Donnerstag, Juni 11, 2009

crime e preguiça

Eu penso que preciso voltar a escrever com letra maiúscula no início das frases. Eu acho que escuto as mesmas músicas desde os 11 anos, algumas; e são justamente as que me tocam afu. There's a light that never goes out; elas são assim: uma chaminha de emoção que remete a uma espécie de zona de conforto. Será que a infância é mesmo uma zona de conforto? Eu não sei exatamente o que é conforto, mas me remete também a uma certa idéia de tédio, apatia, rotina e costume; todos misturados num tipo de condiciona-dor da alma com aloe vera, sabe? Uma coisa pra tornar todas as outras (coisas) mais fáceis; mas como só uma única idéia poderia nos salvar de todas as outras? Sou humano e preciso ser amado como todos os outros (humanos)? Não é um pouco melancólico; que nós dependemos de demonstrações de carinho alheias para crescermos moralmente sadios e sexualmente seguros? É um tanto melancólico, no mínimo, eu acho. - vou trocar a música -



The Shins é uma bandinha de merda, não é mesmo? Te assusta que eu diga MERDA, ou pior ainda, estou personificando um corpo textual quando DIGO DIZER, pois na verdade esse texto apenas se limita a TRATAR DE alguma coisa. TEXTOS NÃO FALAM, TRATAM DE; não é um tanto melancólico, no mínimo?



RUN RUN RUN



Que bandinha de merda - vou trocar de novo - enfim; talvez seja isso, ficar trocando eternamente: de música, de amores, de ares, sei lá. Eu tento falar sobre isso escondendo as lágrimas nos olhos pois meninos não choram, rá! Eu sou menina, rá! Não consigo rir igual, nem colorir as minhas mentiras o bastante.



Mas voltando ao amor alheio, eu não sei; não sei se existe um amorômetro de emoções sensíveis ou algo assim; tipo algo que medisse a capacidade sensível de doação individual. Eu custo a acreditar que exsitem pessoas más, prefiro pensar que são simplesmente pessoas carentes de abraços e incapazes de amar. Eu não sei se penso mais assim, no entanto. Eu acho que quando uma falta de amor fica ostensivamente perto de mim, a ponto de eu achar a pessoa malvada, eu não sei, não sei mais se tenho pena dessa pessoa ou nojo. Eu não acho nada fácil sentir nojo de alguém, na boa. Eu acho que a misericórdia é sempre muito mais forte, ou deveria ser. Mas, na real, pra mim é muito fácil falar, já que não tenho um pingo de altruísmo na veia. E, se por acaso eu aparento ter algum, podem acreditar que isso é uma forma de egoísmo extremo: praticar solidariedades para me retratar comigo mesma, para me punir do sentimento ególatra constante, ou algo nesse patamar. E não seria esse egocentrismo todo também necessidade de ser amado? Eu não acredito em solidariedade genuina, mas quem se importa? Quem tá passando fome com certeza não tá preocupado com as motivações existenciais daquele que por ventura o alimenta. Enfim. Não reflitamos, pois.





Voemos; voemos pelas margens singelas de um rio de nuvens a escoltar um arco-íris de prazeres magnéticos que flutuam nesse cosmos de sabores e sons e ventos. E cabeças? Oh, céus, cabeças. Cabeças são como espadas de plástico furando bolhas de sabão. Bolhas de sabão são como o mundo infantil; frágil, voador, fascinante, redondinho, transparente e ao mesmo tempo fluido e misterioso. Oh, céus, fazeis com que estas espadas não furem tais bolhas de sabão. Oh, céus, fazeis com que teu azul derrube todas as pontas e arranhadores de bolhas de sabão em potencial. Céus, limpai-me do mal, ontem e no olho remelento do homem vesgo além.