Freitag, Dezember 28, 2007

chapéu com morangos & champanhe

FREAK OLD YEAR


O chapéu faz toda diferença, virado, picotado ou rendado. O chapéu e suas abas, suas dobras, sua sombra. O chapéu do cogumelo, do jardineiro e do moleque vendendo churros dizendo 'preciso fingir que não existo, com licença vou sambar em um baile funk, me deixar gozar com meu pau da alma imaginário. As pessoas costumam ter amigos imaginários, eu tenho um pau. É sério. Um pau de madeira preso no meu chapéu de plástico bolha. Comprei meu chapéu no lixo, depois da feira de legumes dominical.'

Deu.

Não consigo mais, não vai dar, vou ter que abdicar dos sonhos de verde e azul e fogos e ficar com o amarelo-ovo-podre. Vou dançar o jogo do bobo e beber três litros de uísque. A humanidade está sempre três uíques atrasada. Eu li isso num nick.

Então não vou perder o trem, não vou baixar essa cabeça capixaba pra brincar de Antártida. Não vou me fantasiar de golfinho nesse clor de 50 graus embaixo da terra molhada. Sim, lá em cima tem gente, sempre teve. Na sacada. Lembra das garotas de baby-doll?

Quem precisa de coca-light-lemon se tem sede de amnésia. O azedo do limão também pode ser esquecido, desde que dosado homeopaticamente no processo de desintoxicação.
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Eu amo pessoas em um dia e esquecço em 24 horas, mas o que esqueço em 24 horas, não lembro em um dia. Um dia jamais chegará a ser uma contagem progressiva reclusa. Reclusa desse véu de possibilidades guardadas em convites de ano novo. Reclusa nesse infinito leite condensado na batida do meu coração.

Mittwoch, Dezember 26, 2007

Sou o amarelo do teu Photoshop.

Não adianta resistir, lá estarei: quente, suado e digno.

[tensão suada de dezembro]

O quarto poderia ser aqui ou na África, eu poderia ser japa ou bahiana, ó, sim, a Bahia, a triste Bahia e seus cantores amarradões. Dinheiro não, mas elegância; formosura; plágio. O moço lindo que perdi em esquinas de areia mais frouxa que cordão umbilical em novela das oito. Mas não me amarro em histórias de vingança, dinheiro, sexo; acho vulgar. Sou uma gata-pura-cabeça-que-não-se-pela-na cama procurando carona para a praia. Sou o o fundo do microondas em chamas de cozinhas alheias. Sou peito aberto no espaço. Menina-vazio, benção flutuante no rio. Todos os malabares, as piscinas de mármore - tome esse parágrafo como um arrepio.

uma valsa de nuvens para originais e mergulhadores. (-IT & ME-)

Uma dança de faíscas amarelo-ouro-prata ou branca, não dá pra saber ao certo. As nuvens constituem um fênomeno natural, enquanto as pessoas são insultos artificiais; a originalidade não passa de uma frase afirmativa e vazia, um intuito infantil de demonstrar auto-estima estilosa. O estilo é, não obstante, uma falha de caráter. A conduta é sem dúvida digna de pena; qualquer uma, mesmo as reconhecidas na tv aberta ou cantadas em estações de rádio populares. Conduta do rock, do bom filho ou do chimarrão. <----- [mentira] [verdade ]------> Tanto faz quem fez ou quem serve. O mundo só é justo em suas falhas; e o menino Jesus deve estar doidão, valsando e falseando em lascos profundos de chãos-mundo de madeira apodrecida.


[ou na água, boiando em suspiros de ouvido mais atento-mergulhador.]


++++++ Die, Jezzz, die..~~~~


Pois quem não morre permanece em promessas e escrituras, talvez estátuas, quem sabe, em maletas cheia de dinheiro viajando por corredores de aereoporto.


(Ahn?)


Quem morre não tem problema, não tem frio, não tem ferida nem cor.

Vermelho
cor de rosa
de namorado
e preto
cor de rosa
morte.

Prefiro o cinza das nuvens indecisas dos finais de tarde. Prefiro o branco prateado que contorna os limites das nevens fumaça-algodão. Prefiro o fim da tarde na água de todos os santos. Benta é nome de vovó de seriado. Dizem que o Bento é nazista.

So, forget about IT.
Then, forget about ME.

[Let me go home. Stop the junkie.]


Só uma trilha sonora. Trilhas e chãos e barrancos e quedas naturais não importam, no fim o artifício sempre vence.

[That's the rule, the only one.]


HANG ON TO YOUR EGO ( Beach + Boys = ótima combinação. A única necessária. )


Necessária?
Tô brincando. Quero mesmo é um ventilador do camelô. Deixa o mar pra quem não sabe nadar, deixa a subida da montanha pra quem não sabe o que fazer no cume.

------- ARTIFÍCIO & FICÇÃO --------

[mentira e verdade] ------> A diferença entre o artifício e a ficção reside na tomada de linha de frente. O artifício não pede licença, o artifício é grosseiro e pouco criativo em sua aproximação e estrutura, o artifício é como um brinco de plástico em orelhas de mar-fim. Já a ficção é lúdica e inventiva, é o talento organizado em festas de ce-tim; é a anfitriã das festas ode-elegância. A ficção é mulher, that's all.

{Só sentimos
pena
daquilo que
não
podemos
deixar
de temer
que esteja
reservado
ao
nosso
futuro.} -----> tão fake quanto o estilo, percebem?


Beijos, happy new year.

(what a BIG CLOWN, but that's IT.)

..but that's ME.

I accept me, one of us.


(to play the fool)

Dienstag, Dezember 25, 2007

life begins when you're in love

with yourself.

ninguém raciocina tão bem quanto os paranóicos.

acho que foi o Fernando Pessoa.

o jazz e a lua

o jazz e a lua se conheceram em um dia de uma [espécie] de eclipse machado-bukowskiniano; o signo dualístico-arte-palavra da eterna luta entre a tradição organizada e e a confusao caótica [redundante] e panfletária. O jazz poderia se chamar machado-glauber rocha-saturados e a lua, ó, a lua não se permite compartilhar citações e sua terrível e inebriante menção e coexistência. A coexistência entre a atitude certa e a errada, entre o todo dia e a única noite. A noite tem um poder de homem ou aranha de 5 anos resgata criança em incêndio. O incêndio e o jazz nunca foram amigos, mas amavam a mesma lua-mulher perdida em mentiras que não entende bem. Entende que mentir e perseguir a mentira em um plano compreensível não é necessário nem sensato. Você pode ter seus melhores dias, pensa a lua-amarelo-ovo-quente, se divertindo fora da vida, mas quando o jazz cruza o seu caminho, como cruzou o da lua e da sanidade e da preguiça, quando o o jazz chegar assim de mansinho no ritmo das bananas em bocas de carmen miranda, tanto faz, tanto faz carmen miranda ou nina simone. Quero falar de nomes, quero citar personagens, atores, cantores, mentirosos. Somos todos mentirosos perdidos em nós mesmos, pobres criaturas acorrentadas a um ramo de flores frágil e terminal. Quero falar de adjetivos, de exercícios intermináveis de composição sem fim. Nada se encerra em nós mesmos se estamos fora de nós, como a lua atrás das nuvens, encoberta, escondida, de brilho fraco. Enfraqueço como o jazz e a lua, com elegância e confiança. Alone? Não. ALL ONE.


Enfraqueço para o bem, enfraqueço para deixar entrar a literatura pelos poros abertos da percepção despretensiosa, da simplicidade e da solidariedade para com a doença. para/ com/ por /pela. Tanto faz, só não deve doer. A fraqueza não dói, a fraqueza é parte mole e macia, é a flacidez na bunda da velha.

calor científico compulsivo & co

Soa na perna atrás do joelho, nas axilas, nos móveis de madeira quente, nos vidros embriagados de vapor, no pé, dentro dos coturnos, o chulé. O chulé das frases feitas de natal, dos hipócritas em roupa de festa querendo ressuscitar simpatias mortas; o calor não me compra, mortes não passam de brincadeiras místicas desprovidas de bom senso. O cansaço não me faz render, a renda branca do vestido da menina-vida. A boneca de peito-pilha cantante embaixo do pinheiro plástico-artificial e o copo de champanha virado em uma mesa de perus e tortas. A desilusão da mãe que ganhou batedeira e queria vestido, o sono do bom filho nas festas em fim de madrugada; saindo do quadrado escuro e ganhando o céu-círculo-terrestre azul-turquesa.

O suor no rosto e nos cabelos das festas com música eletrônica. As imagens que dançam e cansam e depois descansam em havaianas verdes.

Amarelo-sol no desenho da criança-ressaca; ressaca-mãe no colo do pai ausente. Ausências como preto-e-branco em uma ditadura colorida. Nas cores, no céu, no mar de amores. Nos amores brutos, secos, suados, frios. Nos frios; salamito, presunto magro, gordo; 100 gramas. Vozes de 350 kg. Ouvidos peso-pluma. Bocas que sorriem e olhos que dilatam e fecham e dançam a música colorida pelos lápis de dentro. Da cabeça, do coração, do fígado. Como vão os seus rins? Pra onde foi a minha cachaça? Do que eu estava falando mesmo? Vai ser sempre assim? Quando vou sair dessa lama na poça de deuses e margaridas e crustáceos? Pra onde foram os argonautas, os alquimistas e os mágicos? Do que é feito o azul-marinho de um início-noite?


De enganos, meu bem, de enganos. A vida é feita de enganos e neles reside a beleza metafísica dessas tardes 40 graus à sombra. A vida é feita de enganos e nisso consiste o portal que nos confina para sempre à caverna do dragão. A eterna caverna do dragão é nosso estômago nauseado de promessas e comidas e álcool. Os cigarros consumidos e o dinheiro desperdiçado mas, a cima de tudo, a escória da humanidade trajada de estudantes-estagiários. O fundo da lata de polar em olhos cínicos e palavras estudadas. A dança da vez e a vez da corrida. Correr disso tudo de mim, numa chama de cansaço e preguiça em ressacas de fim de ano.

Sonntag, Dezember 23, 2007

FÓ-DEU

ai

tr amote amo te amo te amote amo temo etemamooooo

ai eu precisava dizer, fodeu.

eu não preciso disso.

mas eu te amo.

Freitag, Dezember 21, 2007

maculando.

adeus. preciso ir. pressenti. e doeu. mas sarou. e agora? agora não são só flores! são também pedras e crosta terrestre. profunda crosta terreste. deep inside. sabe? jamais. jamais saberás. ninguém saberá. é tão eficaz. vocês não fazem idéia, crianças. adoro kids. desde a primeira vez que asssisti com minha mãe no extinto cinema imperial. hoje é um clube de bingo ou, não sei como chama. mas gosto de clube de bingo. enfim, adeus. mas gosto de kids. também quero manifestações. FES, não fãs. agora digo adeus, como disse faz alguns posts à letra maiúscula. ela me oprime. tudo de superior me sufoca, e o sufoco tem sido tema recorrente. não estou sabendo lidar com isso, percebem? não, não é um post suicida. ó, céus, vocês me levam a sério. não, não levem. sim, esqueçam. confio no subconsciente, e sei que lá permanecerei, em todos vocês, virtualmente, mas é tudo que posso dar . lamento eagf wdeço. e amo o mundo inteiro. flores. baratas. sapatos. revistas. todo mundo. e minhas luzes também. e meu chaveiro prateado também. tchau, galerinha, cansei. mas irei mentalizando nossa sintonia. HELLO. KID.

se eu te amo, me inclui.

na mesa de sinuca ou nos seriados de mulheres peitudas apostando dinheiro. tanto faz. o dólar puro ou o câmbio escamoteado. o manifesto ou o escárnio. o escritor ou o mendigo. tão simples, tão real, tão melódico, tão lúdico. como num filme de flores e pântanos e piscinas cheias de folhas mortas. o parque das árvores mortas, ela me mostrou. numa tarde de domingo. no parque das árvoes mortas. secas. quebradas. penduradas. pendentes. cheias. vazias? céus,quando saberei quando saberei o real significado de encher e esvaziar? do valor e do fútil? será? mas o fútil é tão atrativo, é tão pau duro que me amolece. falei. pé quente, cabeça fria (caetano, o surfista calhorda mais true ever.)

chumbando a vida adoidado

é muito rápido, é muito forte. as crianças lendo os meus diários. as paixões de aula de religião, os estojos escondidos, os mistérios que sempre pintam por aí. tão simples. milhões. até que nem tanto esotérico assim. mas a alma, a alma não me anbandona, não me deixa em paz. a alma que me faz achar lindo e deplorável. almanaque. abandonado e necessário. tão apaixonada, que nada, não sabe nada, morre afogada. não sei mesmo, não adianta. as vidas todas tão cheias de bordados e sentimentos de lã, na lapela, cintos de gurança; montanha russa.

caetaneando nova york

tendência, percebem a tendência? triste bahia em roma, triste roma em nova york, será? não deveria, não eu não deveria, escrever assim no impulso retrógrado conservador bem daquele tipo de quem não quer nada, de quem nada obteve, de quem nada lucrou e tudo expressou. rimas pobres. drogas lícitas. bom humor. chacota. não sei. sai daqui, de dentro de mim, do meu coração com sede, com fome, enjoado. da minha janela rabiscada de estrelas feias. do meu véu de noiva abandonada. da minha morte de chuva verde. do caos do amarelo e branco. da neve em cuiabá. da seca em são josé. ah, não sei, BEIBE. não sei o que dizer, não sei o que pode te afetar, te acordar de uma vez por todas desse sonho de balas de hortelã do cara que vai até a esquina comprar cigarros filtro amarelo. ah, não sei bem o que quis dizer, ah, o que importa. ah, que se fodam os sentidos, as rimas, as admirações e as ai, a reprovação. a reprovação merecia caps, mas não vai levar. me perdi por aí.e lamento. não, não lamento, comemoro, comemoro aqui com minha spuklseiras e brincos e unhas deixando crescer. celebro aqui com minha mente povoada de deuses mortos e vivos fantasmas, de corroendo a moita a tesoura de eduardo. sim, o mão de tesouras. não, o amor não espera por mim. não, não morri. sim, parei. agora vem a bad. agora vem o momento de 'foi tudo em vão'. agora vem o momento de 'pq escrevi tudo isso', o momento de 'que merda, vamos todos tomar no cu', não, não quero. não, não publicarei. não, muito pessoal mas sim, foda-se. foda-se pq avida é assim, com porquês abreviados e pessoais. a vida é muito pessoal, man. muito pessoal, e isso fode tudo. pq a gente leva tudo pro pessoal. pq o pessoal é fske. pq o pessoal satisfaz as necessidades egoístas de kinotros virtuais, ai, não sei o que quero dizer. sómquero dizer que minha música em minhas mãos e meu colchão, deus do céu, como posso largar vocês por tão pouco. como posso me apaixonar por restos e migalhas e farelos quando tenho o império,o ouro, a riqueza moura dourada. ó. morra eu. morra esse eu de dentro e sufocado. sufocado é uma bad.

Mittwoch, Dezember 19, 2007

Chuckberry fields forever

é só uma música do Caetano.

Todo dia.


02 de outubro de 2007.


Não quero contar os pormenores da baixaria. Acho que a baixaria particular deve ser preservada, mesmo em um diário. Portanto me restrinjo às partes de comum interesse; como o conteúdo de minha meditação enquanto relaxava no jardim. Pensei que acuso as pessoas de coisas que me machucam na minha própria personalidade, e que por isso acusar talvez seja uma forma de auto-punição. Pensei que não sei pq continuo cultivando hábitos que me machucam, e por isso ouvi vozes vindo de trás do muro que diziam ‘gente que não trabalha’. Então me dirigi aos meus aposentos e coloquei um Schubert, depois de uma longa meditação no jardim. Pensava no que ouvir, pensava no que meu ex-pseudo-namorado havia dito sobre a minha conduta (não posso evitar abusar dos pronomes possessivos) ; sobre eu não nunca procurar fazer algo visando uma melhoria mas somente uma degradação ainda maior. Auto-degradativa. (Não,ele não seria tão brilhante.) Pois então, eu pensava no que ouvir e justamente que queria ouvir algo pesado e triste e então pensei que não, que deveria escolher um artista que me aumentasse os níveis de seretonina. Foi então que lembrei das vozes atrás do muro e resolvi escutar um Schubert. Escutar música clássica é realmente um trabalho, exige dedicação mental e postura ereta. Litros de café. Esquecimento do futuro. Debandeação. Sim, estou calma. Certamente precisava de algo intenso, não um diário para registrar mais uma entre mil existências decepcionadas consigo mesmas.

Desejo não mais almejar um emprego estável e um lar, desejo alcançar a calma necessária para pensar e agir nos seus devidos lugares, pois tenho invertido a ordem; pensar demais quando é preciso agir, e tomar atitudes impulsivas quando se deveria pensar pausadamente. Mas, a cima de tudo, desejo ouvir mais música clássica. O passeio no jardim me fez bem e mal, os meus mais íntimos sonhos foram interrompidos por marteladas vindo do muro e alarmes telefônicos aqui dentro, depois da porta. A porta fechada é a mais tola das ilusões, é uma péssima idéia. Melhor abrir tudo de uma vez; escancarar, como dizem. Ok, sem técnicas narrativas, ok; sem desculpas. Foi uma manhã dos infernos. Mas pelo menos nem pensei no bolo.

Entendam bolo como bolo.


Assinado: Gabriela Wondracek Linck, assumindo a exposição tosca e a ABREVIAÇÃO CONSCIENTE DOS PORQUÊS. PQ OS PORQUÊS DEVEM SER SEMPRE BREVES.

Ziéss Laifi Staili e outros

Hello, call me Yoko.


O meu computador não funciona, não funciona, NÃO FUNCIONA. É bom, assim, às vezes, não funcionar. Ficar parado à beira do rio compartilhando impressões que jamais serão compartilhadas. No fim, é sempre o clichê; o pôr do sol, a palavra repetida. A rima, a música, o violão guardado, os olhos que não fecham e os que fingem fechar. Os caetanos e os surfistas. A flor estampada nas costas fortes de um moreno automotizado. Os balões na festa de aniversário que termina com o fim do dia e das nuvens brancas. As nuvens brancas que ficam cinzas e depois chumbo e depois já não se sabe, com listras laranjas. The age of the old. As fotografias com os velhos descendo escadas e roubando ilusões de igreja. O maduro que apodrece a alquimia. O tesouro no fim do arco-íris e a cerveja gelada. I’m alive. Tipo. tipo,tipow; i’m alaiviii. As atrizes de cinema que me fazem chorar, não mais. As opiniões retardadas que me fazem rir, não mais. The age of the old; a salvação dos jovens melões. Os melões descascados pela mão enrugada e lúcida. O pé da palavra e dos limões. As melancias que nascem rastejantes e os porcos que que se jogam na lama, a profunda lama dos melões pós-modernos. Os melões de chapéu tendência, os melões e seus computadores que não funcionam, não funcionam, não funcionam. But i’m alive. The age of the old. Os velhos fracos e os jovens fortes e um, dois, três; a, bê, ce; eu e você; bem, Michael Jackson, acho que não é tão simples assim. Não tão simples como contar e juntar letras e tristezas e alegrias e saudades. Ah, a saudade, me poupem. De mulher já basta eu, de Papai Noel não bastaria nada. No tesouro não tem ouro, só cobre. Se cobro o cobre, me revelo pobre e ninguém descobre.

RIMA
LUV
COM
ASPIRINA.

PATAVINA.

Ó, como é bonito o galo cantor
camarada,
Mas sem as galinhas
Ficou assim
Nada, nada

Que mancada!

Mancar é uma palavra tremendamente preconceituosa. Tremendamente é outra palavra problemática, pois irrelevante. Eu deveria dizer ‘mancar é uma palavra de forma insana e tremenda por demais preconceituosa’. Também ficaria PODRE. Como as frutas, as secreções e os lençóis de mágoa preta.

Donnerstag, Dezember 13, 2007

ciclos

ligações espirituais
são sazonais,
como o amor
e a dor,
o suor
e o pior.


o pior
do amor é
o suor
da dor,

mas quando seca,
peca.

sim,
sou um poeta
jeca.

sazonal,
jornal e
mal.

Mittwoch, Dezember 12, 2007

we're a good future

[ 2080 => Os casamentos foram extintos. Crianças nascem com pais já solteiros e independentes financeiramente, ambos os pais são aptos a pagar suas próprias dívidas, bem como seus respectivos vícios e demais mantimentos. Não existem mais uniões familiares, no sentido de dividir uma casa e criar os filhos juntos. Isso agora é apenas resquício de um tempo longíquo e ultrapassado, anterior a Madsen. Madsen foi um médico, estudioso e intelectual, que provou que filhos que convivem com pai e mãe são mais sucetíveis a vícios de padrões sentimentais-interativos que filhos de pais separados. Esse novo conceito (Madsen, 2014. Amor e Divórcio, editora Vega, SP) e seus devidos apontamentos, que não serão detalhados aqui, pois não é de nosso intuito fomentar a teoria Madsen, revolucionou o pensamento moderno provando que o índice crescente de divórcios demonstra o amadurecimento do homem da nova era.]


O homem de 2080 acredita que a existência de laços sentimentais determinados por descendência (sangüinea ou adotiva) foi o fator determinante para a derrocada da geração do início secular. É notório que por idos de 1990 os divórcio já era popular e os filhos de pais divorciados não se beneficiaram muito da situação, tornando-se em geral usuários de drogas (lícitas e ilícitas) e dependentes financeiramente (de familiares ou conjuges). No entanto, Martobels (2001-2064), atribui esse deslocamento de padrão estrutural ao fato da coexistência de uniões matrimonais e divórcios.

O grande problema enfrentado pelo filhos de pais divorciados seria , segundo Martobels, o fato de estes conviverem, em seu meio social, desde a infância, com filhos de pais unidos legalmente e em um mesmo ambiente residencial, sofrendo, por consequência da tradição matrimonial ainda vigente, muitas vezes, preconceitos e pressão indireta por parte de seus seres humanos de convívio.

Junbols, em recente publicacão (Junbols, 2078. Martobels e a síndrome de coexistência, editora Manhatan, BH), sustenta e defende a tese de Martobels, demonstrando por meio de dados obtidos em pesquisas sociais que, por idos de 2050, a situação, após o desenfreado aumento de separações entre casais (pais e mães) na década de 2030, com a Revolução Hetero, se inverteu. O que significa que durante esse período os focos de preconceito e pressão indireta eram os filhos de pais unidos em uma mesma casa, pais coexistindo tanto financeiramente quanto informalmente.

De acordo com Faischer (Faischer, 2080. A multiplicidade do ser humano e sua consequente busca por unidade e frustração nos relacionamentos, Nova Editora, SP) , foi fomentada, nessa época, a noção do auto-prazer, ou seja, da unidade do ser humano frente à multiplicidade de seu ego. Faischer diz que se em cada um de nós coexistem milhares de padrões adquiridos ao longo dos anos e, levando em conta que o aumento dos padrões que nos são introjetados é proporcional à passagem do tempo até o final da adolescência, o ser humano só pode obter satisfação nos relacionamentos amorosos até essa faixa-etária. Na idade adulta, o ser humano já se encontra de tal forma saturado pela sua própria multiplicidade que a união prolongada com outro ser humano em um mesmo ambiente acabaria por gerar conflitos da ordem dos já devidamente estudados irmãos siameses, substituindo-se, no ser humano da nova era, os laços culturais pelos físicos. Conclui-se daí que filhos de pais separados formalmente e financeiramente (exclui-se a noção, inclusive, de 'pensão alimentícia') estariam mais aptos à conviver com suas limitações pessoais, pois não é excluída a noção de exemplo. Faischer comprova que o novo padrão de conduta, no qual a criança é criada desde o nascimento em duas casas diferentes (o que se torna totalmente compreensível se levarmos em conta que os pais são também distintos um do outro, tanto psicologicamente quanto, inclusive, em seus órgãos genitais) , sem nunca ter contato com a antiga cultura do 'casamento' (ou seja, tendo sido extinta a coexistência resultante da Revolução Hetero), nem em suas casas nem nas de seus vizinhos, tornam-se adultos mais saudáveis e realizados.

Sonntag, Dezember 09, 2007

Samuel Beckett

'A busca do meio de cessar as coisas, calar sua voz, é que permite ao discurso continuar. Não, eu não devo tentar pensar. Dizer simplesmente o que há, é preferível. As coisas, as figuras, os ruídos, as luzes, com as quais minha pressa de falar disfarça covardemente este lugar, é preciso de qualquer modo, fora de toda a a questão de procedimento, que eu chegue a afastá-los. Preocupação de verdade na raiva de dizer. Donde o interesse de ver-se livre por meio do encontro. Mas devagar. Primeiro sujar, depois limpar.'

Samstag, Dezember 08, 2007

A diferença entre caolhos e bilíngües

A diferença entre caolhos e bilíngües reside na problemática da duplicidade. A utilização concentrada de um elemento isolado pode ser mais produtiva que o binarismo excedente. E chamo de binarismo excedente qualquer órgão, elemento ou participante que aprecie mais a multiplicação que a divisão. A multiplicação não permite restos. Os restos são importantes para que novos rumos se formem, sejam eles somas ou diminuições. Contudo, isso é o menos importante, o essencial é que sem excedentes nada se multiplica.

Freitag, Dezember 07, 2007

Luv

é a mão do vô cheia de amoras que colheu pra mim.

The party's cashing us now.

É tudo uma questão de passatempos. Mesmo as ideologias e os dicionários.

3 Jardins, sobre a opção sexual

No primeiro dia de aula, Fernando chegou atrasado, com uma camiseta do Tigermilk. As menininhas desde sempre costumam gostar dos garotos despenteados que fumam escondido durante o recreio, e não dos que brincam de futebol de botão e tomam leite. Ele era do segundo grupo, for sure. Provavelmente jogava videogame e lia quadrinhos de ficção científica, mas era encantador. Me sinto um tanto infantil lembrando dele; como um garotinho de 10 anos tentando saber de quem vale a pena, ou não, gostar.

O fato é que Fernando me fez acreditar que eu sabia exatamernte do que gostar, quando entrou com aquele sorriso bobo e perdido.

THE LOST ART OF BEING SILLY, adoro.


Fomos colegas em mais duas cadeiras, acho. Gostávamos dos mesmos livros, filmes, discos. Mas só isso. Ok, pensando bem, não gostávamos 'bem' dos mesmos; na verdade eu passei a gostar de todos os preferidos dele. Ouvia Arcade Fire no ônibus e arrumava o cabelo com mais esmero, ao estilo carregue-um-espelho-na-bolsa-e-uma-música-no-mp3 player.

O caso é que ele me lembrava jardins. Me dava essa sensação de verde e maduro, de florescer e murchar também, também murchar, mas sempre renascer. Essa coisa de brotar e cair e comer e sempre ter outro fruto esperando, florindo, nascendo. Essa circularidade colorida que emana dos jardins e dos INDIES.

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Um dia eu estava no ônibus com meus headphones e vi um jardim. Pensando bem, talvez fosse um pátio. Nesse pátio tinha um homem de esvoaçantes cabelos escuros mas, pensando bem, acho que era um chapéu. Ele regava a grama e era alto. Bem, pensando bem, nem era tão alto assim. Tive certeza que era o homem da minha vida. Então esqueci o Fernando.

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O jardineiro se chamava Roberto, fomos casados por três anos. Certa vez, durante o casamento, eu estava na aula de musculação e vi, de relance, ao meu lado, um desses homens muito, muito bonitos. Desses que a gente não consegue nem encarar pois tem certeza que ele sabe o quanto o achamamos bonito apenas pelo olhar. Indisfarçável. Me deu vontade de olhar de novo, mas então lembrei de Roberto; nessa época nossa relação já estava bastante sólida, ou seja, eu era casado, leal e companheiro. Não, não valia a pena olhar de novo para o lado mas, céus, ele era realmente muito bonito. Pensei em Roberto. Não adiantou. Olhei para o lado de novo, procurando o homem que exerceu sobre mim tamanho fascínio e me fizera cogitar ser infiel; quando percebi que, vejam vocês, eu estava apenas atraído pelo meu prórpio reflexo no enorme espelho da academia de ginástica.

.
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[Ass. Peopletryhardtolie]

Dizem que assim você morre mais fácil do que sem água.

Besteira pública dignifca a imbecilidade?

Olá, prazer, sou um escritor que acredita que a literatura está dentro de mim só esperando o momento de sair mas não, na verdade sei que não, na verdade sei que a literatura está lá fora esperando para entrar. Não sei se entra pela janela ou pelo ralo, mas ela está esperando do lado de fora, está esperando como o engenheiro pelo seu instrumento; inversa ao que é necessário para o usual: encaixar as peças é fazer funcionar, e fazer funcionar é trabalho árduo; trabalho árduo dignifca?Ah, mas que desprazer, na verdade você está hand-in-hand with the electronic, você acredita que se apenas trabalhar será conhecido como o rapaz trabalhador ou se dançar o tempo todo será conhecido como o garoto que está sempre dançando? Belle & Sebastian? NÃO é ripongagem e sim lenda, não é bobagem MAS alma. E alma não é romântico nem brega, alma é fazer feliz. Fazer, não ser. Dançar, não correr. Romantismo é morrer de amor e dizer não ao marketing pessoal.

Ass. Electronic Renaissance?

Dienstag, Dezember 04, 2007

salva pelo sexy astronauta?

(e pela falta de categoria)

a breguisse exacerbada pede licença e canta.-----


eu fui salva do abismo. nem deu tempo de secar a tempestade old-fashion de pequenas ervilhas e ele veio assim, palhaço de guarda-chuva, com essa coisa xadrez de listras e geometrias completas de duas cores; tudo junto. nda de superman, ele é o incrível..

homem
so
bre
o músculo!

homem dos que vão embora e deixam empadas pro café da manhã. hiper-herói verme-borboleta em ondas paradas com sua armadura-núcleo desfocado ganhando forma e cheiro e...

NÃO SEJAMOS HIPÓCRITAS COMO AS TAMPAS SÃO PARA OS BURACOS!

BEM-VINDO à era dos foguetes discretos; uma só pessoa que se transforma em outra que vai pro espaço e ferve e vira a página com o dedo molhado de vinho doce. depois vira e bate com papel de carta perfumado; e pega, e coloca isopor ou algodão doce, tanto faz, faz perder o medo pelo artifício, e diz que não, não tem mais ninguém. não tem mais céu. como pode? o que tem aqui dentro? um carrossel de cavalos fakes e bregas que viraram bancos de montanha russa sem cinto de segurança?

tem é esse umbigo de pipoca mais brega que letra de pagode. e eu quero assim, como vício em três segundos, como música do só-prazer nessa noite de caetanos. céus. que horror. odeio, qual é? tudo de novo? não vai, não.

quero tua função social. e fotos em roma.

baita forgets!

[um hit para caetano veloso]


Man, baita forgets, eu tenho que usar esse teclado assim na manha e você na minha fronha me chama pros sonhos mais behind the wall, show me from behind man, you don't know me at all, feel so lonely, there's nothing you can show me. Te odeio, querido lençol de frutas e flores e cores e não me importa o que tenham a dizer os homens, os gigantes ou os malefícios do cigarro em gotas. Jamais te pedirei pra me deixar novamente, caetano, pois eu nunca estive em você, sim, eu nunca estive realmente dentro do teu peito ou do teu pau. Eu nunca estive na lama nem no mel, e não me importo, não me importo com palestras, nem com drogas e nem com idosos. Não me impressiono com desculpas ou promessas ou clichês. Eu sinto e meu mal.. meu mal.. meu mal é não amar o suco de mamão. Meu mal é não comer o açaí.

[precisomorrerpqestouviva-baita fake!]


Você nem vai saber quem eu sou quando passar por mim na rua, de rosto solto e malvado, ereta como um arbusto. Dane-se, eta expressão bonita. Chorar? Viver? Seduzir? Poder? Luxo? Magnólias? É tudo teu, leva, leva. Acendendo no escuro já traumatizei muito por você, caetano, eu fui me embora e quebrei os talos. Eu voltei e reatei as costuras. Da tua sandália. Do meu chinelo. Já não me importo. Já não coordeno. Jamais desisto.

[Não sejas tão grande quanto o que consegues suportar, não sejas tão forte quanto o que possa te desiludir.] ---> ÊTA!

MOITA ---> Eu abraço, abraço com piedades e carinhos e doces, mas jamais massacro. Jamais maltrato, apenas uso pain como mote-of-the-way pois quem não tem nada dentro está confinado ao massacrante exterior. O que vem de fora atinge, mas não fere o bastante pra te deixar desolado dessa maciez de contornos e vozes e líquidos matando mais fome do que sede, mais sólido do que pedra; pedra no sol; solidão acariciada pelo calor. Voz de dentro. Não sei, não cala.

Não sei como fazer, mas gosto de deixar sangrar, ferir, morrer. A morte é linda e LIDA, como olhos escuros e malvados que encantam. Tentadores. Mas depois vem o samba, o tom. O tom de brincar, de ferir, de sorrir, de mentir. O tom da bossa, do samba, da praça.
_______________________


O chão da farsa.
A vida.
Ó.
baita forgets.

Sonntag, Dezember 02, 2007

Não me vem com esse papo de afeto,

deixa chorar meu coração em algarismos e danças de teclado, deixa sorrir como os pastores para as suas ovelhas, como o mendigo para a moeda ou como, bem, chega de exemplos. Os exemplos deveriam ser pequenas amostras de realidade empírica, mas não passam de pilhérias isoladas perdidas em um falso senso de realidade. Pensas que te ajudam? Pois não te ajudam. O conforto não é uma salvação, apenas um afeto, e afeto é para fracos.

[A força é o instrumento de medida para os esforços de busca, a busca é um caminho cego para o ponto invísivel do espírito que ninguém conhece.] <------ Besteira.

É bom escrever assim sem saber onde vai dar e ir combinando e ligando e sufocando o sentido. É bom escrever assim pra se livrar das mãos que buscam cigarros e isqueiro; matéria e fogo contra gelo e água. Não, não é pra fazer sentido, é pra fazer calar. Sentidos confortam e nos fazem sentir próximos um dos outros, mas a comunidade é o fim de tudo, o sepulcro de qualquer intenção da alma. Perder-se em uma pista de dança ou brincar de roda na areia faz o coração amolecer e entregar os pontos da reflexão essencial: o motivo. O motivo é uma busca, mas também um fim; fim de ano, fim de festa, fim do mundo. Fim, fim, vim. Mas não, não vem comigo que eu preciso andar sozinha e não, isso não é letra de música, é letra de sim, sim que eu saco a tua manipulação, sim que eu saco o jogo, o mofo e o enjôo. Nunca se sabe se o enjôo é sincero, assim de manhã, com um copo de leite com morango. O enjôo vem, vai, morre e ressuscita; quando vem liberta, quando vai sufoca e quando morre e ressuscita é por não ter auto-confiança. Meu enjôo agora é mais forte que parede de zinco, é mais poroso que pele de moleque e mais efêmero que o meu amor. O amor é um pequeno enjôo da alma; um antes e um depois, e já eras. Que nem o remédio do comercial, que nem um cartaz de ceva, que não tem nada a ver com a história. Engov, ceva, enfim. Engole se quiser, ninguém tá te forçando a nada. Te engana que seja tão importante te convencer, te engana e esse é teu jogo. Acho que tu perdeu. O jogo, a amiga e o sal de frutas. A vida não é um desfile de ironias charmosas e conversas existenciais. A vida não é voltar de manhã. A vida não volta, mas a gente pode voltar pra frente, sim, a gente pode, pois o atrás não existe se não tem ninguém na dianteira. Não, não tem niguém na dianteira. Não tem ninguém na reserva, não tem ninguém em lugar algum. Tem só essa náusea que virou fome, e essa fome que virou sono.

Freitag, November 30, 2007

Ranhos

Mandalla, lembras de quando te conheci em uma dessas noites de entorpecimento e pilhérias? Lembras do quanto tu me impressionastes com os dotes irônico-naturais contornados pelo aparato sarcástico que só possuem os de alma solta? Lembra da noite seguinte? Pois é claro que te lembras. Na noite seguinte nos encontramos de novo no bar. Não bebi. Dessa vez reparei que te trajavas com a elegância de um falcão. Tu estavas no fundo do bar, perto das caixas de garrafas vazias de cerveja, recostada a uma parede com remendos de madeira. Lembro como se fosse ontem. Um homem te abordava e demorei a perceber que era apenas um pedinte de passagens escolares. Próximo ao teto pendia um retrato de Marlene Dietrich, pobre musa envolta pelo ar abafado de nicotina e vapor alcoólico. Eu observava, tu rias e tagarelavas. Parecias absorta por aquela atmosfera purgatória, como uma deusa das almas penadas. Teu bando de amigos carentes de abraço entragolava-se na primeira mesa do bar. Chovia. Um cigarro molhado pendia nos meus dedos e eu acorrentado ao primeiro banco do balcão. Pedi uma água sem gás. Tu me vistes, me acenastes e continuastes junto aos teus engradados de bebida. O pedinte se afastava com as mãos vazias. Alguns cinco metros nos separavam. Vestias uma saia preta com botões azuis de céu, combinando com tuas meias três quartos. Três quartos de mim quase desmaiaram de deleite, pois sabes tão bem em que parte os homens são visuais! Mas o outro quarto solitário reclamava voz e vontade e talento. Tive medo de quebrar a distância, tive medo de tuas ironias desabarem como flores murchas esquecidas em um vaso sem água e, de fato, desabaram. As flores de ontem, Mandalla. Essa foi a noite das flores de ontem. Nessa noite me mostrastes uma foto tua no cemitério da Recolleta, lembras? Beijavas uma flor morta de caixão. Mas era tão amarela e bonita, dissestes. Da onde vem esse teu gosto por flores mortas, Mandalla? 'Não', me dsissestes, 'eu não gosto de nada morto, gosto é de tocar no que está duro e seco'. Mas isso foi depois, no teu apartamento, o apartamento mais triste do bairro mais faceiro que as noites perdidas já encontraram. Mas isso foi depois, bem depois. Depois daquelas quatro horas que permanecestes junto ao meu colo e minhas vísceras eretas de desilusão em um mísero balcão de taberna. Quatro horas nas quais só aliviastes tua carga do meu corpo para utilizar o banheiro, mas não a descarga. Naquele banco plástico em cores sujo-pastéis no qual eu permanecia sentado falei com teu nariz pela primeira vez, te recordas? Foi então que decidistes me levar ao teu recinto particular e me apresentastes o retrato das flores mortas. Não tinham cheiro, dissestes. Não cheiravam a nada pois os narizes não cheiram, apenas falam e sentem. Shakespeare dizia que as emoções ficam no fígado, tu dizias que ficam no nariz. E dizia que eu nunca te teria se não tivesse antes o teu nariz, se não entrasse em perfeita comunhão com ele. Foi então tu me oferecestes o chá, o chá que eu deveria beber pelo nariz. Dissestes que era um costume russo. Eu acreditei. Acreditei tanto em ti Mandalla, mas, agora eu sei, aquelas palavras saíam pela tua boca, e eram portanto levianas e frágeis como os sentimentos que saem do coração. O que sai do coração vai parar na boca, o que sai do nariz vai pro cosmos interior e rasga. Mas rasga bonito.Tu tinhas razão, Mandalla. Os narizes apreciam tão melhor um bom chá. Então o que eu queria mesmo era te pedir desculpas pelo que saiu de minha boca naquela nossa segunda e última noite, pois não eram verdades de nariz, eram frivolidades para orelhas. E olhos, oh, pobres olhos. Mas não, não me arrependo, Mandalla. Jamais esquecerei os anos que passei venerando esse órgão vil; o órgão da literatura, do cinema, da fotografia, da nutrição visual, ou seja, do impossível. Jamais quero ter olhos novamente, Mandalla, mas não, eu não tinha o direito de te pedir para arrancá-los de mim; entenda que eu simplesmente não queria mais te ver como um nariz, não queria pensar que a sedução que exercestes sobre mim era pura e infantil, que ela jamais voltaria a me impressionar, que as noites de narizes são muitas e as de olhos são mentira. Mesmo assim, jamais deveria ter te requisitado como minha cirurgiã espiritual de olhos, pois não tens espírito, Mandalla, só tens um nariz cordial. Por isso teu corte falhou sobre mim, pois mesmo sem os olhos ainda consigo ver com os ranhos.

Dienstag, November 27, 2007

monotonia glacial

SOBRE O INCÊNDIO E A ÁGUA:

O gelo,
o fogo,
o fogão a gás
e os antibióticos.

O rio,
o vento,
as nuvens.
A natureza
do sangue.

Querido diário,

Meu teto está torto ou talvez tenha estragado, nunca se sabe. O ar está quente e em posições abafadas encontro em mim mesma a grade de respostas, em branco. Do alto, próximo às estrelas mais baixas, cai uma borracha. E adivinhe, bem no meu telhado. A borracha é importante para que eu não me perca em desejos mortos. Os mortos lambem pedras adocicadas de moral duvidosa e por isso não há sentido em se deixar levar por cruéis certezas, melhor perder-se em dúvidas bondosas. Se eu encontrei a saída do labirinto, foi da porta pra fora, e só agora vejo o quanto um erro mortal pode ressuscitar pobres acertos. Não te compreendes? Não me importes.

Tudo é corpo.
Estranhos e íntimos.

Na minha barriga criam-se moléculas que se renovam de quinze em quinze minutos. Meu cabelos já não crescem mais perto de ti e nem minhas mãos continuam tão faceiras de carinho.

[As mãos crescem no planeta das sensações 517; são elos fracos e sinceros, que procuram apenas um instante de suspiro ouvindo guitarras distorcidas. A busca cega, não pense que te compensa, pois não te roga pragas nem promessas, simplesmente não existe.]

Desiste.

( )


O que não existe não há nada igual.

(0)

Querido professor,

Tanto faz se entendes o meu mundo de tua maneira ríspida de julgar o desejo. Tão importante quanto as pedras de dentro é a nossa posição nesse planeta cercado de montanhas rochosas; o isolamento não é tão puro quanto cósmico. As pedras de dentro me atravancam e jamais chegarão a ti, por isso, não te preocupes, concentre-se no movimento das placas tectônicas. Devo confessar que jamais me senti tão serena como nesta banca de palavras e ausências que renovam sentenças a meu favor. Digo, sentenças falsas.

[]

[ ]


SOBRE OS CONTORNOS:


Reto como uma parte de pele rasgada em triângulos. Já não posso acreditar em pontas, mereço uma geometria completa. Já não posso falhar em escolhas que me escapam como ladrões de sonho em quadrados. Redondos? Temos sido nós dois até agora, como que perdidos num círculo que, como todo o círculo, não leva a lugar algum. Mentiras confortantes não me interessam. Obrigada, tenha um bom dia. Um ótimo fim de semana. Não esqueça de lavar os azulejos, eu os deixei na porta de casa, de onde nunca saíram.

//

Querido Examor,

Tortos como as varetas de uma sombrinha quebrada são todos os sentimentos efêmeros. Insignificante como um pingo de chuva na testa pode ser o momento da libertação; quando a piedade pelos mendigos desabrigados substitui o fascínio pela tempestade.

manifesto intergalático

Querida Putiniko,

Desde a chegada da quarta lua não consigo estabelecer nossa conexão, mas essa não é a pior parte. As flores sintéticas murcharam como bochechas velhas e o ar está como que rarefeito de entranhas humanas. O cheiro que emana da superfície me lembra teu chulé; já não consigo dormir no desconforto da nave pois ela roda em ondas côncavas e não convexas. Ainda carrego teu rímel comigo e me ajoelho perante ele nas noites sem água. Começaram ontem a borrifar, junto com a lua. O ritmo parece um tanto desordenado mas eles acabam sempre acertando. Entretanto o que eu queria mesmo te contar é um tanto mais assustador. A Terra é oca e nós vivemos no meio e não na superfície, como supunhamos. Ontem quando desligamos a rádio as superfícies de contato se grudaram todas. O nazismo, a estético, o super-homem e a Terra. Não estamos na borda, estamos a bordo. A bordo de uma imaginação não utilizada e que reclama ouvidos multifacetados. A bordo de um lapso-colapso morno e fétido (quando me alimento, me culpo e me absolvo em goles de demência). Meus olhos agora dormem, acredite. Estar aberto não significa absolutamente nada. Vivemos em uma época por demais distante dos Deuses para nos acreditarmos sábios, cara Putiniko. Vivemos numa era por demais afastada dos Gigantes. Hoje conheci um deles, se chamava Robson 314. Há 12 mil anos Robson 314 não conversava com um intergalático, e não pareceu agradecido. Impressionante como os gênios não podem ser compreendidos, por intermédio de tal vã conclusão passei a acreditar em ti de novo. Jamais duvidarei de teus dotes culinários novamente. Beijos e me liga.

Samstag, November 24, 2007

esse bateu ou giz de calcário.

(escrito na escadaria da Barros Cassal na madrugada passada. OU presente?)

Doida de ócio nos confins do vuduzão. E aí guerreira? Meus tênis estão podres com púrpuros restos carbonizados de fumo chovendo em ondas do livro, escrevo que preciso e preciso de + papel.


+ PAPEL
(a caneta falha)


Outros títulos da coleção Livros de Ouro.

Bíblia
Ciências Ocultas
Deuses e Deusas
Evolução
Felicidade
Flores
Futebol
Heróis da História
História da Música
História do Brasil
História do Mundo
Mente
Mistérios da Antigüidade
Mitologia
Mitologia Erótica
MPB
Papas
Profecias de Nostradamus
Revoluções
Santos
Sonhos
Universo
Zen

(VIRA O VERSO E VOLTA)

Papel, papel, papel; eu precisava tanto de papel e agora tenho o papel palpável não sai nada inteligível na esquina dos barros vuduzando uma pilha acidental. Gabriela horrorizada suplica ao motorista de táxi -----------------------------------------------------------------------------------------------------------> chega o táxi. Fica a caneta.

Pin Ups em vermelho e branco e um jogador de beiseball com uma enfermeira. Os dois discutem. E o pior, estava acontecendo.


-----> Ainda tem o papel. O vudu, vamos afastá-lo. Na verdade é um gângster e um jogador de beiseball.


Ok, acho que ainda está acontecendo. Mas não, não posso voar.


GiCa-Amo a vovó diz:
ai mais tu juraa q nao conta pra ninguem
GiCa-Amo a vovó diz:
pela tua vida

Meus amores. Meus amores. Meus amores. Sem amor nada se cria. Ponto. Açucar. Algodão doce. Vinho suave. Nuvens de chumbo. Camisetas listradas em azul e bordô. Prédios e faixas branco-azuladas. Sacadas. Não tem estrelas, só na música do Beach Boys,


arthurcolorado97@yahoo.com.br diz:
ism,tah aham
GiCa-Amo a vovó diz:
Tata
GiCa-Amo a vovó diz:
mas jura q nao conta
GiCa-Amo a vovó diz:
tu sabe se alguem gosta de mim


------------> dentro do Juca Batista.


Hora do almoço. Eu tenho computador todos os dias. Todos os dias. Eu quero que a Gabriela saia.

Saí.

Mittwoch, November 21, 2007

uma merda como qualquer outra.

Eu me sentia tão bem com aquela nova parceria que poderia discorrer sobre qualquer assunto corriqueiro, desde a forma como o cachorro velho urinava arqueando uma das patas traseiras com a dificuldade típica dos anciãos, até o modo como o odor azedo de minhas axilas seduzia meu olfato ao fim de mais um dia de tédios cansativos. O cansaço havia por fim me dominado e quando eu pensava que tudo estava indo pela privada abaixo junto aos meus excrementos espumosos, ele apareceu. Tinha contornos arredondados mas em geral era disforme por completo. Eu não podia afastar o pensamento dele desde que o vi abandonado ali, flutuando em um mar hostil de bolhas ensaboadas e sujas. Tudo que eu precisava parecia estar contido em meu bolo fecal.

Sonntag, November 18, 2007

O sentido da vida está na versão de Siouxie para Dear Prudence dos Beatles.

"Há dias que são de amanhecer", ele pensou esmagando o último cigarro no cinzeiro de madeira que trazia o dizer "Buenos Aires" ao fundo; palavras curiosas para se estampar em tal recipiente mas, tudo bem, a vida é mesmo curiosa, e os hábitos também. Ali estava ele descontraindo com seus botons de plástico e se sentindo como numa música do Television; escutando a chuva e ouvindo algo mais, que com os pingos invadia o cinzeiro e fazia boiar os restos de nicotina prensados em pequenos cubos de papel. Restos. Vulgo "Bitucas". "Mutucas", pensou, também se chamam algumas moscas. Ele gostava de ser assim hiperbólico em seus pensamentos. Mas naquele dia ela iria embora, e isso ele não conseguia tirar da cabeça nem com divagações mornas de fim de tarde chuvoso. Peripécias desimportantes fazem realmente sentido frente a uma situação de desespero amoroso, percebe-se que elas realmente são desimportantes. Ele finalmente havia chegado a uma conclusão em sua tola vida, e era essa, a da desimportância dos acontecimentos bobos e divertidos. Naquele dia não, naquele dia nem Stallone Cobra o faria rir. Ela vai embora e ele não tem mais cigarros. Ele não tem mais cigarros e afinal de contas os cigarros não fazem diferença; no entanto, mesmo assim fazem falta, just like her. Ah, coisas de música. Ah, ele não queria mesmo falar sobre isso, não havia nada a ser falado a não ser boas-vindas solidão.


E a solidão só começa quando todo o resto terminou, quando se percebe o fim que há em tudo e a incapacidade que temos diante do tempo e do tudo. Esse tudo bobo de reflexões existenciais. Esse tudo que fica tão nada quando alguém vai embora, que morre um pouco a cada dia a saudade e mata um tanto a cada noite os começos. Há noites que são de amanhecer e dias que são de acordar. Ela havia proporcionado a ele todas as noites de amanhecer, mas depois roubou todos os dias de acordar. A menina dos cabelos verdes conduziu nosso protagonista a um sonho eterno de ilusões estreladas regadas a cerveja quente. E agora deixava só o frio; quem ela pensava que era? Ora, ele mesmo diria, num daqueles lapsos que duram segundos e mudam um TUDO inteiro; ele simplesmente deixou de se importar, talvez tenha achado um segundo cigarro no fundo do peito. Green is the color, mas também desbota.


Ele acendeu
e morreu.

E tudo começou de novo; o jardim de infância, as brincadeiras de roda, o chocolate derretido no fundo da caneca escrito 'mamãe'. Mamãe Natureza que abençoe nossas divinas perdas. Papai Tempo que se foda. Essa história de tempo não passa de decomposição física. Num mundo sem rugas, nada disso faria sentido. Mamãe Natureza é mãe solteira e eu sou bebê de proveta.
Não quero mais falar dele, é óbvio que ele sou eu e a ficção é o escudo dos fortes. Fortes precisam de escudo? Ah, me dá a minha fraqueza de volta, eu gosto dela. Ela que vai embora hoje e se cobre de verde pra afastar o negro. Ela que vai me deixar e eu serei então uma pessoa melhor, ela que não é de mentira. Ela que é mais quente que cerveja do Bambu's amanhecendo num copo plástico.


Adeus, gatinha. Somos todos feitos de um pano rasgado, e os buracos também protegem, mas um dia a gente tem que costurar pra não cair. Cair de muletas é tão mais difícil. E por isso eu vou reto e de ponta.


Desejo a todos que um dia descubram, como eu, a sagrada verddade contida no BOM Mergulho. Pois eu sou demais; sou roxa de frio no mar e vermelha de calor no sol. Eu sou de todas as cores, não preciso de verde. Compre um lápis de cor você também e vem pra cá. Vem com a tia brincar de bobagem e esquece o resto.


Viu? Ela já foi, passou. Pra dentro? Através? Tanto faz, desde que passe. A mutação é o fim de tudo que há e o início de tudo que será; será? Quem sabe, ganha um beijo negro.

Dienstag, November 13, 2007

patinetes, férias, outono.

Por Deus, preciso ir ao banheiro, mas seguro, seguro até a hora do sono deles. Que eles durmam, que ronronem, descansem, descasquem como feridas abertas. Mas que não tentem me fechar! Preciso abrir esse fecho e soltar o mijo. A larva sacerdotal sgrada do folk. A mística líquida e sóbria. Sóbria feito vinho e cantante feito égua com gás. Estou curada. Mijei, passou.


Agora é só panela com arroz e feijão, adeus sobremesas e enfeites de cabelo. Comi todos os lacinhos, despenteei todos os pêssegos e fiz chapinha nas laranjas. Agora chega de fruta, meu fresco, chega de sentidos adocicados, quero café preto com maracujá; pra continuar assim, solta das amarras do bagaço.

Vamos lá, quem não quer que vá brincar de roda ou se atire da gangorra. Quem tem medo de ser brega que mergulhe numa Vogue ou compre sapatilhas de ballet.

Não tenho mais paciência para os bons modos, os bons modos não tem alma, só calma.

Eu não acalmo, eu grito e suporte quem também não se suporta.

Adeus, amor, eu vou voltar de onde saí pra sempre estar longe do perto e perder de vitória.
Nada que sai de mim voltará. Jamais.


------------ Don't worry, man! I'm from the internet! ------------


[Histórias de detetives? Jornalismo cultural? Confortinho para indies? Jamais, jamais.]

Sonntag, November 04, 2007

Dirty is beautiful

Caminhando todo dia para um canto escuro, não te encontro, não te escuto, não te toco. Caminhando todo dia para longe de mim, cada dia mais perto da ilusão migrada para os confins da ditadura apaixonada. APAIXONADA, louca, vazia, cheia. LOTADA, lotada de aranhas enroscadas em parafusos e melindre de donzelas em contos de fadas. Amarrotada em minhas roupas mal-passadas do verão retrasado. Infeliz em meus sapatos chiques desperdiçados em privadas e privações. Marota. Foda-se. Morram. Morre tudo. Que morra tudo aqui dentro, vocês não sabem de nada, não sabem porra nenhuma, tô cagando pra vocês, morram. Continuem se apaixonando por garotinhas dirigindo automotivos na noite porto-alegrense. Conitnuem buscando esse conforto mofado e fedido, pois meu suor vale mais que 100 litros de gasolina. Sim, tô cagando. Te mata, te consome, me consome, me sufoca. Te fode, me fode, me come, me morre. Where's my mind. Não me importa. Te queria agora aqui. DE NOVO. Sim, de novo. Depois de tanto tempo estudando o amor patológico, não adianta. AMO,AMO, AMO. TE amo, te venero, tu me enlouquece, me pira, me desloca, me sufoca. Me mata, me... me..... meeeeeeeeee DEIXA!!! Por favor, me deixa! Como faz? Como faz? Como me livrar disso tudo que me mata aos pouco pois sim, eu deixo, eu te deixo me matar, eu te deixo me fazer ridícula, me fazer infantil, me fazer idiota, me fazer fugitiva. Sim, fugitiva, não passo de uma fugitiva charlatona e sem categoria. Sou o caos de todas as peles, todas as acnes, todos os narizes, todas as fodas. Sou o caos que não dá certo em nada nem em nunca. Sou o caos que me fere com ponta das facas afiadas nos teus dentes me mordendo, me cortando, esfacelando, não. Não dá mais. Não dá mais. Obrigada, querido baldinho de vômito.

Mittwoch, Oktober 31, 2007

my chosen speed (L)

Uma força revigorante me invadiu com a iluminação da tempestade. Poucas coisas são mais inspiradoras como tais clichês naturais. Elétrons por toda parte? Não sei. Por aqui o café começa a esquentar, posso sentir o cheiro dos grãos, antes do processo. Os grãos antes do processo constituem, talvez, uma incógnita, porém uma incognita tão superficial como são inevitavelmente aqueles homens bem-sucedidos em todas as esferas da vida. Os grãos podem demonstrar talento, ou não.

[É difícil evitar os binarismos quando minha alma já respira travesseiros cem por cento algodão.]


))Sento, sento demais da conta. Invento lições de bordado com veias e tripas. Escorro meu ventre em um teclado sujo e gorduroso, mas não o meu. O meu teclado está hoje limpo como uma camponesa desodorando-se à beira da fonte. Meus fósseis é que estão mais enferrujados que roda de Brasília. Mas meus pés ainda andam, nessa velocidade mais branda e talvez tediosa, porém tão afável ao coração, tão tenra e macia como um novelo traiçoeiro de lã. Tão divagante como sempre esteve e, sim, eu sei que vocês riem das minhas idéias desordenadas, mas é assim que eu quero e assim deve ser. Talvez seja um pouco de paranóia mas, hoje, hoje estã tudo tão soft que me permito qualquer divagação em sentidos opostos ao terceiro elemento. Elemento sorte-magia-mistério-esoterismo. Chuva que volta com meus dedos e me traz recordações da infância. A lembrança de um amor não dói mais que a saudade da infância.

Morro,
um pouco mais
a cada floco
de algodão
nessa selva
de
co
to
netes

Parquinho?

Continuo com a minha cultura irracional e vã. Tudo é vão. O ar, o mar, as estrelas, os amores. As poça d'[agua. As poças de lama. As poças da minha mão. Cheia/vazia. Delírio de movimento arco-írico. Ripongagem textual. Estou ficando farta de mim mesma nesse balanço torto sem cinto de segurança. Estou me abandonando a esta nova emoção como em propagandas de chicletes hortelã-refrescante. Quero ser uma nova pasta de dente. Alva como a tua voz, suja como os teus beijos. Brega comoa tua nave; de dois, de dez irmãos.

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Fugi.

Já fui.

Já voltei.

Não creio que fora de mim tenha descoberto quem me procura quando, assim, me busco. A procura de mim mesma está fora de contexto e de

EU

PRÓPRIA.


Quando me busco não sei quem encontro e tão pouco quem bate a porta.

Já não
IN
porta.

(Não posso evitar de pedir desculpas toda vez que faço uma rima, em algum momento de meu desenvolvimento intelectual apreendi a consciência deste manejo das palavras como absolutamente recriminável.

Então

Perdão

Perdão

então
todas as desculpas.

um só corpo
molejo
traquejo
um beijo
de olá.)

Samstag, Oktober 27, 2007

A paixão mais sincera é a da comida.

Velda procurava uma lanchonete no centro de uma cidade grande, algo fácil e ao mesmo tempo longe do habitual, ademais tão disperso de suas verdadeiras e mais ambiciosas intenções ali mas, enfim, lá estava ela perambulando em uma manhã de chuva com o queixo direcionado às nuvens cor de chumbo contornadas pelas suas antecesssoras de um branco azulado. Estar em uma cidade desconhecida é como estar fora de si mesmo, não reconhecendo os padrões de atitude requeridos ao momento. Não reconhecendo nem a padaria da esquina nem o ritmo fônico dos habitantes; estar fora é estar perdido dentro de si mesmo. Velda se sentia assim, e era boa essa sensação de chuva e cigarros nervosos que procuram a boca enquanto os olhos procuram o alimento ( da alma?). Então a garota lembrou de uma canção, como nunca se pode evitar em situações tão novas e eletrizantes que nos invadem como um videocilpe a um pré-adolescente; ela se sentia 'just like a woman' na parte do 'i just don't fit', mas era uma sensação de labirinto floreado (ou seria cadeado? ela não podia evitar) e não de muro de concreto, se é que vocês me entendem. Enfim, o verdadeiro sentimento de inspiração. O auge da veia criativa pulsava em Velda e em suas pernas fortes em braços fracos e apesar disso, todos os membros se dirigiam a um ponto comum. A sincronia do corpo de Velda e a música e os jardins verdes monocromáticos e cercados das calçadas formavam um ângulo mais simples do que a preparação dos dedos antes de uma jogada de sinuca. Simples como um vento de tempestade que tarda para que pairem as garotas e seus radinhos de computador em esquinas segurando sacolas com potes de sorvete. Velda assistia a essa movimentação dos habitantes com sacolas e comidas e pastas e jornais e bancas de revista e lembrou então de outra canção (talvez fosse Caetano Veloso). Velda não gostava de Caetano Veloso, tudo que ela queria era um sanduíche de salame com ostras e sal de mar. Velda estava delirando. O monte de areia a sua frente por um segundo tranformou-se em uma pedra-perda que bem poderia ser um sofá ou uma gaivota. Seus olhos se dirigiam a um novo ponto enquanto as pernas continuaram no rastro do antigo. O sucessor era indefinido, sem direção nem intenções e nem, bom, já não importa. A emoção só pode ser encontrada
em caixas de correio, concluiu, atirando-se sobre as rodas dos caminhões e motos no trânsito de sua mente-coração. O suicídio da alma só encontra abrigo nos biscoitos made in OUT. Ou em pedestres desavisados e sonhadores (mu-mu ou moça?), dá no mesmo.

(Velda encontrou a lanchonete mas perdeu o trem.)

Mittwoch, Oktober 17, 2007

[the more you change the less you feel,

believe in me as i believe in you, tonight. ]


Como me sufoca esse grito de você, esse amargo de não ter meu doce azedo e esse doce de não ter álcool correndo no sangue, de não ter teu sangue na minha boca, nas minhas unhas e sim, meu sentimento agora é bem esse de fortalezas e micro-organismos no vermelho. Protect me from what i want. Não consigo fazer sentido, socorro. Vem, me beija, não quero mais saber. Que as crianças morram ou não morram, Que os velhos nasçam ou não. Não quero. Me dá um copo de whisky, me dá três doses de carinho e uma de sexo. Me dá teu sorriso, teus lábios; só hoje, só essa noite; quero me matar em gotas de clorofina numa janela suja, quero me perder em labirintos de vasilhame em corredores de ferro e morrer na boca do teu peito se fingindo sedento de mim. Qual o objetivo? Qual o prazer? Qual a diversão? Não sei, meu amor, nada faz muito sentido agora a não ser a tua pele macia na minha; como dói, como dói essa parede de sorrisos e sarcasmos e simpatias e educações forjadas na garupa de um cavalo de corrida. Ah, meu amor, eu te amo tanto, te amo tanto que não entendo, não entendo de onde vem essa vontade de constrangimentos pequenos e doces, essa vontade da tua vergonha e da minha se misturando numa banheira asfixiada de bolhas-água-suja. Esse vetor progresso que não vai, que não vai, que me trava e me suplica; Gigante, fica aqui, Gigante não sai daqui. Hoje você levantou com o pé certo dessa cama dura e não precisa de maciez. Mas é tão forte essa tua pimenta que não sei como não chorar (1...2...3...4) só mais uma vez pra eu parar de repetir que quero saber da onde vem; pra onde vai, jamais. O que importa tudo isso? Quem vai ler tudo isso? Quem vai dar a mínima? Quem vai me salvar?

No fundo quero uma bóia e não leitores, afinal.

Cadê o fundo? O fundo não chega nunca. Fundo, por favor, chegue, chegue depressa pra que eu possa voltar, pois tu sabes, sabes que só consigo voltar de ti, o raso só me pede mais e mais e, querido Fundo, eu não posso mais.

Uma corda seria o suficiente?
Pra me amarrar onde que não seja em ti?
Pra enforcar quem que não seja o meu peito?
Pra pular onde que não nessa noite de azar?
Pra fazer que diabos, meu bem?

Só queria te dizer que também tenho vergonha diante do que admiro, que também sofri cada segundo ao teu lado, que ainda sofro os males de uma comunicação adiada, mas ainda quero tirar tudo daí, ainda quero te tirar de mim, mas te quero dentro, bem dentro, como todas as vezes quero de novo emoção e não técnica, quero CORAZÓN. Te amo, Corazón. Não tenho como dizer, pensar, viver outra coisa. Voltei, me dá a chave. Me abre, me arranca, me liberta, me furta dessa cadeira e desse chocolate. Me tira desse inferno gelado de vinho tinto. Me faz cócegas, arco-íris, bandanas. Tu és tão bom, meu amor, tão bom que a gente não precisa de bandaid, tão bom que a gente pode se bater e se amar e ser odiar e não... eu estou errada. A música acabou e percebo que sempre estive lamentavelmente errada.

Nada de Corazón.
Te odeio.
Sai daqui.
Me fez sofrer.
Me quebrou.

Hey, Paul,
let's have a ball.

GIGANTE como meu amor é meu ódio, como num bom western.

Dienstag, Oktober 16, 2007

You don't sound different, I've learnt the game.

- Eu acho que o pessoal sai na noite pra bancar o que não é.
- Pode ser.

[ quanto mais eu me afasto, mais a latrina verde me persegue.]

- Mesmo? E sempre nesse horário? Viu, eu disse.
- Sim, pra confirmar o sentimento ilusório de superioridade em alguma esfera da vida.
- Ou existência.
- É. Mas tu não deverias pensar ESTAS coisas, essas reflexões do universo e da coexistência.
- O universo, não; OS UNIVERSOS.
- Acho que as DROGAS tomaram conta.
- Sim, acontece no final.
- Cedo ou tarde.
(..)

- A gente sempre acaba voltando a ouvir Janis Joplin.
- Sim, lá vamos nós.

(...)

- MAYBe. Meaybe, maybe, mabeeeyehhh







'O despertar dos mágicos' não é uma ficção, não é um relato, não é um documento. É um professor. Ele me ensinou que a literatura é um luxo da subjetividade. Me ensinou que preciso usar as mãos e desprezar as asas dos anjos; o maior erro do homem foi retratar os anjos com asas. 'O despertar dos mágicos' me fez quererser um anjo do bizarro, ou quem sabe, me fez descobrir um deles dentro de mim. Um mensageiro do caos e das sociedades secretas de inteligência. Um adorador dos médicos e dos engenheiros. Um alquimista. Mas não iremos mais além.

além de.

que?

sai daqui.

Pega uma mística de carona, in the end only orgulho riponga matters.

(afirmações categóricas revelam fraqueza de idéias. adeus ou alô, tanto faz. ou me liga. 3 possibilidades são mais coerentes do que duas. vamos nos livrar desses vícios de dualistas.)

Mittwoch, Oktober 10, 2007

Com licença,

preciso sair de mim, preciso pensar em vocês, sim, em vocês, quero agora que me compreendam e quem sabe me comprem. Quero que me tirem de mim e dos meus olhos e me emprestem os seus. Quero que me digam a cor daquela árvore ali do lado e quero que seja cada uma de uma cor.

[Quero que todos os dias eu coma amoras e depois te mando um depoimento na Orkut contando como foi linda nossa tarde biofashion. ]

Tá, parem, me escutem, estou agitada, meus dedos procuram não sei,talvez um lenço ou um lápis, um coração ou uma moeda, uma rainha ou um surdo. Escutem, foi palha, eu sei. Foi tremendo e confesso, me arrependo. Mas eu sei, eu sei que vou conseguir sair daqui, dessa minha realidadade oca de frases e conspirações. Eu vou e levo todos vocês comigo, cuidem-se. Isso foi um sinal. O perigo está salivando na boca do meu palhacinho. Lembrem-se do exorcismo, um dia podem precisar dele.

Fake drug, nice work if you can get it OU Pogo-Ball.

Eles não querem me dar o que eu quero. Eles estão loucos, fascinados por uma realidadade paralela e científica. A grande verdade esconde-se em sociedades secretas. Não, pensando bem isso não passa de uma ejaculação de rótulos. Não vou cair nessa. Eles que saiam daqui, rosas-cruzes diversificados e alquimistas dançarinos de boate. Morram.

[O médico e o escritor, ambos lidam com ascensão e queda.]

A vida e eu: eles, eles me sobrecarregam; me fazem querer vomitar tudo isso que não é de mim e sim do mundo, do mundo novo na boca de dublagens do SBT. Pequem-se.]

Eles não querem me dar o que eu quero, então eu grito, ou mordo com dentes de almofada ou me jogo em colchões d'água. Eu idolatro o suicído violeta com roxo, cor do Pogo-Ball da infância. Cheiroso, maleável, inflável. Inflamável? Em doses homeopáticas, não pode ser.

[Esqueça tudo se teu coração deixar, será um bom trabalho se conseguires.]

Sonntag, Oktober 07, 2007

não tem

Não posso evitar de ficar feliz, Pablo. Pablo, me escute, pára de bater com a cabeça da parede. Pablo, me dá tua mão e deixa que carrego tuas maçãs. Pablo, tuas maçãs fedem. Não quero mais esse fedor pertode mim, chega de carne humana em decomposição por metáforas.

[Chega de ócio criativo em tardes de segunda ou meias encardidas abandonadas em um varal de meio-dia. Eu quero sol, sossego e segredo. Seco. Quero mantras e e mantas, de lã e carbono. Azuis e virtuosos. Laranja e hot, hot, hot.]

Eu te sinto a falta, Pablo. Te sinto a falta como nunca pensei naquela noite de vodcas no relento do teu mato. A tua voz que não sabe o que diz mas me mata por dentro esse sufoco de não saber dizer. E esse teu ânimo diante dos relatos das peripécias desimportantes, essa tua comoção com o mundo novo. O mundo novo é assim, Pablo. E por isso não podemos negociar, tenho que te matar dentro de mim como numa música dos Gun's and Roses e me encher de sufoco até ele vir, e me beijar. Desculpa, Pablo, preciso que ele me beije. Por mais que a voz dele não me acalente pois não há, não existe motivo para desejar aqueles beijos que não seja a vontade de provar de algo que se sabe; que não há emoção em olhos desiludidos e do tamanho dos teus. No tamanho dos teus, Pablo, mas tão mais opacos e resignados. Tão sonhadores e mascarados. Olhos de tigre preso em um quarto de bebê. Olhos e boca e mãos e não tem como escrever assim, Pablo, não tem.

Dienstag, Oktober 02, 2007

Baforadas de morango

Me engolem com a fumaça que sai dos meus pulmões
de vaselina.
Me enfraquecem a vista, me batem na cara.
Um, dois, cinco tapas.
Minhas baforadas de morango me salvam da piscina
de vaselina.

Não consigo sair dessa posição confortável que é a meditação exaustiva. Não posso mais usar a negação como forma de verdade e acusar como forma de auto-punir. Os sentimentos se encontram todos em um disco de Schubert, só isso importa; que as emoções se encontrem em um ponto intenso e interrogativo do hábito. Que se possa imaginar cenas de pancadaria e altruísmo em uma mesma música. Que se possa ir do sexo dos amantes às brigas dos irmãos, em dois minutos. Que se abraçem as causas e se divirtam com bandeiras de solidariedade. A solidão só pode ser acompanhada da música clássica, e os taxativos um dia alcançarão seu merecido reconhecimento. E não se trata de vanguarda ou loucura de hoje / verdade de amanhã, se trata de acreditar nas próprias razões, pois a baixaria particular deve sempre ser preservada.

Montag, Oktober 01, 2007

Tombo tur

Me sinto tão cansada até para lembrar da voz dela me jogando todo o fracasso de uma vez como um balde de chumbo. Me lembro dela dizendo que as únicas coisas certas eram a vida e morte, e o quanto isso era impressionante. Eu a disse que filósofos durante toda a existência quiseram descobrir o sentido do intervalo e não conseguiram. Não sei o motivo pelo qual estou contando isso. O motivo pelo qual estou hoje tão cristalina e exausta. O dia me pesa como cores amarelas e laranjas berrantes; as vozes me invadem a raiva adormecida. 'Tô torcendo que ele caia', ela disse; 'ele precisa mesmo é de um tombo, tá precisando de um tombo'. Eu gargalhei. Não podia ser possível tanta ingenuidade e falta de noções básicas em relação a desejos e punições.

Sonntag, September 30, 2007

substitute my gin for coke

Quanta besteira, vou substituir por estilhaços dilacerados da minha angústia de pão. Peguem meus farelos e joguem onde quiserem. Peguem minhas duas mãos e por favor as levem com vocês. Uma montanha russa de sentimentos quebrou no meio de um percurso da meia-noite. Um parque de diversões inteiro parou para ver a menina obcecada por patins. Os patins a amam de volta? Vai saber, objetos talvez sejam mais sinceros que corações <----------> Mudanças


bruscas
de café
com açúcar
e sem.

Saias soltas
e calças apertadas.
Brindes
e micróbios.
Peças velhas
e ovas.

Falta de vontade. Sentimento de fracasso e auto-piedade. Não é justo com ninguém, não é salgado nem azedo mas doce como uma ferida aberta. Sangrando coberturas sufocantes vou me perdendo em músicas de Buddy Holly. Radio cure. Meu mundo está verde de compaixão e desejos. Meu vocabulário está pobre a pedir esmolas nas seduções alheias. Minhas seduções estão encobertas com possibilidade de chuvas esparsas. You don't need a weather man to know the way the wind blows; sempre é bom lembrar.


Te amo com toda força que não sei da onde vem, te cubro de sol e bronzeador e depois te arranco a pele descascada. Te dou comida, bolo de chocolate e alfazema. Te dou chá de humilho. Pão de moça. Suco de velho. Máscara perfeita essa minha de metáforas que saem do fundo do meu aleph interior. Não vou cair de lugar nenhum, não sei como isso poderia acontecer. Me seguro tão bem com minhas patas de peixe e me debruço na sacada dos meus amores. Te digo que sim, que não, que jamais, mas tudo que eu quero é a tua pele e dentes e cobres falsos. Te amasso com farinha e segredos de algodão. Te verto em xícaras e jornais e idéias desconexas. Vem brincar comigo, me diz que amanhã já é tarde demais para um milho com manteiga ou uma abóbora de dia das bruxas. Me pega e me uh, azar, não quero mais. Sempre mudo de idéia. Azar é de vocês?

Samstag, September 29, 2007

why don't you take aLUVme

METIDA<> MUSICAL:


[Take my lips, i want to lose them. Take my arms, i never use them. - Billie Holiday]


Simplesmente não sei como descrever a mistura de céu e luz elétrica que acontece na minha janela agora. Nem imagino como dizer o quanto o sol do meio-dia me fez mais forte e resignada. Ou como fiquei tirando fotos estilo macro/digital da minha pele queimada. O rosa é tão estético, não pude evitar. Estou devagar, eu sei, e cada dia mais é como se eles estivessem me levando junto; minha noites sem sono de olheiras que o pó compacto não esconde mais; 'Feeling Girly' é o nome de um grupo de discussão sobre fotografias digitais; 'Pensar Enlouquece' é o nome do blog mais lido do Brasil segundo alguma revista que se dedica às pesquisas virtuais, em alguma de suas sessões, é claro; bem delimitada. Não estou sendo hiperbólica. Nao acreditem em mim. Não se ofendam. Convidem suas amigas para tirar fotos sensuais em muros, certamente haverá um meio sócio-virtual para todos. Minha única certeza não é a mais a dúvida, e sim a internet. É como ovelhas em filmes antigos que eu quero que vocês saibam que eu assisti. Evitem. Evitem o comentário de revolta. Não há lugar para isso. Como não há como patinar na água, ou esquiar no fogo, pois é preciso FORÇAR. Não há dois Deuses para a mesma pessoa, e nisso consiste a farsa. E a força nada mais é do que uma farsa articulada com a intenção de suportar.

Dienstag, September 25, 2007

Samba italiano

Agora tenho certeza que fiz sangrar, como em sombras e árvores na floresta tétrica das minhas amarguras vertendo-se na força de vontade em uma esteira de ginástica. Agora sei que feri com a cerca em volta do sol contra as nuvens e sim, é difícil voar. Esse sonho nunca virá dizer tchau. Esse tempo nunca lhe diz sobre você mesmo, e essas flores will never die. In your eyes. Com lágrimas vermelhas e unhas rosa bebê. De monstruosos pijamas de bolinha. Com câncer, com brócolis ou com vinil. De plástico, bolhas ou quadrados. Retangulares. Bolas de fogo nos meus olhos de gêmea siamesa. O sonho está sempre próximo. O tempo vem velejar para longe, me sento e me planto no teu caminho de águas revoltas. Irritar-se com ele é como incomodar-se com o pólen da flor que te faz tossir. Mergulhar em suas águas é como dizer tchau ao insulto dos céus. De nuvens, de cercas, de lua cheia romantizada e notícias do mundo ou quem sabe garotinhas tirando fotos com embalagens de doce.

Meu coração chora as lamas de uma existência sem utilidade e com culpa de porcos na relojoaria. Lembranças de meninas fugindo de lençóis brancos no varal durante a noite me deixam como em frangalhos. Ele me deixou faz 4 semanas. Ainda durmo do meu lado da cama e tudo mais que as canções já disseram. Ainda escuto suas músicas engomadas e tocantes para um momento que exige dureza. A dureza é um conceito difícil de assimilar. Todas as possibilidades de idéias flácidas necessitam prévia eliminação. Tarefa árdua como atualizar preferências virtuais. O virtual é um choque de cores e prazeres dcontra um universo em desencanto. O não-lugar é o doce lar das paranóias e obsessões. Os marcos e zeros do fracasso não pedem socorro, é preciso ficar atento.

Samstag, September 22, 2007

Everybody it's a good thing.

Todo problema na verdade consiste em não aceitar a ENERGIA, em abandonar o autêntico e buscar o útil. Não tenho nada a dizer. O que? Não sei, teus pés ainda me despertam curiosidade e cobiça, teu peito em cortes de gado me devolvem o ombro quebrado da infância. Daquela árvore verde, talvez, um dia, saiam maçãs venenosas de contos de fadas. Eu vou voar pra sobreviver.
Não tenho nada a esconder. Nem minhas rimas infantis e veja bem, a infantilidade é a própria ENERGIA, é aquela a qual não dão importãncia mas reconhecem a genialidade. É o mal puro e completo, sem interesses egoístas, pois o mal não pode servir a interesses pessoais, o mal não deseja vingança, não suporta a UTILIDADE, o mal é somente a energia infantil; pesada, inocente e mentirosa, selvagem e curável. Bom seria não ter cura, mas o bom não nos interessa, o bom é útil, servil e escravo.


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Ângulos, me devolvam os ângulos, passem por debaixo da minha porta, me mandem também caixas de trufas com a cobertura ainda quente, mas tem que ser fervendo, tem que ser a ponto de explodir se você entende o que eu quero dizer, não quero que se machuquem, por favor, não liguem para o meu o meu sonho triste e meus vícios sorridentes. O sorriso nos meus olhos é uma lágrima na boca e uma febre na orelha. A marca no meu dedo é um desejo de salvação com facas e colheres caídas em posição fetal. Obejtos tem coração? Pouco importa, meus olhos nos joelhos, por obséquio, quem sabe assim posso ficar mais perto do chão. Ou se tivéssemos narizes na sola do pé, então seria difícil, seria cômico, seria? Seria melhor ficar muda, dançar, fazer bolos de caramelo? Seria mais interessante um turbilhão de imagens em cubos artificiais? Seria mais ameno uma tarde com flores atômicas caídas na calçada?


Não sei, a eterna pergunta é a dúvida, mas a dúvida é uma afirmação. As perguntas não podemos evitar assim como um pássaro aos cuidados do ninho original. Os pássaros não devíamos comê-los pois cantam de madrugada, alguns. Talvez pardais. Talvez borboletas ou insetos barulhentos em uma noite de leitura. Queria o que não sei que queria e minha falta é uma luz esperando diante da porta trancada. A questão é quando vai passar o frio, teu e o meu e o nosso e tudo mais. You're so cold. Não, não quero letras de música, não quero livros de biografias acidentadas que venceram no final. A vida de um homem pode sim ser julgada bem antes dele morrer. Vamos abandonar o que nos serve e vestir roupas cinco números mais largas ou mais apertadas. O sofrimento do corpo diante das amarras do vestuário pode gerar um torpor próximo da epifania, enquanto a sensação de estar com roupas largas pode ser aniquiladora por despertar um sentimento de distância e solidão. É preciso pele, mas ausência também. Assim como sapatos e chinelos. Como garrafas e copos, gelo e fogo.



O inverno nos meus dedos gelados chega como uma vela numa noite estrelada após uma tempestade que derrubou os postes. Nós dois no escuro de nós mesmos e eles tantos. Nós dois queimando a vela mas não foi importante pra você. Então te fode. E eu não me sinto melhor, e não me sinto ensolarada, porém limpa. Limpa e livre, despida de um esforço que agora vem naturalmente, e talvez essa seja das metarmorfoses a melhor. Me mandem taças de geléia e sacos de algodão.


]estou presa no jardim de uma garagem de concreto. Na garagem dele, em um sonho meu. Bom ou ruim? Já não penso em opostos, só em contradições. Já não brinco de amor e sim de copinhos de plástico vazios. Fundos brancos me interessam.[

Dienstag, September 18, 2007

In the end only kindness matters

Não me protejam mais, cansei. Ai, como me dói te ver assim, tão cheio de borboletas, purpurinas e ases, canastra de ases. Tira esse teu poder sobre mim. Canta Chazan, faz alguma coisa. Meu peito já não aguenta essa doooooooooor, lupicínio não, blááá, wrong answer.
.
.
.
Sim, qualquer um poderia, sim, qualquer um teria essa capacidade ínfima de ser ridículo a ponto de se odiar mas sim, eu tentei, sim, eu esgotei as possibilidades, os erros, os fracassos, os beijos, as ansiedades, os medos, as coisas, ah, as coisas em geral. Socorro. Talvez esse mesmo isso que eu quisessse, talvez tudo tivesse umfim, enfim, como uma gota de sorvete no calor do inverno, ou uma gota de colírio em olhos inocentes, tanto faz; agora façamos um mantra rezando ao tanto faz em versão judaica-católico-romana-africana. Não tenho medo. Me prendam.
.
.
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.
Me escurrassem. Me escureçam, me escureçam de pavor ao menor acorde de ah, como dói, como dói tu e tua voz e teu eu e meu eu ah, meu eu já não consegue dizer. Meu eu já não se domina. Meu eu já se extravaza com XXXXXXXXX, meu não quer mais nada do teu, mas te ama, te ama sem razão e com muita, muita purpurina vencida.

Montag, September 17, 2007

All my lies are always wishes

A primavera é a estação das flores na calçada apartando os mendigos dos ladrões de toca-fitas. Do outro lado da rua, quem sabe, alguns estudantes de teatro fantasiam-se com motivos circenses.

As pétalas amareladas trazidas pelo vento leve da manhã sujam o teu sofá sob a janela. Tua vó coze as batatas ao som de conversas distantes; dos trabalhadores em camisas regata pintando a sacada em frente.

Os teus livros empoeirados cobertos pelo sol discreto do início da tarde. Os roxos e rosas colorindo o alto acinzentado da esfera terreste latino-americana sul-do-brasil.

[Se uma tempestade catastrófica se anuncia, algo surpreendente deve estar se aproximando.]

Tem que acontecer. Ventos e meias no varal como em uma fotografia de céu azul com nuvens de tempestade te obcecam com a força de um riacho revolto.-----------------------------------------------------

Marcas e verbos e pontos e nós. Como a chuva que começa no exato momento em que tu acendes o cigarro e vai até a janela tentar evitar a invasão de folhas secas.
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As flores murcharão, mas logo virá outra primavera; e espera-se, segundo o noticiário da noite, que não tão logo, pois o início precoce das estações prejudica as plantas.

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Jatos de chá de hortelã nos corações herbívoros. Nem frango, nem maníaco, nem pêra. Confuso como acontece dentro deve transparecer no rótulo. Inatingível como o homem sábio que reconhece a verdadeira inteligência como aquela que reconhece a impossibilidade de saber. Fraco como Tarzan para uma criança de 9 anos. Assustador como palhaços para uma de 2 meses, dias, estações. Útil como aparelhos de musculação corporal.


[Meu coração esfria
e posso ver
que ali
jaz
uma mentira.] =====> all my lies are always wishes. 2=2=7


FIM

MESMO


Tempo de crescer sobe em tua garganta como a água gelada depois de um almoço na cozinha azul dos meus cabelos em pedaços. Digo adeus ao meu banheiro de águas verde-pinho-sol.

Mittwoch, September 12, 2007

Some velvet morning

'Here he comes, he's all dressed in black
PR shoes and a big straw hat
He's never early, he's always late
First thing you learn is you always gotta wait
I'm waiting for my man'



São tão doces as sensações que tenho ao contemplar teu rosto de madeira sintética nesse museu. Museu da minha terra. Terra molhada e frouxa, embaixo dos nossos pés calejados de talco. Minha pele me recusa outras sensações que não essas da tua pureza, mesmo sabendo que não existe e que não sei. Não acho na verdade que seja tão doce. Talvez um biscoito áspero com adoçante. Só posso contar do que sinto, o que realmente escuto dentro demim. Ou que não vejo. Tanto faz.

Montag, September 10, 2007

So,turn off the light 'cause it's night of the sun

Eu vi uma formiga e era apenas uma formiga, que me lembrou a confusão de ontem, de hoje; de dicionários engordurados; talvez. Talvez eu queira sair daqui e escrever um livro de contos sobre mulheres pobres que vencem na vida e casam com jogadores de tênis em Tramandaí. OU um dia já casaram, ou casariam.

[Coesão e Coerência são conceitos quase contrários. Enquanto um faz sentido na ordem dos componentes, o outro faz sentido na lógica do mundo.]

So turn on the light.

Abre essas cortinas de veludo e me mostra teu baby doll de seda macia macia como uma canção do É o Tchan. Comparação pedófila não é crime, ou é?

Ah, azar.

A formiguinha era tão linda assim andando na janela bem branca de limpa e eu olhava pra baixo e via o sofá velho tão conhecido da minha infância solitária nesse quarto que já foi de bonecas. Ah, que texto simples, eu disse pra formiguinha. Me tira dessa jaula de entendimentos e opas! e olás! e oupa! doupa! quero sopa!

Chega , eu disse. Vou comprar uma água mineral e pílulas de chá verde. Vou anoitecer em dias de lembranças e cheiros dos teus cabelos. Vou querer te dar a mão e passear nas calçadas sujas do nosso subúrbio. Subúrbio Coração. Com batom vermelho e rosas de Iemanjá. Com bermudas desfiadas e havaianas de pedreiro.

Com golpes de máscara nos meus dedos amarelos.
D
e músicas que flutuam e mentem e gozam e tomam café com adoçante na janela ou no terraço.

Tanto faz. Float on.

É a noite do sol; ilumine-se, enfeite-se da luz dos enfeites. Festeje. Brinde! Avante! A vanguarda! o invólucro! A plebe! O rei!

Todos só querem a bela dama. A rainha de todos os baralhos e castelos de carta. Vamos esperar o papel voar? Papel sempre voa. Pois voem por ela. Regojizem-se. Aventurem-se. Divirtam-me. Já não aguento mais esse Jigo, jijo, Jau sem vencedores nem apostas.

Freitag, September 07, 2007

Será que já usei essa epígrafe.com.br


Paranóia:

I was listening
Listening to the rain
I was hearing
Hearing something else.

(television –Marquee Moon)


Finjo que vou escrever mas na verdade, bem de verdade e repetitivo como elas dentro de mim, bem no fundo eu vou fugir.Do fundo fugirei. Com minhas malas furadas, perdendo maçãs do amor pelo caminho. Mas o que eu não posso,o que eu verdadeiramente já não suporto de forma alguma são essas monstrinhas verdes tipo daquele filme da sessão da tarde, dentro de mim.. O que não suporto é ser assim tão simples. O que já não quero? Esse medo das monstrinhas verdes bem retardadas com lacinhos cor-de-rosa ao estilo combinação-mangueira. Detesto carnavalidades e popularescos. Moro nos moinhos de vento que me rodeiam os cabelos de chapinha.

...

Oh, God? O que foi isso? Será que pequei? A televisão é o único meio de não nos levarem o coração com sardinhas para embrulho? Cadê meus pés de vento, de nuvem, de tecidos macios e algodão doce em pequenos lábios de criança alva no parque ensolarado onde pós-adolescentes tiram fotos coloridas de brincar no computador? Lá onde também inspirações escapam por estarem sempre no lugar errado, ou seja, no bar. Mas uma coisa não exclui a outra. Vamos passear com
O
Chimarrão
E
Também
Com
O
Violão!

ÊÊÊBA!

...

Carrosel, Carrossel!


.....

É do
Meu
Tempo
Do
Seu
Também?

Voltei a ser fragmentada, mas agora serei franca e direta. Não esperem grandes paixões, inovações, novela virtual para poucos ou metade dos telespectadores da extinta tv2 guaíba.

Sim. Faço citações ao estilo ‘se você gosta disso vai gostar de mim pois eu também gosto’. E pois, pois não sei usar os porquês nem nunca soube nem tenho vontade. O sorvete colorê; o escolhido foi você. Essa música me deixa louca. As monstrinhas verdes sempre acordam com essa música. Acho que acabo de descobrir um fio condutor do meu texto; as monstrinhas verdes. Sempre as usarei. Tinha certeza de que elas estavam aqui por agum motivo. Me deixem com elas então. Acho que não posso mesmo continuar. Sei que sempre digo isso mas é que, depois de uns quinze, vinte minutos me canso. Como das músicas. Dos Livros. Dos Filmes. Chatos.

Não continuo pois não me constituo.
Não me provoco pois não me desloco.


Pronto. Rimei. Foda-se. Um palavrão pode salvar tudo. Eu juro, suas putinhas monstrinhas verdes, que achei que vocês estavam aqui para me ajudar, mas agora acho que não, nesse momento estou convencida de que monstruei, entre outras coisas. Estou convencida de que o que a carne pede o coração não pode rejeitar e não existe vice-versa nesse caso. Eu gostaria de falar sobre o que estou ouvindo agora, mas não posso poluir meu texto, me desculpem, suas malditas que me incitam a isso. Eu podia ter tomado um remédio que vendem no mercado público, mas agora já é tarde.

Mittwoch, September 05, 2007

Lama mit Coco by my side

Olha, tá tudo uma confusão aqui. Não aguento mais engosmar meus dedos nesse teu teclado de gordura trans. Cansei, estou atordoada e, quer saber, acho que Paulo tinha toda razão quando te deixou pra ficar com ela, que pelo menos escovava os cabelos.
Te imagino agora com essa bunda gorda amaciando uma cadeirinha barata num computador de merda presenteado pelo teu novo provedor de jantares ao som de long necks alemãs por 20 reais e sobremesas cobertura hidrogênio líquido por 250. Te imagino chorando quando ler a palavra GORDA. Gorda de sanduíches emocionais. Te imagino como uma freira assistindo televisão e comendo chocolates. Como uma adolescente fantasiada de coelho sexy no baile católico dos seus sonhos e ambições. Mas sim, te venero. Te venero tanto que não consigo parar. Não consigo sair desse apartamento, desse nosso café na cozinha sem você, dessa minha dor de você sem mim, aqui.


Que-drama-vamos-parar.

Vamos procurar dinossauros de papelote no Google. Vamos dançar ao som de insensos lendo os livros da melodia. Tua melodia.

Mas agora-não--dá e agora----não---dá; é só esse silêncio aqui fora e esses gritos bem dentro.
[Essas vinganças da alma; desgraças de coração. ]

Você levou a lupa do meu pai, aquela lupa que, tudo bem, você adorava, mas eu, eu nunca cheguei perto dela; quer saber o motivo? Você. Sempre você. Eu achava que teria muito tempo, muito tempo do teu lado antes de você levar a lupa. E antes disso, antes disso eu queria te aproveitar ao máximo, inútil perder tempo com a lupa de meu pai. Inútil às minhas necessidades afetivas. Mas não, eu estava enganada. E só queria te dizer isso, que sinto falta da lupa através da qual nunca vi o mundo, que a quero de volta para onde nunca esteve. Que quero ser uma pessoa nova quando longe dessas ausências de plástico. Que quero jogar cartas um dia de novo contigo, num cruzeiro para bem longe das minhas dispersões com as quais você viaja e inventa e progride e eu não saio do lugar. E quero um cometa e um pequeno príncipe. Não quero castelo, eu juro, você sabe. E agora lembrei dos teus castelos de carta silenciosos num dia de inverno em Imbé. Dos teus cigarros se amontoando no cinzeiro que eu roubei pra ti. Dos meus olhos fundos de olheiras que nunca tive. De pés cansados com marcas de meia e tua voz pedindo mais um pedaço de bolo. Não sei mais o que te dizer. Acho que vai passar. Mas enquanto isso eu continuo aqui com abelhas na minha cabeça e mel azedo no coração. Desculpa qualquer coisa (e isso de culpa ainda vai me matar) e, por favor, volte a me querer com graça e paixão.

Um vomitinho quente com amor.

Lama mit coco by my side. Luv.

Always. Yours.

Donnerstag, August 30, 2007

Querido Jokerman, meu Bob Dylan já tá over, eu sei.

Quer saber, grande coisa. Vou te contar de uma guria que captava imensos reinos em medíocres fragmentos; ou pequenos textos em grandes mudos. Ou grandes coisas em pequenas amostras da realidade; como uma folha caindo, uma campainha da tua voz tocando. Uma guria que tirava do cachecol um gigante cobertor, e assim me cobria, me escondia com sua atenção perdida dentro da alma. Minha alma. Dela. Já não sei mais. Ela me pegou. Me fez acreditar em super-heróis com os quais eu jamais poderia me identificar. Enfeitou os meus problemas.

[E acho que isso soa um tanto Legião Urbana; quando assim, objetivo.]

Quando sinto estremecer meus braços em arrepios ao provar de certa melodia, sei que estou cansada. Quando escuto meu próprio coração lembro dela. Lost in the Fotologs. Vou te dizer que me sinto uma idiota falando tudo isso, que me sinto uma idiota por saber a razão de todos os problemas dessa mulher, ou criança, ou foca. Eu queria só acreditar que por dois ou cinco dias eu sou a senhora-certa de Wunderbar. Eu queria me livrar de todos esses sacos de lixo acoplados no meu cabelo. Queria tirar essa roupa azul com broches de teenager. Queria ficar muda. Queria doar minha voz à minha sola do pé. Queria correr pelada em uma bacia de brinquedos coloridos. Queria morrer em goles de vodka. Chorar em ombros infláveis. Dormir em travesseiros de carne. Dançar em copos de bala de goma. Comer copos de bala de goma. Mastigar teu sarcasmo escolar.

[deixa-eu-te-mostrar-um-john-lennon-urrul-eu-sou-mais-esperto-tenho-jazz-africano. vai-

tomar-no-cu-fica-a-dica-estou-ocupada-ouvindo-um-john-lennon-de-outro-cara-ok.]

[orkut de bêbado não tem dono]

Esse foi o meu coração ao contrário. Essa minha música desperta e cagando ovos de borracha. Só pra te contar que ela, ela foi conversar com a nossa pomba, aquela nossa pomba que ficou grudada no telhado, será que tu ainda lembra da nossa pomba? Aposto que não. Mas ela lembra, ela cuidou da pomba desde o dia que a velha colocou aquela mistura satânica de chiclete com Super-Bonder no nosso telhado. Ela amou a pomba. Limpou a pomba. Sabe o que a pomba fez? Agradeceu com as próprias asas. Foi embora e deixou as asas, despedaçadas. Juro por Deus. Brancas. No telhado azul. Tanto amor e tantas telhas quebradas. Um barril de cerveja desperdiçado, derramando no asfalto quente depois de um acidente de trânsito. Assim eu me sinto, e por isso cada vez mais me afasto dela. Cada vez mais me perco em cuidados hedonistas e altruístas.

Istas para todos!

Morrei agora com os pelos dos cotovelos arrepiando de novo!
Morrei agora como mais um texto que nada resolveu!


Não muda. Não tem terra. Não fertiliza. Como sempre, fuck off. Adeus. Não posso mais. Vou tentar encontrá-la. Mando lembranças, sim, ela vai estar bem, basta uma viagem pelos 251 cantos da Europa em 9 dias. Tudo ficará bem. Com ou sem aditivos. Take care.

Mittwoch, August 29, 2007

pedrada-broto-de-amor

Arram, pura emoção. Arco-ISIS de prazer. Eu quero ser algodão doce e ele será a mão forte que segura o cabo de madeira fina por onde me prendo. Don't eat me, feel me. For your love, for your love; eu daria meu sucrilhos matinal. Eu daria minhas noites pelas tuas batucadas num céu de pôr-de-lua em nuvens de tempestade. Vem, desce a minha lua. Cobre de novo minhas nuvens. Dança no meu peito. Brinca no meu ecorregador de calças brancas e rodadas de pijama. Vem. Só a gente sabe, o fliperama e a minha voz. Vem pra minha sede de duelos invísiveis. Vem me mostar tua timidez que paralisa os braços mas não o coração. Keep warm. Eu te tiro tudo, tu me dá um pedaço desse céu com tambores de diamante. Com estrelas de vidro. Com teu nome no meu nome nos meus vídeos meus amores. Com tua fome na minha, come, come que é verão. Dentro de mim os mais quentes dos dias nos teus braços inspiração. Piegas como uma senhora fazendo tricô em trajes de inverno. Verde como o doce da maçã. Transparente como só a verdadeira busca pode ser. Te achei, meu toddynho com brinde de colar na testa.

tanto faz another ou lifetime

'Freedom just around the corner for you
But with the truth so far off,
what good will it do?'

- Bob Dylan, Jokerman.

Anna não conseguia parar de comprar escovas de cabelo, com a chegada da Nova Era a doença da moda deixou de ser a depressão para se tornar algo entre profilaxia exagerada plus e obsessão maxi por artefatos de utilidade estética.

Citação 1: Fora dia-dos-pais, sim ao dia do sprite-zero.

Citação 2: The problem is you, já diziam os Pistols.

Citação 3: E Voltaire, com seu mestre Pangloss de 'Cândido', estava certo quando alertou sobre as desgraças pessoais. O ensinamento é: enquanto houverem desgraças pessoais, tudo está bem. Pois tudo estava bem até agora.

Citação 4: Porém a revistinha do The Flash já previa em certo balãozinho que "existe uma lacuna em todas as áreas do conhecimento mundial. Ela abrange desde 1980 até 2067".

Não é possível considerar a preguiça da alma uma doença quando precisamos beber mijo reciclado para continuar reproduzindo seres modificados através do que chamamos de prazer sexual. Mas o prazer é um vício ou um subterfúgio? Ou nenhum dos dois? Mudariam os significados através dos tempos ou mudariam os tempos através dos significados?

Citação 5: Minha única certeza é a de que jamais se fará uma Subterranean Homesick Blues again.

E Anna?
E as citações compulsivas?
O corpo humano é o vício e as inspirações são os subterfúgios.

Dienstag, August 28, 2007

tanto faz rock ou tango


"Barrio... barrio...
Que tenes el alma inquieta
De un gorrion sentimental."

Gardel cantava lá dentro.



Então entrei no carro e pensei, esqueci. Esqueci de tudo. Há pouco tempo tão atormentada e agora entregue aos próprios sentimentos, dos quais queria fugir mas não conseguia, acabava sempre voltando a este estado letárgico de relaxamento vulgar. Digo vulgar mas não desprezível. Tanto faz amor ou terapia, rock ou tango. Tanto faz frases insanas. Tanto faz cultura ou chapinha. Maestro ou contrato. Agonia ou violeta. Julho ou Janeiro. Marcelo ou Paulo. Tanto faz dormir ou acordar, desde que não tentem viver a minha vida. O excesso de zelo é pior que a paranóia, assim como o dicionário é mais confiável que um rolo de papel higiênico. Gosto do que em cinco minutos não lembro mais. O que mesmo eu ia dizer? Gosto do que me escapa aos pensamentos. Ah, sim, ia dizer que gosto de fotos com lixeiras na cabeça e bonés cobrindo a ponta fechada da lixeira. Entendem a ponta fechada da lixeira? Digo, o contrário da BOCA da lixeira. Eu nem mesmo sei do que me alimentar em dias frios. Como um urso sem as patas. Nem mesmo sei das repetições ou ritmos ou viradas de ano na praia. Eu gosto da buzina escorrendo em avenidas cheias. Da música vazando em jatos de álcool nos bares. De simulacros da Famecos. De arte redonda e frouxa.

Mente.

domina minha mente.

Cantaria Kid Abelha essa rima?

Não, fui eu mesma. Tanto faz obrigada ou desculpa.

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