwischen zwei Kuchenhälften - sie halte alles zusammen.' [ Die Zeit, online]



Para os diabos com a moda, com a figura, com a massa indistinta de pensamentos; para os diabos com as regras, as sugestões, os conselhos. O que importa é a Aids, o que importa é a dor, o que importa é a morte, o que importa é chamar de vida o que nos acostumamos a chamar de Deus, e chamar de Deus o que nos acostumamos a chamar de Demônino. Devil's haircut, I slept with the Devil, I am Dervil's new luv, Teufelswerk and so weiter... MODA, o demônio tá na MODA.

Mood
emos
então
a moda,


vamos falar de blogs amadores, fodam-se os ponto.com, fodam-se a elegância virtual; vamos falar da moda da Azenha, vamos falar dos discos em capas mofadas de papelão em lojas do centro da cidade.

Não aguento mais essa cidade.

LET'S PRETEND WE DON'T EXIST, LET'S PRETEND WE ARE IN LOVE.

Desassossego como um mar de ressaca no inverno, trazendo para a areia as mais belas e afogadas jóias, descansando sob o sol que se mistura ao frio e ao céu azul. Blues, marca da tristeza; a palavra forte, a força das palavras, a falta de nexo e o excesso de vírgulas. O excesso de amor pelo mundo me faz odiar as pessoas, sinto todas tão distantes, sinto tudo tão imaturo quanto uma maçã verde em um quadro de sala de jantar. Excesso de mim mesmo. Sinto tudo tão pouco como um grão de feijão num grande parto de porcelana. Sinto demais. Sinto que vocês não entendem, que se sentem muito espertos, que se matam por parágrafos aleatórios em páginas de recados virtuais. Sinto que vocês não são o que parecem com seus piqueniques ao sol e amigos fazendo careta em fotologs. O circo humano me cansa e me fascina, mas a festa da humanidade reunida serve só para dizer que estamos todos invariavelmente dentro. É isso, o que mais me irrita em vocês, os outros, os sem fotolog, é que não conseguem ao mesmo tempo criticar e ter noção de que estão dentro da MESMA MERDA. Assim, em garrafais, pra agredir, porque não sou Caio Fernando Abreu pra dizer coisas doces aos corações duros. Porque, mamãe, ninguém me entende. Porque, mamãe, a senhora é uma falastrona.



AAAAAAAAAAAAH, eu queria tanto escrever uma história de amor, uma história de gente boa com final feliz. Mas não dá. Eu acho bonito nas letras do Of Montreal, mas em mim não fica bem. Não 'senta', sabe?


Pois quero mudar os meus assentos. Quero mudar minhas concordâncias. Mudar minhas inspirações e meus substantivos cansados e velhos. A onda, o amor, a vida, deus... ó, ruína!


Esse não saber o que se escreve e essa necessidade escrever, esse não saber como evitar e esse desejo de devorar, massacrar, morrer em abismos de teclado.


AAAAAAAAAAAH, que morra, então; me deixa partir, me deixa desaparecer; me come com sucrilhos.

Sonntag, April 06, 2008

vampiro dos quartos possíveis

[you're my cuuuuuuuute pie, yes, you aaaaaaaare..]
=
=
=
=
=
=

Não sei no que vai dar mas, como sempre, vou indo, me deixo levar por essa pessoa que aqui do meu lado dorme, por vezes acorda, boceja e volta ao seu sono profundo; daqueles que foram mordidos e carregam marcas aos pares; assim descansa a querida vítima dos meus hormônios da vez - minha voz - assim voa na nave-cama-karma; algodão doce perdido no parque das minhas alegrias - minhas alergias curadas, meus travesseiros usados.
Roubei teu doce como de criancinha, mordi teus pezinhos perfumados de talco. Ursinho. Mindinho. Pequeno e singelo como todo o afeto, meigo como um balão que flutua nos teus sonhos de agora, de agora enquanto escrevo e te olho e te perco. Porque viver é perder a cada dia um azedume a menos. Poque morrer é deitar no teu abraço e sentir as peles do mundo. Como coelhos e gatos e pássaros, todos num só abraço. Porque te ter é abrir a janela escura de madrugada e não ter medo, só estrelas; e te ver brilhar como uma delas dentro do meu peito. Delas? Não, meu. E a possessividade grita, e vem, nocaute, briga, versa-vice. Visse o verso? Me pegou. E já eras. Voou o amor, mais pra dentro da minha janela. WRONG! É pra fora que se faz, é dando que se fica sem, é tendo que se atola as perdas. E os danos? Desconheço, vou vivendo e não entendo, tuas vozes de sonâmbula, morte.

Sorte? É o sono tranquilo da torta esfriando na janela.


Samstag, April 05, 2008

shame-on-me

take on me, é uma música do a-ha. eu tinha uma madrasta que gostava de a-ha. uma vez meu pai jogou uma fita cassete do a-ha-dela pela janela do carro na free-way. meu pai gosta de ac-dc (e ele fala 'acê-decê'), tudo em minús-cu-la pra ser mais loser.

mamãe, eu não queria ser loser, só moderna.

[a demência é uma sofreguidão das almas cansadas. os espíritos verdadeiramente superiores sofrem por sentir. quem não sente é feliz. quem escuta a-ha e bomba na pista é contente. percebam a sutileza.]

the lost art of being silly ou Navegar é preciso

Sento em frente ao computador, mudo os modos da cortina, depois mouse, luz laranja fosforecente, marujos em estantes limpas. Fresco, o ar que vem da janela rompe minha pele

suave.

Morno, meu traveseiro na poltrona giratória.

Chata, a música escolhida por mim no Media Player.
Moderno,
quero ser?
Tosco, trabalhoso, preguiça.

Areia movediça?
Me lambuzo na terra,
é bom.
Páro.

Pisca o Soulseek ; conversas com alemães para uploads.

Levanto.
Torrada
com queijo e
pavê
de chocolate.

Incrédula.
No meu quarto
a vela.

Mittwoch, April 02, 2008

carta de uma menina ruiva arrasada em quatro atos

Primeiro Ato.

Melancolia, Beto? Que nada! Isso é a falta que te faz o Rio de Janeiro, é da falta que se fez as areias e o amor, é da falta que se desfaz o mar. E deságua... Desagradando sensos estéticos com reticências, pluralizando essa angústia em nove pedaços de doce-avelã. Tu vai voltar, Beto? Traz de volta a minha alegria, a minha esperança, a minha bonança? Dança de chapéu? Traz uma ceva e um crivo? Tira essa Janis Joplin da vitrola, por favor. Não dá mais, Beto. Não dá mais essa tua melancolia, já mofou. Toma, come um pedacinho. Vem, vem de mansinho e senta, sente sem entender e entende as cores nos amores de ontem. Ontem? Com cerveja. Hoje, sem cigarros. Pra sempre, sem dinheiro, sem ti, sem metas. Mas essa música, Beto, essa música me penetra. Me recebe, Beto. Abre a porta, fecha os ouvidos, abre a boca, fecha o nariz. Não sei, Beto. Não sei mais como faz pra eles me entenderem, não sei mais como faz pra interagir com essa gente de chulés, mochilas e mensagens. Não sei mais como faz pra sentar na grama de saia e perna aberta. Não sei mais dançar ballet, será que ainda sei andar de bicicleta? O primeiro doce a gente nunca esquece, né, Beto? Pô, Beto, eu te amo tanto, te amo tanto pra poder dizer 'essa é minha imagem de amor', 'esse é meu garoto e essa é minha carta de amor'. Não sei mais, amor. Não sei mais te procurar, não me encontro em lugar algum. Não sei mais me emancipar e me diminuo no teu peito. Não sei mais pra que tanto peito, tanta pança, tantos sorrisos. Não sei mais pra onde foram minhas lágrimas. Não sei mais pra onde foram minhas dores do mundo. Não sei mais quem é ego, quem é posse, quem é razão, quem é coração, não sei quem me domina e não te controlo mais os passos; meu pássaro. Passado. Pasto. Passarela. Passa dor de sentir, sente o sentido do sangue borrado em carmim-unhas. Pega no meu cabelo vermelho-paixão. Tantos, tantos caminhos e esconderijos, tanto pega-pega e esconde-esconde e tu, Beto, tu nunca me amou. Tu nunca sequer me olhou e pensou puxa, que interessante, aquela garota pensa diferente. Nunca sequer te passou pela cabeça eu assim, capaz de sentir tanto e fazer tão pouco pelo bom senso. Tu jamais me amou assim nem assado. Frango-assado. Revista Playboy. Garotas nuas. Bandas de rock. Patricinhas de fotolog. Vai tudo tão normal por aqui, Beto, vai tudo assim, tão sempre, tão preso, tão vinculado, tão popular. Vai tudo assim tão óbvio, tão jogatina, tão aparente. É tudo aparência, meu amor. É a era da imagem, é a tua vez e a minha morte. Sorte? É o meu cansaço aplaudindo deitado.

Segundo Ato.

Jonas, cadê minhas meias, Jonas? Jonas, cadê meu jornal? Eu te odeio, Jonas. Tu me pega as coisas e some num ar rarefeito de marlboros tristes. Tu me corta os joelhos com a régua e me fere em descompasso. Tu me morde a orelha tacanha e me acaricia em dedos de mel azedo. Não dá mais, queridinho. Sai daqui, vai lavar esses calos alaranjados de podridão nefasta. Mefisto? Desisto.

Terceiro, desato.

Sua puta vadiaescrotomórbidafederal. Sua ladra, porca, desgastada em páginas de choro melando rendas e sucatas com açúcar de limonada. Me beija! Não quero! Muda! Não mudo, não mudo, não mudo. É tão confotável aqui, vem, deita pra ver, pode sim, morde o travesseiro, vai fundo, não é bom. Mas o que é bom? Sorte? Sai dessa, tira essa máscara de atriz pornô. Vai criar vergonha nessas caras e bocas. Vergonha? Criar? Não mudo, mas me calo. Calor. Calooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo R!


Quarto, mato.

Depois queimo
o mato
mas antes
vejo
o saco
do mosntro
que age
na paisagem
em trilhas
rumos
pintados
amados
esquecidos


adeus
adeus
adeus

dói
mói
consome

DRAMATIZO, SIM.


Beto, tu não tirou a Janis Joplin. Q?


NADA
ALMOFADA
SACADA
BIXARADA
BARATA
LAGARTA
NA MATA
ME MATA
DE AMOR


tudo ruim, tudo ruim, tudo péssimo. nada com nada sou eu. eu com eu sou tudo, assim, no meu quarto, sem ti, com a tua pena, e a dele.

PENA
umapena
desconsolada
dolorida
show me how


wannabe

ah

deixa

let this love flying die.
let this dead love fly,

maybe, maybe, maybe... summertime.

Um dia ele volta. Vai, Beto. Voa, venta, varia. Tu é minha varíola; minha doença morta, minha esperança torta.


Amar é bonito, afinal.