Mittwoch, Dezember 12, 2007

we're a good future

[ 2080 => Os casamentos foram extintos. Crianças nascem com pais já solteiros e independentes financeiramente, ambos os pais são aptos a pagar suas próprias dívidas, bem como seus respectivos vícios e demais mantimentos. Não existem mais uniões familiares, no sentido de dividir uma casa e criar os filhos juntos. Isso agora é apenas resquício de um tempo longíquo e ultrapassado, anterior a Madsen. Madsen foi um médico, estudioso e intelectual, que provou que filhos que convivem com pai e mãe são mais sucetíveis a vícios de padrões sentimentais-interativos que filhos de pais separados. Esse novo conceito (Madsen, 2014. Amor e Divórcio, editora Vega, SP) e seus devidos apontamentos, que não serão detalhados aqui, pois não é de nosso intuito fomentar a teoria Madsen, revolucionou o pensamento moderno provando que o índice crescente de divórcios demonstra o amadurecimento do homem da nova era.]


O homem de 2080 acredita que a existência de laços sentimentais determinados por descendência (sangüinea ou adotiva) foi o fator determinante para a derrocada da geração do início secular. É notório que por idos de 1990 os divórcio já era popular e os filhos de pais divorciados não se beneficiaram muito da situação, tornando-se em geral usuários de drogas (lícitas e ilícitas) e dependentes financeiramente (de familiares ou conjuges). No entanto, Martobels (2001-2064), atribui esse deslocamento de padrão estrutural ao fato da coexistência de uniões matrimonais e divórcios.

O grande problema enfrentado pelo filhos de pais divorciados seria , segundo Martobels, o fato de estes conviverem, em seu meio social, desde a infância, com filhos de pais unidos legalmente e em um mesmo ambiente residencial, sofrendo, por consequência da tradição matrimonial ainda vigente, muitas vezes, preconceitos e pressão indireta por parte de seus seres humanos de convívio.

Junbols, em recente publicacão (Junbols, 2078. Martobels e a síndrome de coexistência, editora Manhatan, BH), sustenta e defende a tese de Martobels, demonstrando por meio de dados obtidos em pesquisas sociais que, por idos de 2050, a situação, após o desenfreado aumento de separações entre casais (pais e mães) na década de 2030, com a Revolução Hetero, se inverteu. O que significa que durante esse período os focos de preconceito e pressão indireta eram os filhos de pais unidos em uma mesma casa, pais coexistindo tanto financeiramente quanto informalmente.

De acordo com Faischer (Faischer, 2080. A multiplicidade do ser humano e sua consequente busca por unidade e frustração nos relacionamentos, Nova Editora, SP) , foi fomentada, nessa época, a noção do auto-prazer, ou seja, da unidade do ser humano frente à multiplicidade de seu ego. Faischer diz que se em cada um de nós coexistem milhares de padrões adquiridos ao longo dos anos e, levando em conta que o aumento dos padrões que nos são introjetados é proporcional à passagem do tempo até o final da adolescência, o ser humano só pode obter satisfação nos relacionamentos amorosos até essa faixa-etária. Na idade adulta, o ser humano já se encontra de tal forma saturado pela sua própria multiplicidade que a união prolongada com outro ser humano em um mesmo ambiente acabaria por gerar conflitos da ordem dos já devidamente estudados irmãos siameses, substituindo-se, no ser humano da nova era, os laços culturais pelos físicos. Conclui-se daí que filhos de pais separados formalmente e financeiramente (exclui-se a noção, inclusive, de 'pensão alimentícia') estariam mais aptos à conviver com suas limitações pessoais, pois não é excluída a noção de exemplo. Faischer comprova que o novo padrão de conduta, no qual a criança é criada desde o nascimento em duas casas diferentes (o que se torna totalmente compreensível se levarmos em conta que os pais são também distintos um do outro, tanto psicologicamente quanto, inclusive, em seus órgãos genitais) , sem nunca ter contato com a antiga cultura do 'casamento' (ou seja, tendo sido extinta a coexistência resultante da Revolução Hetero), nem em suas casas nem nas de seus vizinhos, tornam-se adultos mais saudáveis e realizados.

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