Samstag, Juni 23, 2007

a cura da ardência do melado

Ana pensou quem sabe um dia tudo voltasse a ser como antes, mas não, ela não queria que fosse como antes, ela só queria que tudo voltasse a PULSAR como antes. Quem sabe um dia, pensava Ana, quem sabe um dia eu volte a sentir, mas não, se não for pra ser como antes não quero que seja de maneira alguma. Não faz sentido. Se não me sinto como o mundo, tenho que deixá-lo ir. Parar de se sentir como sempre, maybe someday come again. E se eu pudesse fazer de novo, pelo menos o mesmo sorriso da fotografia, eu seria um pouquinho feliz, e deixaria de pensar que a perspicácia é mais importante.

“Nothing i am
nothing i dream
nothing is new
nothing i think or believe in or say
nothing is true
(…)
but the last day of summer never felt so cold
the last day of summer never felt so old”

[the cure – the last day of summer]


E então naquele dia de nuvens azul-petróleo riscadas no céu cinza / azul / amarelo / rosa, socorro! As cores não paravam de mudar. E a água, e o TEU sorriso que eu tirei pra fora do meu quintal agora se perde em tudo que está errado. O teu frio me doendo na minha falta de vocabulário, teu amor me chamando abafado e distante, afogado, hibernando em uma galáxia de limões-bergamotas. E os teus passos, teu rosto baixo, teu olhar e tuas bochechas nervosas. Um. Dois. Cinco. Nove. Quarenta cigarros. Pra que tudo isso? É só um dia bucólico, é tudo culpa do céu e da tempestade. Nada de real pode acontecer, pois tudo que se pensa real é estranho e não é. Não, não quero filosofar barato. O que eu queria é quase tão pouco que não posso deixar de sentir o fracasso rindo de mim enquanto mijo atrás de uma placa de posto de gasolina.

5 Kommentare:

Anonym hat gesagt…

HHHHHHibernar

Anonym hat gesagt…

\o/
xixi doiiiiido.

Anonym hat gesagt…

ai, vou arrumar. what a shame :(

Anonym hat gesagt…

eu achei que vinha de "inverno" hehehe

Anonym hat gesagt…

curti pacas estes últimos textos