Donnerstag, August 10, 2006

I feel confortable in the world

Praça. Cocô de cachorro. Homem de bicicleta. Saco de ração vazio sujando a calçada. Belas casas, uma particularmente excêntrica, ostentando no jardim uma escultura em forma de carruagem. Mas foi primeiro o homem de bicicleta. Eu pensei segundos antes essa rua é do mal, lembrando das casas sem muro e calçadas ocupadas apenas por sacos de razão vazios e excrementos de cachorro. De manhã a internet anunciou a disputa na justiça pelo direito de homens lutarem contra cães. O homem não suporta ser fisicamente inferior ao Pit Bull, assassino feroz de criancinhas.
Aquele cocô me surpreendeu. Mas primeiro foi o homem de bicicleta, que à primeira vista parecia íntegro mas depois vi um cigarro na mão dele. Foi aí que vi o cocô da calçada, pois não podia mais encarar o homem fumando da bicicleta. Foi aí que passou o carro amrelo e branco, pois Margarida não, auto escola. Olhei pro meio da rua e por ela trafegava um objeto amarelo e branco, margarida não; auto-escola. Mais dois passos, uma curva, calçada, saco de ração vazio.
Foi primeiro objeto em movimento pra depois objeto em repouso e em seguida novo objeto em movimento quando finalmente foi objeto vazio. Ainda há a escultura em forma de carruagem que, pensando bem, simboliza o movimento dos objetos estáticos rumo ao vazio. O
Vazio é tão demodê quanto carruagem, o objeto em movimento é em ambos os casos humano e as excreções e o alimento dos cães são em ambos os casos estáticas. Excreções, olhos e ovos são figuras de linguagem demodês ao extremo.
Sim, hoje em dia qualquer um escreve.

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