Mittwoch, Juli 02, 2008

you're a bone machine

and you're so pretty quando olha pra mim e mesmo quando me mata de desgosto como caules degenerados de desprezo em belas flores murchas descansando a falta de cansaço na sacada do apartamento úmido de uma velha que não as rega. rega velha, rega, rasga também e deixa voar pela janela as folhas despedaçadas dessa planta que nem nasceu e já secou, onde tudo mais molha ou malha em aparelhos elétricos o bone machine. malha e deixa o suor escorrer como água que me mata a sede e depois me esgota, transborda, me queima lotada de paradoxo, me lota de vontade e preguiça e movimentos repetitivos inúteis. eu me saboto abrindo as torneiras do coração que enferrujam só de pensar em torcer. torcer não é válido, mais válido nadar na tempestade de um céu que não pode te esperar e chove. chove lá fora e aqui faz tanta fumaça, quando o que eu queria mesmo era que queimasse tudo de uma vez pra acabar com essa tortura de esperar a sêca que fere a todos, menos a mim. a sêca dos sentimentos que eu quero colocar na sombra mas jamais deixar que molhe, pois a falta de sol não é chuva, é só lusco-fusco vermelho-laranja de um final de tarde em que nada acontece em ti mas no meu coração sim, assim essa falta de verdade como a que não sai de mim, assim essa falta de clareza como a que me corta o peito como lâminas sem cabo de madeira, como o marinheiro no barco, na tempestade, no olhar choroso da menina branca. como o branco da roupa do pai de santo em um dia de festa. como cores e contas que não fizemos. como camas e mesas que não dividiremos. como astros e notas e líquidos eu te digo adeus e te amei. por duas, três, quem sabe quatro semanas de olhos abrindo devagar pra um amor desperto no lago de narciso. te digo adeus e te cuide, te digo cuida e reza, reza para o pai de santas mandingas de esquina em mais um dia de chuva no meu peito-bolha-de-pingos. nos meus pingos tristes de gotas amargas como remédio de rim. como rins que abraçam e pedem e não ganham recheio. te deixo assim como a um mumu-recheio de sonho mais delicioso que deixei cair na poça d'água da rua-enchente de mim. de novo te encontrei, te perdi e não me achei. de novo me lotei de lágrimas salgadas pós-doce. de novo escrevi merda por achar que assim o coração sossega.

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