Quer saber, grande coisa. Vou te contar de uma guria que captava imensos reinos em medíocres fragmentos; ou pequenos textos em grandes mudos. Ou grandes coisas em pequenas amostras da realidade; como uma folha caindo, uma campainha da tua voz tocando. Uma guria que tirava do cachecol um gigante cobertor, e assim me cobria, me escondia com sua atenção perdida dentro da alma. Minha alma. Dela. Já não sei mais. Ela me pegou. Me fez acreditar em super-heróis com os quais eu jamais poderia me identificar. Enfeitou os meus problemas.
[E acho que isso soa um tanto Legião Urbana; quando assim, objetivo.]
Quando sinto estremecer meus braços em arrepios ao provar de certa melodia, sei que estou cansada. Quando escuto meu próprio coração lembro dela. Lost in the Fotologs. Vou te dizer que me sinto uma idiota falando tudo isso, que me sinto uma idiota por saber a razão de todos os problemas dessa mulher, ou criança, ou foca. Eu queria só acreditar que por dois ou cinco dias eu sou a senhora-certa de Wunderbar. Eu queria me livrar de todos esses sacos de lixo acoplados no meu cabelo. Queria tirar essa roupa azul com broches de teenager. Queria ficar muda. Queria doar minha voz à minha sola do pé. Queria correr pelada em uma bacia de brinquedos coloridos. Queria morrer em goles de vodka. Chorar em ombros infláveis. Dormir em travesseiros de carne. Dançar em copos de bala de goma. Comer copos de bala de goma. Mastigar teu sarcasmo escolar.
[deixa-eu-te-mostrar-um-john-lennon-urrul-eu-sou-mais-esperto-tenho-jazz-africano. vai-
tomar-no-cu-fica-a-dica-estou-ocupada-ouvindo-um-john-lennon-de-outro-cara-ok.]
[orkut de bêbado não tem dono]
Esse foi o meu coração ao contrário. Essa minha música desperta e cagando ovos de borracha. Só pra te contar que ela, ela foi conversar com a nossa pomba, aquela nossa pomba que ficou grudada no telhado, será que tu ainda lembra da nossa pomba? Aposto que não. Mas ela lembra, ela cuidou da pomba desde o dia que a velha colocou aquela mistura satânica de chiclete com Super-Bonder no nosso telhado. Ela amou a pomba. Limpou a pomba. Sabe o que a pomba fez? Agradeceu com as próprias asas. Foi embora e deixou as asas, despedaçadas. Juro por Deus. Brancas. No telhado azul. Tanto amor e tantas telhas quebradas. Um barril de cerveja desperdiçado, derramando no asfalto quente depois de um acidente de trânsito. Assim eu me sinto, e por isso cada vez mais me afasto dela. Cada vez mais me perco em cuidados hedonistas e altruístas.
Istas para todos!
Morrei agora com os pelos dos cotovelos arrepiando de novo!
Morrei agora como mais um texto que nada resolveu!
Não muda. Não tem terra. Não fertiliza. Como sempre, fuck off. Adeus. Não posso mais. Vou tentar encontrá-la. Mando lembranças, sim, ela vai estar bem, basta uma viagem pelos 251 cantos da Europa em 9 dias. Tudo ficará bem. Com ou sem aditivos. Take care.
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3 Kommentare:
muito bom.
quebrei a promessa de não ler mais blos...
o último do frusciente pode curar tudo. e mais. fica a dica.
gabi é sempre essa explosão de cores e ausências. ADORO.
oh, telhado de vidro
correr nua na bacia de brinquedos coloridos aumenta ou diminui conforme a íris.
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