Montag, April 14, 2008

e por isso os bares estão cheios de gente vazia

"Amar o perecível, o nada, o pó, é sempre despedir-se." (Hilda Hilst)


Hoje eu não queria acordar de um sonho bom, e por isso, mesmo desperta, continuei a rolar na cama, num vai e vem de imagens vazias, cheias de despedida. Elas queriam ir mas eu queria que ficassem, pequenos quadros de beleza e inutilidade.

Hoje eu queria escrever sobre nuvens como flocos de algodão em um início-noite, e pensei no quanto soaria brega-vácuo, decidi então que escreveria sobre este meu sonho, no qual eu andava em trajes de banho por uma rua cheia de árvores e comemorações caseiras-desconhecidas. Os carros se acotovelavam em garagens expostas, as pessoas riam em muros baixos e fumavam cigarros com idosos-vizinhos. Minha casa e meu trabalho se localizavam em um mesmo edíficio-difícil reconhecimento. E eu andava em circulos de quadras-iguais. Que interesse há nisso? Nenhum, como não há também nenhum mal; e assim desvelam-se os porquês perfeitos, daqueles que não possuem respostas, nem graça.