Freitag, Dezember 28, 2007

chapéu com morangos & champanhe

FREAK OLD YEAR


O chapéu faz toda diferença, virado, picotado ou rendado. O chapéu e suas abas, suas dobras, sua sombra. O chapéu do cogumelo, do jardineiro e do moleque vendendo churros dizendo 'preciso fingir que não existo, com licença vou sambar em um baile funk, me deixar gozar com meu pau da alma imaginário. As pessoas costumam ter amigos imaginários, eu tenho um pau. É sério. Um pau de madeira preso no meu chapéu de plástico bolha. Comprei meu chapéu no lixo, depois da feira de legumes dominical.'

Deu.

Não consigo mais, não vai dar, vou ter que abdicar dos sonhos de verde e azul e fogos e ficar com o amarelo-ovo-podre. Vou dançar o jogo do bobo e beber três litros de uísque. A humanidade está sempre três uíques atrasada. Eu li isso num nick.

Então não vou perder o trem, não vou baixar essa cabeça capixaba pra brincar de Antártida. Não vou me fantasiar de golfinho nesse clor de 50 graus embaixo da terra molhada. Sim, lá em cima tem gente, sempre teve. Na sacada. Lembra das garotas de baby-doll?

Quem precisa de coca-light-lemon se tem sede de amnésia. O azedo do limão também pode ser esquecido, desde que dosado homeopaticamente no processo de desintoxicação.
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Eu amo pessoas em um dia e esquecço em 24 horas, mas o que esqueço em 24 horas, não lembro em um dia. Um dia jamais chegará a ser uma contagem progressiva reclusa. Reclusa desse véu de possibilidades guardadas em convites de ano novo. Reclusa nesse infinito leite condensado na batida do meu coração.

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