Mittwoch, Januar 23, 2008

Freitag, Januar 11, 2008

as garotas são as sádicas sexuais. elas são as mães da escória.

a verdadeira sobriedade nasce da embriaguez da alma, do profundo mergulho aos confins do ócio utilitário.

eu faço muito barulho. adeus.

Donnerstag, Januar 10, 2008

[tódinho laifi-staili]

1.


'Então vamos beber, escrever e ler'.

Ele tirou da mochila uma garrafa de gim, praticamente cheia. 'Não é mesmo interessante como um artefato líquido destinado a ludibriar (e, consequentemente, 'preencher' o 'vazio' e/ou incompleto) pode ser proporcional à sua capacidade de entorpecimento, em termos de objeto, assim, preenchido, cheio?', pergunto. Ele apenas sorri. 'Coisas simples em palavras difíceis', eu disse, 'não consigo sair disso'. Ele me levou para fora. 'Vamos para a sacada', ele sugere apontando a escada com seus braços desajeitados e, de certa maneira, sorridentes. Sim, eu enxergava sorrisos em seus braços e, talvez, melodias nos seus cabelos; sentia arrepios e suava mãos. Um dia suei todo o livro sobre o cérebro que ele me mostrou na aula. Ele me mostrava muitas coisas. Naquela noite da sacada, me mostrou as estrelas e sorriu com dentes bobos que diziam que tudo era assim tão simples, mesmo. Não diziam, mas mostravam, insinuavam como uma boa metáfora indie. Ele me beijou. Era como se eu tivesse de volta minha boneca Mônica e meus lacinhos arrancados pelo coleguinha do pré. Era como se fosse mesmo simples, e repetitivo e bom. Era como se ter disciplina para reparar em determinados pingos de realidade fosse fundamental ao convívio com o meu interior. 'Olhe as esrelas', ele dizia; 'as nuvens, os animais, as gramas verde-limão. Olhe as toalhas coloridas dos piqueniques, olhe as bolas murchas das crianças ruivas.'

'Agora vamos beber', sugeri.

Ele tirou da mochila algumas frutas. Me abraçou. Não bebemos. Apenas sorrimos e comemos ameixas. Dormimos abraçados sob o céu negro e pela manhã fomos passear no parque. O dia estava ensolarado. Brincamos com a máquina fotográfica e tocamos instrumentos esquisitos. Usávamos fantasias. Depois voltamos para a sacada e enchemos balões coloridos. Verdes, roxos, amarelos, bordôs, mostardas. Tomamos sucos pronto/importados de amora e devoramos cerca de dez pêssegos. Foi uma tarde e tanto. Ele disse que eu era uma moça distraída, e então eu contei a ele. Contei a ele sobre a pulseira.

2. A Pulseira

Tudo começou na vitrine de uma cidadezinha irrisória. Era uma pulseira de bolinhas em uma loja de 'Conserta-se Relógios'. Aconteceu durante minhas férias de inverno, enquanto passava alguns dias na casa de meu tio paterno, um velho interiorano, gordo e voraz. A loja era um pequeno chalé de madeira que pertencia a um casal de velhos também interioranos e gordos. A mulher, uma idosa muito ativa e preservada, como todas as senhoritas do campo um dia virão a ser, fazia doces de maracujá e chcocolate, geralmente acompanhados de calda de uva ou goiaba; a vi apenas uma vez, enquanto admirava a pulseira do lado de fora do chalé.

Eu estava, como sempre, posicionada estrategicamente junto à porta, torcendo que o senhor de cabelos verdes-brancos me convidasse a entrar, quando esta elegante senhora me pediu licença e então empurrou a porta, em seguida deixando que a mesma fechasse debodachadamente diante de minha face, me despertando assim da hipnose que causava a pulseira de bolinhas. Pude então vislumbar através da vitrine que a referida senhora trazia sanduíches cortados em quatro pedaços e um bule de café, provavelmente preto e puro. 'Café tira o sono', ouvi o senhor de cabelos brancos-verde dizendo. 'Você poderá dormir bastante quando morrer, meu bem', a velha respondeu.

[As piadas dos velhos não tem a menor graça]

.

Eu precisava da pulseira de forma trágica e ardente, de sua posse dependia todo meu vigor facial e toda delicadez de minha pele juvenil, de então 12 anos. Sim, a pulseira tornou-se uma obsessão. No entanto, o mais interessante era que eu possuía dinheiro o bastante para comprá-la, mas não conseguia efetivar a compra, não conseguia sequer entrar na loja. Só conseguia contemplá-la e desejá-la, talvez lutar por ela interiormente, mas possuí-la, de fato, não me incitava a qualquer tipo de esforço. Fiquei enferma de angústia pela imagem da pulseira durante toda minha estadia no interior. Não conseguia me livrar dela. Mesmo quando estava longe da vitrine, lembrava. E o velho de cabelos brancos-verde lá dentro consertando relógios, aquele velho gordo e sardento de avental vermelho com bolsos de um xadrez sujo, pouco ligava para meu objeto do desejo. Um dia finalmente tomei coragem, entrei na loja e contemplei demoradamente a pulseira sob o outro ângulo, tão sonhado por mim desde o início; o ângulo DE DENTRO. Era encantadora. Foi então que o consertador de relógios me olhou de forma fraterna e disse que precisava ir à cozinha e voltaria em dois instantes, em seguida indagando de forma calma e educada, se eu poderia por obséquio 'dar uma olhadinha' na loja. Eu disse que sim, é claro. Foi tudo deveras rápido. Não pensei duas vezes. Fui até a vitrine pelo lado de dentro e furtei a pulseira de bolinhas. Saí correndo. Fui embora do interior no outro dia e nunca mais voltei à casa de campo de meu tio paterno.

3. Segredinhos e Mogwai, quem sabe Wilco.

Então hoje é meu aniversário e estamos aqui com meus dicos do Chico Buarque e meus arquivos de nova música indie e vanguardas que você não pode perder. Então eu me iludo com as letras bobas e depois danço com as melodias toscas e no fim tudo não passou de um scrap. Mas eu lembrei de tudo isso, sim. Lembrei de como as coisas bobas podem ser arte dramática e forte, de como as violências todas que fiz ao meu organismo não passaram de falta disso tudo que só ele pode me dar. Essa coisa de ver as nuvens, as revistas e os filmes. Essa coisa toda melosa e meiga. Esse teu travasseiro com cheirinho de chiclete e teus quadros de cinemar noir. Tua parede laranja e teus escritos em arquivo pdf. Minhas pastas no teu computador, tão lindo; terão elas ainda o meu nome? Guardarás ainda tu os meus emails de dor e saudade?

Nosso amor
virtual e sádico.

Um sadismo
infantil
e mágico;

como uma poção
do amor
em desenhos
animados.

Nossa vida compartilhada em madrugadas solitárias e cor-de-rosa-coração.

4- 'Nosso amor de ontem.'

Uma pena que tudo tenha acabado assim, com 12 latinhas de Polar, reassistindo 'Linha-Mortal' e voltando no controle-remoto os melhores ângulos da bunda do Kevin Bacon. É assim que me sinto em relação a ele hoje; voltando no automático para alguma espécie de imagem com historinha mas, ao mesmo tempo, retornando esporadicamente-sempre ao meu melhor ângulo; assim como os ponteiros do tempo do cosertador de relógios que conheci em minhas férias juvenis.

o dia em que o cão desmaiou.

Era uma noite quente de dezembro, as ondas de calor pareciam mofar tudo ao redor. Ele estava sentado no quarto semi-escuro, em frente ao tabuleiro de xadrez, e perguntou o que eu andava fazendo. O mesmo de sempre, eu disse. Continuo fazendo o mesmo de sempre e acho que cada um tem o seu tempo; até mesmo os cães desmaiam, concluí antes de adormecer sob um teto de telhas ordinárias.

[Acordei com a pressão baixa.]

Suava o frio que não tinha, do sono que não existiu; eu, minhas pálpebras pesadas e o suor atrás do joelho. Eu cravejando no lençol alheio minhas saudades; as amizades que não consigo manter e os cansaços que não vão embora.

Ele tinha um gato e provas de vestibular. Pálpebras tristes e vícios. Abacaxi fresco, aceita? Aceitei. Mas pra quê? Não deveria nem ter entrado ali, pra quê? Pra ver nas rugas dele as minhas, pra sentir o peso de tudo que não aconteceu e do tempo implacável? E agora ele fuma, traga e solta a fumaça que dança no tabuleiro de xadrez. Ele tenta me explicar as regras, mas eu não consigo mais. Só consigo pensar em quantos quilos de bafo quente são necessários para que o cão desmaie. Só consigo pensar na cama com o gato vira-lata e o ventilador estragado. Os sonhos estragados e o abacaxi doce. As rugas ao redor da boca dele não estavam ali há mais de 3 anos, nem essa dobra de gordura na frente do cotovelo. Nem os cotonetes sujos, nem essa falta de fazer sentido. Aonde foi que eu me perdi? Como tudo começou e como foi acabar em pressão baixa no sol escaldante de uma manhã de verão em Porto Alegre? Eu não sei. Só consigo lembrar das rugas ao redor da boca, do cabelo em estilo Jesus, da tristeza diante das provas do vestibular. Com 34 anos, temos ou não temos muito tempo pela frente?

[Nós costumávamos ter a mesma idade.]

Eu e a menina-lixa, a senhorita assuntos-que-interessam observando as celulites alheias e me dizendo que já era, eu já era, nós já éramos. Glu-glu-glu, abram alas pro Peru e para as novas lolitas. Se o meu tempo já passou é só porque o teu nunca existiu, menina-lixa. As restrições e a palavra pregada. Jesus de saias e noteboook. Não, não posso mais com isso. Tudo isso pra terminar com o gosto da cerveja fervilhando em uma goela de ressaca. Tudo isso pra ouvir o fogo arrebentando de desgosto problemático e mal direcionado. Assim acabam as pessoas: novos magros orgulhosos ou gordinhos restritivos. Trinta e quatro anos arrastados de tão pesados que ninguém levanta ou puxa. Estica, estica pelo menos as tripas da cabeça, vê se enxerga com um coração de mãe carne-osso e esquece essa máscara de ajeitar no espelho. Quem dá as costas não pode se enxergar de frente e o vice-versa não funciona nesse caso. Não, eu não entendo mais as regras. Nem as promessas.



[No vestibular, a competição entre o homem velho e as garotinhas de mini-saia; a fiscal sexy e o vestibulando afoito. Lembra?]


Versos.

Maldade.



Controversas;


Imagens, imagens; no fim são só imagens, talvez diálogos e quem sabe desgostos.

No fim, apenas ser gentil importa. A gentileza dele acompanhava, nas olheiras, a decepção; na menina-lixa, a decepção acompanhava o ar-condicionado e as unhas vermelhas. É tudo uma questão de acompanhantes, de parcerias, de falsos elos. Ah, os elos são tão fracos aqui e ali, uma palavra dita e se arrebenta, um som na escuta e dois berros no coração. Não, já não posso mais. É preciso andar, é preciso andar; foi precisamente o que pensei enquanto me levantava de um colchão fedido em uma casa estranha, eu e minha dignidade intacta, eu e minha pressão baixa. Eu e o sol lá fora queimando a calçada morna da manhã. Eu e esse meu engasgo que não desce, esse gosto de ruína, de devastação interior. Eu e o exterior fracassado nos meus objetivos mortos. Eu e minhas palavras brotando clichês e sem nexo. Eu e meus 34 anos, meus 26 amores e 47 medos. Eu e minhas grosserias, meu pânico de telefone, meu vômito para os juízes de boteco. Vomitem vocês um pouco mais, vomitem seus desgostinhos frígidos no prato de porcelana da mamãe. Eu sou adolescente. Ah, os juízes de boteco, com esses também não posso mais. Eu gosto é de comer chocolate e de tirar fotografias. Eu gosto de sentar na cama e ler o dia inteiro um livro de amor. Eu gosto desses cachorros tristes em sombras de praça. Gosto de deitar na grama e olhar pra cima contando os galhos e desvendando suas geometrias. As pessoas costumam preferir as nuvens. Eu prefiro esses posts confessionais de aniversário. Eu prefiro o meu coração.

Dienstag, Januar 08, 2008

vacas pretas

fuck off

minha cara
morram
é foda de tão ruim
de tão longe
morra
voe
summer
vulgar
merda de poço inflável.

as novas lembranças criaram raízeS.

como as nozes e os pedaços de lambida em beiços alheios; nem sei como faz pra deixar viver em ondas de pagode rítmico em balanço molejo de marcas de batom. te vejo em ondas de desordem no coração cansado de margens e olhos e testas de ferro. te quero aqui como um querubim a uma virgem de excessos. amo excessos, tu sabe. vem pra mim em exageros que não aguento mais nem com amizades de verdades e camas e cortes profundos entre você e eu. não aguento mais isso de sofrer e chorar e sacrificar. te queria tanto a presença e o molho e o tomate e a falta de lógica, queria tanto essa LÓGICA DE NÃO PERDER...................................................................................

VENERO.

Donnerstag, Januar 03, 2008

Hinter scharfen und harschen Worten verbirgt sich häufig eine gewisse Unsicherheit.

[Strong and bitter words indicate a weak cause.]

[Las palabras fuertes y ásperas indican una causa débil.]

[Palavras categóricas e ácidas são sinal de uma causa infundada.]


- sobre a força do substantivos e a fraqueza do nome próprio.

E ainda sobre sorrisos sarcásticos e vazios, porém compreensíveis e sedutores; a babaquisse exacerbada da ironia e a moleza estéril dos corações estudantes de letras que a procuram em livros de papel.

[1, 2, 3 livros de alma para você, nesta data maldita.]


A beleza da literatura não está no sentido e na construção frasal, nem na vida brilhante do autor e seus amigos intelectuais. A literatura não é uma foto do Ginsberg e seus colegas de faculdade em um álbum da orkut. Literatura não é blog, não é historinha que vira cinema. Não é tendência e nem estilo. Literatura simplesmente NÃO É. Literatura é isso de dizer o que é e depois dizer que não é.

>>>>>>>>>>>Escrever é ser contraditório, é ser binário, é ser cérebro e alma em cinco linhas. Literatura é metáfora. É breguisse exacerbada. É folha, imagem, corpo. Magnetismo estético. Apagão. Dor. Deleite. <<<<<<<<<<<<<<<< <<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Minhas palavras nunca fizeram sentido, mas escrever me faz sentir. Me faz sentir o sol mais forte e a música mais alta. Rilke era a favor da valorização suprema dos acontecimentos interiores, tanto na vida quanto na literatura.

CONFISSÃO@
the pretty kind

Eu confesso que já fui mais apaixonada pelos meus sentimentos; como uma boa mulherzinha, não me apaixonei pelos homens, mas pelo AMOR. Sou totalmente apaixonada pelo amor e por tudo mais que me arrebate, mesmo que seja batendo na cara e fundindo a cuca. Meu ardor pela violência passional acabou superando minha valorização do amor. Eu perdi o amor. Confundi tudo. Me apaixonei pela beleza, pelo deleite estético que nos proporcionam os jovens de corpo e coração. E paixão não é amor, não é preocupação; é carência. É querer para os nossos próprios olhos tudo que de mais belo há, é um desespero pelo toque do objeto adorado. É brega, arrebatador e passageiro. É um engano, uma trapaça da futilidade humana. Ah, c'mon, a beleza está nas mãos que lavam a louça, nos ouvidos que escutam com o peito, nos dedos que seguram a vassoura e não um ramo de flores do campo. A sedução é tão, tão vazia que machuca. Os sedutores não escutam com o peito, não varrem os tapetes, não compartilham fraquezas. Escamoteiam a sujeira. O maior problema do sedutor é que ele precisa parecer forte e belo o tempo todo; todos os seus movimentos são caclculadamente sensuais e despretensiosos. O sedutor se alimenta da farsa, dorme e acorda com ela. A sedução e a paixão não possuem alma, só egoísmo e prazer fugaz-carnal. Ok, elas podem ser úteis em algum momento da vida, mas o problema do sedutor é a sua tendência de super-valorizar esses eventos, de construir o ego em função da eficácia de seu poder de atração e agir como se fosse completamente alheio ao próprio poder, que julga natural. O processo de desapego do apaixonado só se dá quando este percebe o quão fake foi o processo inverso, ou seja, o da paixão. As estrelas e a lua exercem um poder natural sobre os humanos, mas somente elas, somente elas e o oceano e o mato e, em alguns, casos, a música e a arte. Mas um humano jamais exercerá um poder 'natural' sobre outro. Os humanos são tão ardilosos quanto as palavras, e tão pretensiosos quanto a literatura. A alma está lá fora, no extra-humano-dentro-de-nós.

Nossa necessidade de 'parecer' vence qualquer impulso de 'ser' ou 'sentir'. Por isso, prefira morar na filosofia, e não rimar amor e dor. Caetano sabia das coisas.

Sex appeal é lixo. E lixo é uma boa palavra.

Mittwoch, Januar 02, 2008

Tudo passa.

Bem na verdade, o que passa é a nossa mania de tudo;

de eternidade. Nada é eterno; óbvio clichê. Mas a beleza pode enganar. Porém, mesmo a beleza dos ombros e das pernas nuas nas fotografias não é eterna,

[e nem a beleza da carne humana que se move em ritmo de criança, 3 dias depois da luz solar queimando a pele macia e revelando a lenha podre interior. A feiura é adulta.]

Volto a dizer: tudo passa; mesmo as secas e os incêndios. As únicas a não passar são as impressões, que só se renovam e fundem num mesmo cérebro-esperança; num mesmo cérebro visual-passional-racional.

A infantilidade da beleza e a falta de dignidade verde na pele mais bonita e estrelada não mais me compram; luto contra os olhos com as armas do esforço pelo belo, o inverso pelo reverso; ou eu poderia dizer, minha cabeça é uma confusão, mas estou de unhas feitas-carmin.

A futilidade é uma perseguição implacável em uma estrada de terra e mato molhado. Não dá pra secar o mato, mas dá pra enfrentar a natureza. Dá pra se apaixonar quando dá na telha, tanto faz se chuva ou sol (na telha).

[Portanto não se iluda e, por favor, vista-se. ]

O caminho da porta fica no banheiro.

E a descarga não passa,
só leva.
Só lavando
passa.
Mas pesa.
(o molhado pesa mais que o seco)


========= E eu descarrego minha água alcoólica em chamas de suco de maçã,
prensando passagens de tudo em letras de matos mudos. =============

Q?

Se tu é burro, te fode. Tu merece.