Sonntag, September 14, 2008

bringing David Foster Wallace back

Impossível trazê-lo de volta para onde nunca esteve. Físicos cogitam a supressão temporal. O tempo não faz sentido, quem sabe a distância. David Foster Wallace morreu-se e com ele meus sentimentos de miojo sabor morango. Meu nojo do mundo... ah, foda-se. Não quero aqui aparentar uma mente problemática ou mal compreendida. Quero apenas dizer que compreendo e não julgo. Não farei um discurso sobre o quanto o mundo é injusto para as almas sensíveis. Ele nem mesmo deixou um bilhete. Como disse um amigo, se tivesse começado a escrever um bilhete de suicídio talvez estivesse escrevendo até agora e não tivesse se matado.
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Todas as manifestações são do tipo: 'OH CÉUS MAS PQ!'
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Eu acho menos compreensível dizer porque continuamos nós a não morrermo-nos. As órbitas estão cansadas e nós estamos cansados das órbitas. Todo o estudo sociológico/filosófico fala em andar em círculos, mesmo o câncer (doença do século) é uma metástase, tal qual a metástase da informação. Se o ciclo tem caráter vital, também morre por rapidez e excesso. Tudo que está vivo morre e tudo que morre um dia esteve vivo.
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O que fazer com tanta informação? Como organizá-las de modo sensível e que nos dê prazer? Tentamos, começamos e paramos, pois a tarefa é árdua. Seguimos 'bringing back' como se essa fosse a solução; trazer de volta os anos 60, 70, 80, 90... blocos de informação pasteurizada, moda. Ah, a moda; simples saída para a individualização superficial. E que outro tipo de individualização poderíamos ambicionar? Nossa vida é feita de imagem e superfície; tela plana, digital, widescreen, plasma. Q? Eu não sei a diferença. A 'arte' muitas vezesé feita de frases roubadas do msn e as fotos da exposição ao lado talvez sejam muito grandes para o alcance de nossos olhos viciados, melhor dar uma olhadinha no fotolog do artista.
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Mas o que isso tudo tem a ver com arte? Ela, musa maior que já foi um meio de tornar a vida suportável, hoje se tornou, quem sabe, um flyer de sexta feira à noite. Arte é diversão. Eu não quero morrer-me, mas também não quero diversão. A diversão é um meio eficiente para se encobrir o tédio e nos livrar dos enfrentamentos necessários com nosso próprio vazio. Ou quem sabe o segredo seja mesmo não refletir sobre coisa nenhuma.. mas o segredo de quem e para quem? O mistério morreu. Nossa relação com as imagens, por exemplo, não é mais de contemplação e sim de interação. Interdisciplinariedade, teoria da recepção, iluminação recíproca entre as artes. Q? Eu sei mais ou menos a diferença. E de que me adianta? Tanta informação me dá preguiça, e tanta preguiça me dá nojo. Assim como um miojo de morango, a metáfora futurista que eu fiz de DFW para mim. Me individualizo e me despeço, agora, no meu foguetinho de ameixas podres. Tchau, amiguinhos. Engulam de nariz fechado todas essas tiradas engraçadinhas, as minhas e as vossas. São tantos nojos que começo a ter nojo mesmo de limpar-me.

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