Montag, Mai 07, 2007

pelos poderes do oriente médio

[ninguém dá um ovo]

Um ovo é o símbolo da criação, logo, a síndrome de incompetência para a criação pode ser representada pelo ventre de um mamífero qualquer. Os mamíferos são volúveis, dependentes, mas, é claro, não por serem mamíferos ou algo do tipo. Logicamente eu sou um mamífero e quero falar de mim atribuindo a culpa a um termo mais generalizado. Como tudo flui quando conseguimos atingir a sinceridade. Como algumas pessoas escrevem estrelas de 9 pontas e outras bolotas com círculos fechados. Como algumas mentes são mais rápidas que o teclado e alguns teclados mais chinelos que outros.

A noite é um presente na mão de tecladistas, a retórica é de domínio público e as praças, particulares. Eu estou sempre em busca de um lugar nos corredores, os corredores servem como meios e, o lugares, como passagens que levam a passagens que levam a Caio Fernando Abreu ou Guimarães Rosa, nunca se sabe. Tornei-me parte dessa pedra de isopor incrustada de chicletes e garotas tomando coca-cola na esquina. Sorver é sexy, comer é escroto, mas não quando se tem cabelos lisos e esvoaçantes. Mas teus cabelos esvoaçantes não voam nem me tirariam do lugar do qual não consigo escapar.

[e o que fazer, céus! Chãos! Colchões!]

Uma voz invade minha pele e arrepia as nuances capilares pescoçais. O que é isso então? Que me tira as mãos do colchão e os pés da televisão? Por quê? Um docinho de tamanduá com decotes de formiga. Não, tá bom, vou parar de ser tão metafórica e desvelar minha alma. Tá. Eu vou dizer.
No Pampa Safári.

[Dear Wendy,]
Me espere no Pampa Safári. Eu levo os livros verdes e tu leva os teus cabelos de algodão.


[Eu lembro sempre de alguma coisa
quando penso
no passado
em falar do presente.

Eu não volto
não vou e não consigo;

eu dou três ovos.]

O amor é um prato de sopa esfriando.




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