Donnerstag, März 19, 2009

violência e força, novos ângulos

Assisti hoje 'Knalhart', do diretor Detlev Buck (de 'Aimeé & Jaguar') curiosamente protagonizado por ninguém menos que David Kross, o jovem Michael de 'Der Vorleser' ou 'O Leitor', que tanto anda incomodando os críticos de cinema alemães. Michael aparece na imprensa cultural alemã deixando uma áurea de jovenzinho babaca e um adulto eterno adolescente.

Vamos falar David Kross, de 'Knalhart' ou do polêmico 'O Leitor'? Difícil escolher, pois fico na verdade hipnotizada pelo assunto David Kross. Não é segredo minha queda 'born in 1990'. Fico tão vidrada naquela beleza inocente e limpa, que me ofusca o propósito de uma avaliação mais, digamos, NÃO-CONDICIONADA do filme. O que é uma besteira, já que tudo é condicionado e nada é original, já dizia a professora de Semântica do Texto. Mas enfim, só quero dizer que minhas partes preferidas de ambos os filmes são as protagonizadas pelo mancebo David Kross. Nada mais. 'Knalhart' me lembrou 'Kids' e me lembrou 'A outra história americana'. além do inevitável leonardodicapriano (esse não curto, nem o ator, nem o filme) 'Diário de um adolescente'. Sempre saio chocada quando me deparo com um filme que retrata aspectos da vida adolescente masculina que garotas desconhecem empiricamente; e, fazer, com um filme, um a mulher sentir dores de um garoto adolescente é, no mínimo, bonitinho. Então, eu gostei do filme. Também pela trilha sonora, que tinha até Beck, e umas coisas alemãs meio punks, meio bobocas-faceiras, que preciso procurar. Eu saí do cinema me sentindo o David Kross. Difícil explicar. Antes do filme eu estava bebendo uma coca zero na frente da CCMQ quando um mendigo disse 'medá o refri?' e eu dei, e ele ficou tomando com uma cara de RÁ RÁ vou tomar tudo olhando bem pra tua cara, e me perguntando coisas dotipo 'tu GOSTA de coca zero?','É bom, né?'e eu 'Arram', e ele 'Tu vai lá no Bambu's né? Já te vi lá. Tu não vai no Opinião né, vai o mesmo pessoal lá do Bambu's' e eu 'Bah, não tenho saído muito' e ele 'Ah, tu estuda né.. E trabalha né.. Pois é.. Eu também estudava.. Eu também trabalhava, mas eles não quiseram me ajudar e agora então eu quero EXPLODIR eles'. Eu queria falar 'É, acontece', mas nada eras ser sarcástica com mendigos. Enfim, curioso que esse diálogo tenha ocorrido bem antes de eu assistir um filme de violência e tal. Na verdade, curioso também que em outra sala estava passando também um filme sobre violência teen, mas francês, e com meninas.

Finalmente, a richa dos alemães com 'O Leitor' (tanto o filme quanto o livro, que saiu em 1995; curiosamente final do mandato de Kohl, chanceler alemão que ficou maisde 15 anos no poder), é que a historinha do filme, segundo eles, coloca no mesmo nível de gravidade as dores do coração e as dores do nazismo; ou seja, não é um filme que PUNE o bastante, no caso, as atrocidades em questão (Hannah ter deixado mulheres queimando até a morte e ainda sair meio de musa, meio de boazinha + o juíz um tanto passivo). Eu entendo que eles acharam que o filme pegou muito leve com a personagem da Kate Winslet. E que eles acham meu muso um babaca. Recorrente na ficção e na vida.

Sabe, eu ando até com medo de falar essa palavra, 'nazismo'. Parece estranho que na Alemanha ainda seja tabu falar sobre isso mas, em termos de história, precisamos reconhecer que é um trauma bastante recente. Isso se reflete não só nesses filmes que assisti (que dão a impresão de não relaxarem e gozarem jamais) como também no preconceito das pessoas em relação à língua alemã, a qual consideram 'ríspida', 'dura', etc. E eu me pergunto, tá, e daí? Rispidez & Frieza é feio? Ou é só um reflexo? Os reflexos precisam ser compreendidos? Há beleza no MAL? Puxa, eu amo o lado BÖSE da vida. Ângullos, energias e tal. Ah, cansei. E reconheço que só assisti 'Ein Freund von Mir'por causa do Daniel Brühl, além, obviamente dos motivos culturais e profissionais envolvidos. Enfim, preciso parar com essa coisa de ir no cinema.

Meu irmão está assistindo um programa esportivo na TV e estou me desconcentrando, com o texto sobre 'discurso e subjetividade' piscando na minha testa. Vou aos objetivos 'massa', boa noite. Saudade brasil.

SOBRE RECONHECIMENTO, again:

Ah, já ia esquecer: que bonitinho o escritor falando pra menina de 16 anos, na beira do lago, em 'Der Nachmittag', que uma alma fica mais bela quando se vê reconhecida por outra ^^

hasta.

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