Montag, Mai 28, 2007

amputations

Dislexia o caralho. Eu não tenho pensamentos fora do lugar, eu tenho VOCÊ fora do lugar. Isso dói, porra. Some de mim. Me deixa vazia de álcool ou me dá um tempo pra ser irremediável. Escolhe. Me dá uma dose e nunca mais me telefona. Decide e desiste. Fucking mulherzinha. Os palavrões não vão te livrar de ser uma fucking mulherzinha. O trabalho não vai te salvar e eu sei que eles riem de ti na hora do intervalo enquanto tomam seus capuccinos de 8 reais. E eu sei que não há amizade onde se compra.
Um capuccino atrapalha muita gente.
(...) Era uma vez uma estrada muito longa, um Fiat Uno e um CD do Death Cab for Cutie. Era uma vez o meu sonho; andar ouvindo e ouvir vendo, olhando para um mundo emoldurado e ficcional, momentâneo; pequenas melodias de corações cansados. Trilha socorra. Aquele que caminha aos poucos fatiga mais do que o outro que corre brusco e fatal, mas a fatalidade é para os fracos, os corações moles e faceiros; não importa quantos anos tenha ou o tamanho da obsessão, o coração cansado sempre sabe. Saber que se sabe, eis o que devemos evitar.

Montag, Mai 21, 2007

the smiths is dead


“All about that Personality Crisis
you got it while it was hot
But now frustration and heartache
is what you got
(That's why they talk about Personality)”
(New York Dolls)



A palha natural é um produto essencialmente ecológico e of montreal por vezes se parece muito com beatles. A ecologia não faz nenhum sentido e meu gosto musical também não. Mas vamos nos soltar, querida egotrip. Nada pode dar errado, entende? Nada no mundo pode dar errado se pensarmos pela ótica da palha natural, essa é a regra; número 1. as pessoas são palha até que se prove o contrário ou não o são até que se faça o mesmo. 2. o fogo de palha é inerente. 3. essa situação é degradante, sempre.


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Me sinto muito sozinha e isso é bom. Emilie achava que era diferente das outras, ela gostava de se trancar no quarto e tocar violão, ela se achava deveras especial por isso. Um dia o violão resolveu conversar com Emilie, e ele disse que se sentia sozinho.

I WANNA FUCKING TEAR U APART.


Eu sou um fragmento and so are you. O mundo é feito de partes e a solidão de partidos.


Ei, eu estou falando com você. Can you hear me? Can you fucking hear me? A solidão não consiste em fechar os poros para os outros, a verdadeira solidão é compartilhada com a alma do universo, a verdadeira solidão é solidária e pura, é descontente mas passeia no corredor de chocolates do Zaffari e se sente confortada. A verdadeira solidão não é proclamável, a verdadeira solidão só pode ser sentida e jamais exteriorizada, ela é o todo, e não a parte. Apenas as partes podem ser compartilhadas, e as partes não dizem nada sozinhas. As partes são fakes. As partes são chocolates da Arcor.

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Tudo que é falso é fragmentado. O fragmento é uma desorganização da alma ou uma dor de desalmados. Eu queria tanto ser inteira e queria tanto que as pessoas também fossem, mas não é assim que funciona. Alguém poderia falar de Baudrillard e dos novos tempos, mas isso não me afagaria. A única coisa inteira, macia e confortante, é o cobertor de lã. O cobertor e o abraço são os melhores amigos da solidão, a proteção é falsa mas a cobertura é verdadeira. Verdade não é um conceito aplicável. Eu gosto de verdades pois elas não existem; as verdades são completas, como só uma ilusão pode ser.
Some girls are bigger than others?

Montag, Mai 14, 2007

Sonntag, Mai 13, 2007

the milk-brake is hot

- Chega, chega. Pára. Só fala quando tiver certeza.
- Mas eu nunca vou falar então, por que quando se tem certeza acabou o mistério e, acabando o mistério, acaba a esperança, a “esperança da revelação” [pausa] acaba tudo. É foda.
- Não. Mas não, não dá pra falar quando se está mal, não surte efeito, é mediocridade do humor. Sá fala quando tiver certeza, quando dominar o jogo da superfície, ou, como eu poderia explicar, a parte aparente das coisas; é preciso dominá-la. É preciso dominar o impulso de sair cantando por aí e achar lindo, por exemplo.
[copo de leite]
- Mas eu só consigo falar quando estou mal, quando estou bem é como uma praia nublada, cinza de tédio. Eu digo, ficar bem me deixa entediada, sabe? Uma vez ouvi um lance em um filme que falava sobre isso, sobre ser viciado em emoções. E, de certa forma, as emoções estão sempre ligadas à parte negativa das nossas realidades. As emoções são paranóicas! Eu acho. Mas é necessário. Sensacional, eu acho.
[folhas queimando]
- Não curto essa pilha de que o caos constrói. Muito fora de moda. Na Alemanha ninguém mais fala em Freud ou exitencialismo.
- É. Enfim... O bom de falar é que a gente não se compromete com o sentido do que se fala e sim com o andamento do diálogo; o ritmo, o encadeamento das idéias, a perspicácia do nosso instinto interlocutor; e isso tudo é por demais paranóico. A felicidade me deixa louco, na real.
- Sim, os problemas estão sempre ali, não vão desaparecer por que tu tá feliz, e tu sabe disso.
- Mais ou menos.
- É, naquelas.

[mil shake quentinho no capricho]



*A vida, na maioria das vidas, é uma mola maluca bobinha fantasiada de elefante e se achando demais com seus sapatos de bailarina vermelhos.* I’m a writer, don’t you see?*

I can see clearly now. Mais ou menos como você vê os seus cabelos.

Um pedantismo é sempre uma sinceridade com o ego? A ironia é mais elegante do que o sarcasmo? Você gosta de perguntas relevantes?

If you left me you you will see...............................................DU BIST forever.

Mittwoch, Mai 09, 2007

pós-ceva na vila

Lamento informar que estou, do fundo de meus olhos cansados, envolvida. Lamento que isso não possa ser determinado como constante ou sólido. Mas a maciez é o valor intermediário de todas as relações; a maciez é tudo de mais sutil e profundo, é como as coisas deveriam ser, todas elas; macias. As relações de amor deveriam ser macias, os empregos também, para que o amor mais de dentro pudesse voar até a floresta mais de fora em cima de um tapete. Sim, como me irrito com essas metáforas, gostaria de falar sinceramente com vocês mas, sabe como é, um blog e tal, ficamos tímidos. Criamos imagens. Apagamos sentimentos verdadeiros com conceitos de validade vocabulária. Mas o que eu sinto, se é que ainda consigo dizer, é que eu gostaria muito de continuar escrevendo aqui, escrevendo mais e melhor, só que percebo que estou decaindo, e não posso mais suportar o fracasso, por mais que ele endureça. Preciso acreditar que a vida é macia. Agora escrevo simplesmente por querer que as horas passem e eu tenha de novo em minha pele o toque de lençol lavado contido em algumas pessoas. Estou aqui por não querer estar. Estou aqui em busca de algum tipo de reconhecimento. Sei que estou. Me vejam, me leiam, me desejem. Fiquem aqui comigo. Se eu contar toda minha vida vocês ficam? É mais ou menos por aí. Mas não vou contar. É tudo meu, só meu, e é macio. Macio como cabelo de criança e casaco de veludo. Mas eu juro que queria continuar aqui, dando a cara pra bater protegida pelo escudo pós-moderno de plasma. Mesmo sem contar nada sempre há o que se falar. Mesmo sem beber nada sempre há o que amar. Será?
Existem coisas que só podem ser expressas pela literatura, e são delas que o autor deve se ocupar. Não seriam, essas coisas, o inexprimível? O verdadeiro escritor deve ter calma e paciência para desvendar os mais obscuros sentimentos e revelá-los às palavras. Eu não tenho calma e paciência. Não acredito no mexe-mexe sensual das palavras e sim no mex-mexe caótico do coração. Os obstáculos sempre me chamam, me convidam a fazer parte deles e eu aceito. A literarura pobre e fragmentada talvez venha mais daí do que de outras substâncias. O caos que se organiza pelo caos é a pressa e a pressa é o maior obstáculo do artista. Por favor, me tirem daqui, me dêem um copo de água e me digam que ainda vou evoluir, quem sabe pagando o preço de uma universidade particular para aprender o uso correto dos adjetivos e das imagens criadas pelas frases com um autor menor latino-americano. Eu sempre me engano, mas a desorganização só pode estar certa, não existe outra alternativa. Não é uma questão de fazer as coisas certas e sim de evitar as erradas; fugir do erro é o certo e o erro é uma abstração, logo, fugir das abstrações é o rumo certo, sendo o certo também uma abstração, chegamos a lugar nenhum, só para não perder o costume. As lamentações também não tem um final, e isso é totalmente atribuído a minha incapacidade literária. E eu amo vocês, por mais bizarro que isso possa parecer, mas é como aquele livro do Neil Gaiman; dedicado a alguém que ainda não nasceu mas que o autor sabe que sempre esteve lá, ou ali. Aqui, jamais.

Montag, Mai 07, 2007

pelos poderes do oriente médio

[ninguém dá um ovo]

Um ovo é o símbolo da criação, logo, a síndrome de incompetência para a criação pode ser representada pelo ventre de um mamífero qualquer. Os mamíferos são volúveis, dependentes, mas, é claro, não por serem mamíferos ou algo do tipo. Logicamente eu sou um mamífero e quero falar de mim atribuindo a culpa a um termo mais generalizado. Como tudo flui quando conseguimos atingir a sinceridade. Como algumas pessoas escrevem estrelas de 9 pontas e outras bolotas com círculos fechados. Como algumas mentes são mais rápidas que o teclado e alguns teclados mais chinelos que outros.

A noite é um presente na mão de tecladistas, a retórica é de domínio público e as praças, particulares. Eu estou sempre em busca de um lugar nos corredores, os corredores servem como meios e, o lugares, como passagens que levam a passagens que levam a Caio Fernando Abreu ou Guimarães Rosa, nunca se sabe. Tornei-me parte dessa pedra de isopor incrustada de chicletes e garotas tomando coca-cola na esquina. Sorver é sexy, comer é escroto, mas não quando se tem cabelos lisos e esvoaçantes. Mas teus cabelos esvoaçantes não voam nem me tirariam do lugar do qual não consigo escapar.

[e o que fazer, céus! Chãos! Colchões!]

Uma voz invade minha pele e arrepia as nuances capilares pescoçais. O que é isso então? Que me tira as mãos do colchão e os pés da televisão? Por quê? Um docinho de tamanduá com decotes de formiga. Não, tá bom, vou parar de ser tão metafórica e desvelar minha alma. Tá. Eu vou dizer.
No Pampa Safári.

[Dear Wendy,]
Me espere no Pampa Safári. Eu levo os livros verdes e tu leva os teus cabelos de algodão.


[Eu lembro sempre de alguma coisa
quando penso
no passado
em falar do presente.

Eu não volto
não vou e não consigo;

eu dou três ovos.]

O amor é um prato de sopa esfriando.