Freitag, Juli 24, 2009

sobre mergulhar no frio

o sufoco profundo do inevitável que se pode evitar, a sensação gelada opcional dos lares na américa latina. cinco televisões de última geração e nenhum aquecedor barato. enquanto europeus aquecidos em pubs verde-musgo entornam suas cervejas quentes, latinos bebem skol 2,50 num bar de calçada qualquer, 12 graus. hello, mr. soul. sazonal é o vento nas cabeças petrificadas pela areia que voa impune na praia benditamericana. eu quero uma oração que não o deixe, triste, senhor. eu quero uma culpa que me dignifique até as raias da loucura cega segura. eu quero um pathfinder, um relógio e uma música. eu quero a leveza, a tristeza e as novidades que não vão embora. é preciso dar um tempo para a mente, ele dizia, na volta do museu, se recusando a ir ao cinema. alguns chás modificam o dna para sempre, ele dizia. eu devia ter perguntado a ele o que estava acontecendo, será que um dia saberemos? precisamos de frases alheias e óbvias porém consagradas por nomes de poetas e filósofos e sociólogos para legitimar nossas certezas? a gente sempre sabe. o beck faz bem para o cérebro e mal para o corpo, ele dizia. ele dizia tantas coisas que eu nunca mais vou esquecer, e agora como uma louca do teclado vomitando sem maiúsculas nada faz o sentido que deveria fazer. ah, tudo tão pessoal e incomunicável. tudo tão irônico e aparente e humano.