Freitag, Juni 12, 2009

então tá, então!

não era nada do que eu pensava, eu me enganei mais uma vez, que novidade! aqui dentro o telhado de vidro desabando na minha cabeça de carne, ah, eu não suporto mais essa dor do engano; o engano de sentir o amor em poros de suor e é só suor, só fadiga líquida, mas nada. eu acho que às vezes poder ser que o amor apareça assim: de um cansaço, de uma necessidade de repouso. é como se as pessoas fingissem que amam meio que acreditando no fingimento, tipo por uma semana; como prazo pra antibiótico fazer efeito, e depois deu. o amor é às vezes um antibiótico: meio caro, meio desconfortável pro corpo, meio sacana mas eficaz.

não. se é antibiótico não é amor, á anti-vida, não pode ser amor. eu estou bem cansada de usar essa palavra AMOR, quanta banalização inútil! eu nem sei o que é o amor, eu fico é alimentando apegos por seres humanos que comem, cagam e dormem. isso não pode ser amor. eu fico alimentando carinhos e mentiras do corpo. ah, benditas mentiras do corpo. eu não sei porque estou escrevendo isso. eu não vou dizer de novo que é tudo tão ridículo de etc. eu só não queria estar enganada mas paciência, eu estou até me acostumando com os enganos. e voltando ao assunto do costume, de alguns posts atrás, eu acho que ele pode ser bem positivo nesse sentido: o costume pode agir como uma arma contra surpresas desagradáveis, a gente se acostuma tanto com o engano que ele acaba virando uma parte chata do jogo, nada além disso. o costume faz a gente ver tudo como um grande jogo onde é necessário achar a estratégia certa com a qual valha a pena se acostumar. quem sabe não é tudo uma questão de estratégia e costume e, é claro, calma. tenho chegado à conclusão de que a calma é a maior benção da qual os seres humanos podem usufruir. eu acho que ter calma não á nada fácil, eu não sei como faz. eu a procuro de formas não muito sadias, na maioria das vezes; como numa carteira de cigarros ou num copo de whisky. eu queria achar a calma de outras formas. na verdade, toda essa minha obsessão com o amor tem a ver com um desejo de encontrar essa calma nesses arredores românticos. eu "as vezes acho que uma boa dose de amor pode trazer calma, mas talvez eu esteja procurando esse amor nos lugares errado. pensando bem, eu acho que o amor é o tpo da coisa que não se encontra quando estamos procurando, porque "procura" lembra também "perda"; só se procura aquilo que se perdeu. e a sensação que fico é como naquela música do renato russo: "essa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi". eu acho que essa frase define bem como se sente uma pessoa em busca do amor. aliás, define bem uma pessoa que se PERDEU no meio da busca. é uma busca um tanto estonteante, realmente. sabe quando an gente tá procurando uma coisa e de repente pára no meio e pensa "putz, o que eu estava mesmo procurando?", num contexto que normalmente chamamos de SEQUELA? pois eu chamo de saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi. tudo que se esquece não é importante, a memória é a reguladora do sentido, já dizia a professora de semântica. mas restam dúvidas, sempre restam; e é por isso que elas também sempre voltam, principalmente no meio da BUSCA. mas e aí, como a gente sabe onde fica o meio da busca, se não sabemos quando exatamente ela chegará ao fim, levando em conta que buscas pressupõe caminho, curso, passagem? ah, não sei. mas eu acho que nem sempre é sequela, acho que pode ser um lampejo de razão no meio de uma série de insanidades que não se conectam e daí POF, dá um choque de falta de conectividade.

falar em conectividade, tô meio wireless, perdi o FIO.