Freitag, Dezember 28, 2007

chapéu com morangos & champanhe

FREAK OLD YEAR


O chapéu faz toda diferença, virado, picotado ou rendado. O chapéu e suas abas, suas dobras, sua sombra. O chapéu do cogumelo, do jardineiro e do moleque vendendo churros dizendo 'preciso fingir que não existo, com licença vou sambar em um baile funk, me deixar gozar com meu pau da alma imaginário. As pessoas costumam ter amigos imaginários, eu tenho um pau. É sério. Um pau de madeira preso no meu chapéu de plástico bolha. Comprei meu chapéu no lixo, depois da feira de legumes dominical.'

Deu.

Não consigo mais, não vai dar, vou ter que abdicar dos sonhos de verde e azul e fogos e ficar com o amarelo-ovo-podre. Vou dançar o jogo do bobo e beber três litros de uísque. A humanidade está sempre três uíques atrasada. Eu li isso num nick.

Então não vou perder o trem, não vou baixar essa cabeça capixaba pra brincar de Antártida. Não vou me fantasiar de golfinho nesse clor de 50 graus embaixo da terra molhada. Sim, lá em cima tem gente, sempre teve. Na sacada. Lembra das garotas de baby-doll?

Quem precisa de coca-light-lemon se tem sede de amnésia. O azedo do limão também pode ser esquecido, desde que dosado homeopaticamente no processo de desintoxicação.
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Eu amo pessoas em um dia e esquecço em 24 horas, mas o que esqueço em 24 horas, não lembro em um dia. Um dia jamais chegará a ser uma contagem progressiva reclusa. Reclusa desse véu de possibilidades guardadas em convites de ano novo. Reclusa nesse infinito leite condensado na batida do meu coração.

Mittwoch, Dezember 26, 2007

Sou o amarelo do teu Photoshop.

Não adianta resistir, lá estarei: quente, suado e digno.

[tensão suada de dezembro]

O quarto poderia ser aqui ou na África, eu poderia ser japa ou bahiana, ó, sim, a Bahia, a triste Bahia e seus cantores amarradões. Dinheiro não, mas elegância; formosura; plágio. O moço lindo que perdi em esquinas de areia mais frouxa que cordão umbilical em novela das oito. Mas não me amarro em histórias de vingança, dinheiro, sexo; acho vulgar. Sou uma gata-pura-cabeça-que-não-se-pela-na cama procurando carona para a praia. Sou o o fundo do microondas em chamas de cozinhas alheias. Sou peito aberto no espaço. Menina-vazio, benção flutuante no rio. Todos os malabares, as piscinas de mármore - tome esse parágrafo como um arrepio.

uma valsa de nuvens para originais e mergulhadores. (-IT & ME-)

Uma dança de faíscas amarelo-ouro-prata ou branca, não dá pra saber ao certo. As nuvens constituem um fênomeno natural, enquanto as pessoas são insultos artificiais; a originalidade não passa de uma frase afirmativa e vazia, um intuito infantil de demonstrar auto-estima estilosa. O estilo é, não obstante, uma falha de caráter. A conduta é sem dúvida digna de pena; qualquer uma, mesmo as reconhecidas na tv aberta ou cantadas em estações de rádio populares. Conduta do rock, do bom filho ou do chimarrão. <----- [mentira] [verdade ]------> Tanto faz quem fez ou quem serve. O mundo só é justo em suas falhas; e o menino Jesus deve estar doidão, valsando e falseando em lascos profundos de chãos-mundo de madeira apodrecida.


[ou na água, boiando em suspiros de ouvido mais atento-mergulhador.]


++++++ Die, Jezzz, die..~~~~


Pois quem não morre permanece em promessas e escrituras, talvez estátuas, quem sabe, em maletas cheia de dinheiro viajando por corredores de aereoporto.


(Ahn?)


Quem morre não tem problema, não tem frio, não tem ferida nem cor.

Vermelho
cor de rosa
de namorado
e preto
cor de rosa
morte.

Prefiro o cinza das nuvens indecisas dos finais de tarde. Prefiro o branco prateado que contorna os limites das nevens fumaça-algodão. Prefiro o fim da tarde na água de todos os santos. Benta é nome de vovó de seriado. Dizem que o Bento é nazista.

So, forget about IT.
Then, forget about ME.

[Let me go home. Stop the junkie.]


Só uma trilha sonora. Trilhas e chãos e barrancos e quedas naturais não importam, no fim o artifício sempre vence.

[That's the rule, the only one.]


HANG ON TO YOUR EGO ( Beach + Boys = ótima combinação. A única necessária. )


Necessária?
Tô brincando. Quero mesmo é um ventilador do camelô. Deixa o mar pra quem não sabe nadar, deixa a subida da montanha pra quem não sabe o que fazer no cume.

------- ARTIFÍCIO & FICÇÃO --------

[mentira e verdade] ------> A diferença entre o artifício e a ficção reside na tomada de linha de frente. O artifício não pede licença, o artifício é grosseiro e pouco criativo em sua aproximação e estrutura, o artifício é como um brinco de plástico em orelhas de mar-fim. Já a ficção é lúdica e inventiva, é o talento organizado em festas de ce-tim; é a anfitriã das festas ode-elegância. A ficção é mulher, that's all.

{Só sentimos
pena
daquilo que
não
podemos
deixar
de temer
que esteja
reservado
ao
nosso
futuro.} -----> tão fake quanto o estilo, percebem?


Beijos, happy new year.

(what a BIG CLOWN, but that's IT.)

..but that's ME.

I accept me, one of us.


(to play the fool)

Dienstag, Dezember 25, 2007

life begins when you're in love

with yourself.

ninguém raciocina tão bem quanto os paranóicos.

acho que foi o Fernando Pessoa.

o jazz e a lua

o jazz e a lua se conheceram em um dia de uma [espécie] de eclipse machado-bukowskiniano; o signo dualístico-arte-palavra da eterna luta entre a tradição organizada e e a confusao caótica [redundante] e panfletária. O jazz poderia se chamar machado-glauber rocha-saturados e a lua, ó, a lua não se permite compartilhar citações e sua terrível e inebriante menção e coexistência. A coexistência entre a atitude certa e a errada, entre o todo dia e a única noite. A noite tem um poder de homem ou aranha de 5 anos resgata criança em incêndio. O incêndio e o jazz nunca foram amigos, mas amavam a mesma lua-mulher perdida em mentiras que não entende bem. Entende que mentir e perseguir a mentira em um plano compreensível não é necessário nem sensato. Você pode ter seus melhores dias, pensa a lua-amarelo-ovo-quente, se divertindo fora da vida, mas quando o jazz cruza o seu caminho, como cruzou o da lua e da sanidade e da preguiça, quando o o jazz chegar assim de mansinho no ritmo das bananas em bocas de carmen miranda, tanto faz, tanto faz carmen miranda ou nina simone. Quero falar de nomes, quero citar personagens, atores, cantores, mentirosos. Somos todos mentirosos perdidos em nós mesmos, pobres criaturas acorrentadas a um ramo de flores frágil e terminal. Quero falar de adjetivos, de exercícios intermináveis de composição sem fim. Nada se encerra em nós mesmos se estamos fora de nós, como a lua atrás das nuvens, encoberta, escondida, de brilho fraco. Enfraqueço como o jazz e a lua, com elegância e confiança. Alone? Não. ALL ONE.


Enfraqueço para o bem, enfraqueço para deixar entrar a literatura pelos poros abertos da percepção despretensiosa, da simplicidade e da solidariedade para com a doença. para/ com/ por /pela. Tanto faz, só não deve doer. A fraqueza não dói, a fraqueza é parte mole e macia, é a flacidez na bunda da velha.

calor científico compulsivo & co

Soa na perna atrás do joelho, nas axilas, nos móveis de madeira quente, nos vidros embriagados de vapor, no pé, dentro dos coturnos, o chulé. O chulé das frases feitas de natal, dos hipócritas em roupa de festa querendo ressuscitar simpatias mortas; o calor não me compra, mortes não passam de brincadeiras místicas desprovidas de bom senso. O cansaço não me faz render, a renda branca do vestido da menina-vida. A boneca de peito-pilha cantante embaixo do pinheiro plástico-artificial e o copo de champanha virado em uma mesa de perus e tortas. A desilusão da mãe que ganhou batedeira e queria vestido, o sono do bom filho nas festas em fim de madrugada; saindo do quadrado escuro e ganhando o céu-círculo-terrestre azul-turquesa.

O suor no rosto e nos cabelos das festas com música eletrônica. As imagens que dançam e cansam e depois descansam em havaianas verdes.

Amarelo-sol no desenho da criança-ressaca; ressaca-mãe no colo do pai ausente. Ausências como preto-e-branco em uma ditadura colorida. Nas cores, no céu, no mar de amores. Nos amores brutos, secos, suados, frios. Nos frios; salamito, presunto magro, gordo; 100 gramas. Vozes de 350 kg. Ouvidos peso-pluma. Bocas que sorriem e olhos que dilatam e fecham e dançam a música colorida pelos lápis de dentro. Da cabeça, do coração, do fígado. Como vão os seus rins? Pra onde foi a minha cachaça? Do que eu estava falando mesmo? Vai ser sempre assim? Quando vou sair dessa lama na poça de deuses e margaridas e crustáceos? Pra onde foram os argonautas, os alquimistas e os mágicos? Do que é feito o azul-marinho de um início-noite?


De enganos, meu bem, de enganos. A vida é feita de enganos e neles reside a beleza metafísica dessas tardes 40 graus à sombra. A vida é feita de enganos e nisso consiste o portal que nos confina para sempre à caverna do dragão. A eterna caverna do dragão é nosso estômago nauseado de promessas e comidas e álcool. Os cigarros consumidos e o dinheiro desperdiçado mas, a cima de tudo, a escória da humanidade trajada de estudantes-estagiários. O fundo da lata de polar em olhos cínicos e palavras estudadas. A dança da vez e a vez da corrida. Correr disso tudo de mim, numa chama de cansaço e preguiça em ressacas de fim de ano.

Sonntag, Dezember 23, 2007

FÓ-DEU

ai

tr amote amo te amo te amote amo temo etemamooooo

ai eu precisava dizer, fodeu.

eu não preciso disso.

mas eu te amo.

Freitag, Dezember 21, 2007

maculando.

adeus. preciso ir. pressenti. e doeu. mas sarou. e agora? agora não são só flores! são também pedras e crosta terrestre. profunda crosta terreste. deep inside. sabe? jamais. jamais saberás. ninguém saberá. é tão eficaz. vocês não fazem idéia, crianças. adoro kids. desde a primeira vez que asssisti com minha mãe no extinto cinema imperial. hoje é um clube de bingo ou, não sei como chama. mas gosto de clube de bingo. enfim, adeus. mas gosto de kids. também quero manifestações. FES, não fãs. agora digo adeus, como disse faz alguns posts à letra maiúscula. ela me oprime. tudo de superior me sufoca, e o sufoco tem sido tema recorrente. não estou sabendo lidar com isso, percebem? não, não é um post suicida. ó, céus, vocês me levam a sério. não, não levem. sim, esqueçam. confio no subconsciente, e sei que lá permanecerei, em todos vocês, virtualmente, mas é tudo que posso dar . lamento eagf wdeço. e amo o mundo inteiro. flores. baratas. sapatos. revistas. todo mundo. e minhas luzes também. e meu chaveiro prateado também. tchau, galerinha, cansei. mas irei mentalizando nossa sintonia. HELLO. KID.

se eu te amo, me inclui.

na mesa de sinuca ou nos seriados de mulheres peitudas apostando dinheiro. tanto faz. o dólar puro ou o câmbio escamoteado. o manifesto ou o escárnio. o escritor ou o mendigo. tão simples, tão real, tão melódico, tão lúdico. como num filme de flores e pântanos e piscinas cheias de folhas mortas. o parque das árvores mortas, ela me mostrou. numa tarde de domingo. no parque das árvoes mortas. secas. quebradas. penduradas. pendentes. cheias. vazias? céus,quando saberei quando saberei o real significado de encher e esvaziar? do valor e do fútil? será? mas o fútil é tão atrativo, é tão pau duro que me amolece. falei. pé quente, cabeça fria (caetano, o surfista calhorda mais true ever.)

chumbando a vida adoidado

é muito rápido, é muito forte. as crianças lendo os meus diários. as paixões de aula de religião, os estojos escondidos, os mistérios que sempre pintam por aí. tão simples. milhões. até que nem tanto esotérico assim. mas a alma, a alma não me anbandona, não me deixa em paz. a alma que me faz achar lindo e deplorável. almanaque. abandonado e necessário. tão apaixonada, que nada, não sabe nada, morre afogada. não sei mesmo, não adianta. as vidas todas tão cheias de bordados e sentimentos de lã, na lapela, cintos de gurança; montanha russa.

caetaneando nova york

tendência, percebem a tendência? triste bahia em roma, triste roma em nova york, será? não deveria, não eu não deveria, escrever assim no impulso retrógrado conservador bem daquele tipo de quem não quer nada, de quem nada obteve, de quem nada lucrou e tudo expressou. rimas pobres. drogas lícitas. bom humor. chacota. não sei. sai daqui, de dentro de mim, do meu coração com sede, com fome, enjoado. da minha janela rabiscada de estrelas feias. do meu véu de noiva abandonada. da minha morte de chuva verde. do caos do amarelo e branco. da neve em cuiabá. da seca em são josé. ah, não sei, BEIBE. não sei o que dizer, não sei o que pode te afetar, te acordar de uma vez por todas desse sonho de balas de hortelã do cara que vai até a esquina comprar cigarros filtro amarelo. ah, não sei bem o que quis dizer, ah, o que importa. ah, que se fodam os sentidos, as rimas, as admirações e as ai, a reprovação. a reprovação merecia caps, mas não vai levar. me perdi por aí.e lamento. não, não lamento, comemoro, comemoro aqui com minha spuklseiras e brincos e unhas deixando crescer. celebro aqui com minha mente povoada de deuses mortos e vivos fantasmas, de corroendo a moita a tesoura de eduardo. sim, o mão de tesouras. não, o amor não espera por mim. não, não morri. sim, parei. agora vem a bad. agora vem o momento de 'foi tudo em vão'. agora vem o momento de 'pq escrevi tudo isso', o momento de 'que merda, vamos todos tomar no cu', não, não quero. não, não publicarei. não, muito pessoal mas sim, foda-se. foda-se pq avida é assim, com porquês abreviados e pessoais. a vida é muito pessoal, man. muito pessoal, e isso fode tudo. pq a gente leva tudo pro pessoal. pq o pessoal é fske. pq o pessoal satisfaz as necessidades egoístas de kinotros virtuais, ai, não sei o que quero dizer. sómquero dizer que minha música em minhas mãos e meu colchão, deus do céu, como posso largar vocês por tão pouco. como posso me apaixonar por restos e migalhas e farelos quando tenho o império,o ouro, a riqueza moura dourada. ó. morra eu. morra esse eu de dentro e sufocado. sufocado é uma bad.

Mittwoch, Dezember 19, 2007

Chuckberry fields forever

é só uma música do Caetano.

Todo dia.


02 de outubro de 2007.


Não quero contar os pormenores da baixaria. Acho que a baixaria particular deve ser preservada, mesmo em um diário. Portanto me restrinjo às partes de comum interesse; como o conteúdo de minha meditação enquanto relaxava no jardim. Pensei que acuso as pessoas de coisas que me machucam na minha própria personalidade, e que por isso acusar talvez seja uma forma de auto-punição. Pensei que não sei pq continuo cultivando hábitos que me machucam, e por isso ouvi vozes vindo de trás do muro que diziam ‘gente que não trabalha’. Então me dirigi aos meus aposentos e coloquei um Schubert, depois de uma longa meditação no jardim. Pensava no que ouvir, pensava no que meu ex-pseudo-namorado havia dito sobre a minha conduta (não posso evitar abusar dos pronomes possessivos) ; sobre eu não nunca procurar fazer algo visando uma melhoria mas somente uma degradação ainda maior. Auto-degradativa. (Não,ele não seria tão brilhante.) Pois então, eu pensava no que ouvir e justamente que queria ouvir algo pesado e triste e então pensei que não, que deveria escolher um artista que me aumentasse os níveis de seretonina. Foi então que lembrei das vozes atrás do muro e resolvi escutar um Schubert. Escutar música clássica é realmente um trabalho, exige dedicação mental e postura ereta. Litros de café. Esquecimento do futuro. Debandeação. Sim, estou calma. Certamente precisava de algo intenso, não um diário para registrar mais uma entre mil existências decepcionadas consigo mesmas.

Desejo não mais almejar um emprego estável e um lar, desejo alcançar a calma necessária para pensar e agir nos seus devidos lugares, pois tenho invertido a ordem; pensar demais quando é preciso agir, e tomar atitudes impulsivas quando se deveria pensar pausadamente. Mas, a cima de tudo, desejo ouvir mais música clássica. O passeio no jardim me fez bem e mal, os meus mais íntimos sonhos foram interrompidos por marteladas vindo do muro e alarmes telefônicos aqui dentro, depois da porta. A porta fechada é a mais tola das ilusões, é uma péssima idéia. Melhor abrir tudo de uma vez; escancarar, como dizem. Ok, sem técnicas narrativas, ok; sem desculpas. Foi uma manhã dos infernos. Mas pelo menos nem pensei no bolo.

Entendam bolo como bolo.


Assinado: Gabriela Wondracek Linck, assumindo a exposição tosca e a ABREVIAÇÃO CONSCIENTE DOS PORQUÊS. PQ OS PORQUÊS DEVEM SER SEMPRE BREVES.

Ziéss Laifi Staili e outros

Hello, call me Yoko.


O meu computador não funciona, não funciona, NÃO FUNCIONA. É bom, assim, às vezes, não funcionar. Ficar parado à beira do rio compartilhando impressões que jamais serão compartilhadas. No fim, é sempre o clichê; o pôr do sol, a palavra repetida. A rima, a música, o violão guardado, os olhos que não fecham e os que fingem fechar. Os caetanos e os surfistas. A flor estampada nas costas fortes de um moreno automotizado. Os balões na festa de aniversário que termina com o fim do dia e das nuvens brancas. As nuvens brancas que ficam cinzas e depois chumbo e depois já não se sabe, com listras laranjas. The age of the old. As fotografias com os velhos descendo escadas e roubando ilusões de igreja. O maduro que apodrece a alquimia. O tesouro no fim do arco-íris e a cerveja gelada. I’m alive. Tipo. tipo,tipow; i’m alaiviii. As atrizes de cinema que me fazem chorar, não mais. As opiniões retardadas que me fazem rir, não mais. The age of the old; a salvação dos jovens melões. Os melões descascados pela mão enrugada e lúcida. O pé da palavra e dos limões. As melancias que nascem rastejantes e os porcos que que se jogam na lama, a profunda lama dos melões pós-modernos. Os melões de chapéu tendência, os melões e seus computadores que não funcionam, não funcionam, não funcionam. But i’m alive. The age of the old. Os velhos fracos e os jovens fortes e um, dois, três; a, bê, ce; eu e você; bem, Michael Jackson, acho que não é tão simples assim. Não tão simples como contar e juntar letras e tristezas e alegrias e saudades. Ah, a saudade, me poupem. De mulher já basta eu, de Papai Noel não bastaria nada. No tesouro não tem ouro, só cobre. Se cobro o cobre, me revelo pobre e ninguém descobre.

RIMA
LUV
COM
ASPIRINA.

PATAVINA.

Ó, como é bonito o galo cantor
camarada,
Mas sem as galinhas
Ficou assim
Nada, nada

Que mancada!

Mancar é uma palavra tremendamente preconceituosa. Tremendamente é outra palavra problemática, pois irrelevante. Eu deveria dizer ‘mancar é uma palavra de forma insana e tremenda por demais preconceituosa’. Também ficaria PODRE. Como as frutas, as secreções e os lençóis de mágoa preta.

Donnerstag, Dezember 13, 2007

ciclos

ligações espirituais
são sazonais,
como o amor
e a dor,
o suor
e o pior.


o pior
do amor é
o suor
da dor,

mas quando seca,
peca.

sim,
sou um poeta
jeca.

sazonal,
jornal e
mal.

Mittwoch, Dezember 12, 2007

we're a good future

[ 2080 => Os casamentos foram extintos. Crianças nascem com pais já solteiros e independentes financeiramente, ambos os pais são aptos a pagar suas próprias dívidas, bem como seus respectivos vícios e demais mantimentos. Não existem mais uniões familiares, no sentido de dividir uma casa e criar os filhos juntos. Isso agora é apenas resquício de um tempo longíquo e ultrapassado, anterior a Madsen. Madsen foi um médico, estudioso e intelectual, que provou que filhos que convivem com pai e mãe são mais sucetíveis a vícios de padrões sentimentais-interativos que filhos de pais separados. Esse novo conceito (Madsen, 2014. Amor e Divórcio, editora Vega, SP) e seus devidos apontamentos, que não serão detalhados aqui, pois não é de nosso intuito fomentar a teoria Madsen, revolucionou o pensamento moderno provando que o índice crescente de divórcios demonstra o amadurecimento do homem da nova era.]


O homem de 2080 acredita que a existência de laços sentimentais determinados por descendência (sangüinea ou adotiva) foi o fator determinante para a derrocada da geração do início secular. É notório que por idos de 1990 os divórcio já era popular e os filhos de pais divorciados não se beneficiaram muito da situação, tornando-se em geral usuários de drogas (lícitas e ilícitas) e dependentes financeiramente (de familiares ou conjuges). No entanto, Martobels (2001-2064), atribui esse deslocamento de padrão estrutural ao fato da coexistência de uniões matrimonais e divórcios.

O grande problema enfrentado pelo filhos de pais divorciados seria , segundo Martobels, o fato de estes conviverem, em seu meio social, desde a infância, com filhos de pais unidos legalmente e em um mesmo ambiente residencial, sofrendo, por consequência da tradição matrimonial ainda vigente, muitas vezes, preconceitos e pressão indireta por parte de seus seres humanos de convívio.

Junbols, em recente publicacão (Junbols, 2078. Martobels e a síndrome de coexistência, editora Manhatan, BH), sustenta e defende a tese de Martobels, demonstrando por meio de dados obtidos em pesquisas sociais que, por idos de 2050, a situação, após o desenfreado aumento de separações entre casais (pais e mães) na década de 2030, com a Revolução Hetero, se inverteu. O que significa que durante esse período os focos de preconceito e pressão indireta eram os filhos de pais unidos em uma mesma casa, pais coexistindo tanto financeiramente quanto informalmente.

De acordo com Faischer (Faischer, 2080. A multiplicidade do ser humano e sua consequente busca por unidade e frustração nos relacionamentos, Nova Editora, SP) , foi fomentada, nessa época, a noção do auto-prazer, ou seja, da unidade do ser humano frente à multiplicidade de seu ego. Faischer diz que se em cada um de nós coexistem milhares de padrões adquiridos ao longo dos anos e, levando em conta que o aumento dos padrões que nos são introjetados é proporcional à passagem do tempo até o final da adolescência, o ser humano só pode obter satisfação nos relacionamentos amorosos até essa faixa-etária. Na idade adulta, o ser humano já se encontra de tal forma saturado pela sua própria multiplicidade que a união prolongada com outro ser humano em um mesmo ambiente acabaria por gerar conflitos da ordem dos já devidamente estudados irmãos siameses, substituindo-se, no ser humano da nova era, os laços culturais pelos físicos. Conclui-se daí que filhos de pais separados formalmente e financeiramente (exclui-se a noção, inclusive, de 'pensão alimentícia') estariam mais aptos à conviver com suas limitações pessoais, pois não é excluída a noção de exemplo. Faischer comprova que o novo padrão de conduta, no qual a criança é criada desde o nascimento em duas casas diferentes (o que se torna totalmente compreensível se levarmos em conta que os pais são também distintos um do outro, tanto psicologicamente quanto, inclusive, em seus órgãos genitais) , sem nunca ter contato com a antiga cultura do 'casamento' (ou seja, tendo sido extinta a coexistência resultante da Revolução Hetero), nem em suas casas nem nas de seus vizinhos, tornam-se adultos mais saudáveis e realizados.

Sonntag, Dezember 09, 2007

Samuel Beckett

'A busca do meio de cessar as coisas, calar sua voz, é que permite ao discurso continuar. Não, eu não devo tentar pensar. Dizer simplesmente o que há, é preferível. As coisas, as figuras, os ruídos, as luzes, com as quais minha pressa de falar disfarça covardemente este lugar, é preciso de qualquer modo, fora de toda a a questão de procedimento, que eu chegue a afastá-los. Preocupação de verdade na raiva de dizer. Donde o interesse de ver-se livre por meio do encontro. Mas devagar. Primeiro sujar, depois limpar.'

Samstag, Dezember 08, 2007

A diferença entre caolhos e bilíngües

A diferença entre caolhos e bilíngües reside na problemática da duplicidade. A utilização concentrada de um elemento isolado pode ser mais produtiva que o binarismo excedente. E chamo de binarismo excedente qualquer órgão, elemento ou participante que aprecie mais a multiplicação que a divisão. A multiplicação não permite restos. Os restos são importantes para que novos rumos se formem, sejam eles somas ou diminuições. Contudo, isso é o menos importante, o essencial é que sem excedentes nada se multiplica.

Freitag, Dezember 07, 2007

Luv

é a mão do vô cheia de amoras que colheu pra mim.

The party's cashing us now.

É tudo uma questão de passatempos. Mesmo as ideologias e os dicionários.

3 Jardins, sobre a opção sexual

No primeiro dia de aula, Fernando chegou atrasado, com uma camiseta do Tigermilk. As menininhas desde sempre costumam gostar dos garotos despenteados que fumam escondido durante o recreio, e não dos que brincam de futebol de botão e tomam leite. Ele era do segundo grupo, for sure. Provavelmente jogava videogame e lia quadrinhos de ficção científica, mas era encantador. Me sinto um tanto infantil lembrando dele; como um garotinho de 10 anos tentando saber de quem vale a pena, ou não, gostar.

O fato é que Fernando me fez acreditar que eu sabia exatamernte do que gostar, quando entrou com aquele sorriso bobo e perdido.

THE LOST ART OF BEING SILLY, adoro.


Fomos colegas em mais duas cadeiras, acho. Gostávamos dos mesmos livros, filmes, discos. Mas só isso. Ok, pensando bem, não gostávamos 'bem' dos mesmos; na verdade eu passei a gostar de todos os preferidos dele. Ouvia Arcade Fire no ônibus e arrumava o cabelo com mais esmero, ao estilo carregue-um-espelho-na-bolsa-e-uma-música-no-mp3 player.

O caso é que ele me lembrava jardins. Me dava essa sensação de verde e maduro, de florescer e murchar também, também murchar, mas sempre renascer. Essa coisa de brotar e cair e comer e sempre ter outro fruto esperando, florindo, nascendo. Essa circularidade colorida que emana dos jardins e dos INDIES.

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Um dia eu estava no ônibus com meus headphones e vi um jardim. Pensando bem, talvez fosse um pátio. Nesse pátio tinha um homem de esvoaçantes cabelos escuros mas, pensando bem, acho que era um chapéu. Ele regava a grama e era alto. Bem, pensando bem, nem era tão alto assim. Tive certeza que era o homem da minha vida. Então esqueci o Fernando.

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O jardineiro se chamava Roberto, fomos casados por três anos. Certa vez, durante o casamento, eu estava na aula de musculação e vi, de relance, ao meu lado, um desses homens muito, muito bonitos. Desses que a gente não consegue nem encarar pois tem certeza que ele sabe o quanto o achamamos bonito apenas pelo olhar. Indisfarçável. Me deu vontade de olhar de novo, mas então lembrei de Roberto; nessa época nossa relação já estava bastante sólida, ou seja, eu era casado, leal e companheiro. Não, não valia a pena olhar de novo para o lado mas, céus, ele era realmente muito bonito. Pensei em Roberto. Não adiantou. Olhei para o lado de novo, procurando o homem que exerceu sobre mim tamanho fascínio e me fizera cogitar ser infiel; quando percebi que, vejam vocês, eu estava apenas atraído pelo meu prórpio reflexo no enorme espelho da academia de ginástica.

.
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[Ass. Peopletryhardtolie]

Dizem que assim você morre mais fácil do que sem água.

Besteira pública dignifca a imbecilidade?

Olá, prazer, sou um escritor que acredita que a literatura está dentro de mim só esperando o momento de sair mas não, na verdade sei que não, na verdade sei que a literatura está lá fora esperando para entrar. Não sei se entra pela janela ou pelo ralo, mas ela está esperando do lado de fora, está esperando como o engenheiro pelo seu instrumento; inversa ao que é necessário para o usual: encaixar as peças é fazer funcionar, e fazer funcionar é trabalho árduo; trabalho árduo dignifca?Ah, mas que desprazer, na verdade você está hand-in-hand with the electronic, você acredita que se apenas trabalhar será conhecido como o rapaz trabalhador ou se dançar o tempo todo será conhecido como o garoto que está sempre dançando? Belle & Sebastian? NÃO é ripongagem e sim lenda, não é bobagem MAS alma. E alma não é romântico nem brega, alma é fazer feliz. Fazer, não ser. Dançar, não correr. Romantismo é morrer de amor e dizer não ao marketing pessoal.

Ass. Electronic Renaissance?

Dienstag, Dezember 04, 2007

salva pelo sexy astronauta?

(e pela falta de categoria)

a breguisse exacerbada pede licença e canta.-----


eu fui salva do abismo. nem deu tempo de secar a tempestade old-fashion de pequenas ervilhas e ele veio assim, palhaço de guarda-chuva, com essa coisa xadrez de listras e geometrias completas de duas cores; tudo junto. nda de superman, ele é o incrível..

homem
so
bre
o músculo!

homem dos que vão embora e deixam empadas pro café da manhã. hiper-herói verme-borboleta em ondas paradas com sua armadura-núcleo desfocado ganhando forma e cheiro e...

NÃO SEJAMOS HIPÓCRITAS COMO AS TAMPAS SÃO PARA OS BURACOS!

BEM-VINDO à era dos foguetes discretos; uma só pessoa que se transforma em outra que vai pro espaço e ferve e vira a página com o dedo molhado de vinho doce. depois vira e bate com papel de carta perfumado; e pega, e coloca isopor ou algodão doce, tanto faz, faz perder o medo pelo artifício, e diz que não, não tem mais ninguém. não tem mais céu. como pode? o que tem aqui dentro? um carrossel de cavalos fakes e bregas que viraram bancos de montanha russa sem cinto de segurança?

tem é esse umbigo de pipoca mais brega que letra de pagode. e eu quero assim, como vício em três segundos, como música do só-prazer nessa noite de caetanos. céus. que horror. odeio, qual é? tudo de novo? não vai, não.

quero tua função social. e fotos em roma.

baita forgets!

[um hit para caetano veloso]


Man, baita forgets, eu tenho que usar esse teclado assim na manha e você na minha fronha me chama pros sonhos mais behind the wall, show me from behind man, you don't know me at all, feel so lonely, there's nothing you can show me. Te odeio, querido lençol de frutas e flores e cores e não me importa o que tenham a dizer os homens, os gigantes ou os malefícios do cigarro em gotas. Jamais te pedirei pra me deixar novamente, caetano, pois eu nunca estive em você, sim, eu nunca estive realmente dentro do teu peito ou do teu pau. Eu nunca estive na lama nem no mel, e não me importo, não me importo com palestras, nem com drogas e nem com idosos. Não me impressiono com desculpas ou promessas ou clichês. Eu sinto e meu mal.. meu mal.. meu mal é não amar o suco de mamão. Meu mal é não comer o açaí.

[precisomorrerpqestouviva-baita fake!]


Você nem vai saber quem eu sou quando passar por mim na rua, de rosto solto e malvado, ereta como um arbusto. Dane-se, eta expressão bonita. Chorar? Viver? Seduzir? Poder? Luxo? Magnólias? É tudo teu, leva, leva. Acendendo no escuro já traumatizei muito por você, caetano, eu fui me embora e quebrei os talos. Eu voltei e reatei as costuras. Da tua sandália. Do meu chinelo. Já não me importo. Já não coordeno. Jamais desisto.

[Não sejas tão grande quanto o que consegues suportar, não sejas tão forte quanto o que possa te desiludir.] ---> ÊTA!

MOITA ---> Eu abraço, abraço com piedades e carinhos e doces, mas jamais massacro. Jamais maltrato, apenas uso pain como mote-of-the-way pois quem não tem nada dentro está confinado ao massacrante exterior. O que vem de fora atinge, mas não fere o bastante pra te deixar desolado dessa maciez de contornos e vozes e líquidos matando mais fome do que sede, mais sólido do que pedra; pedra no sol; solidão acariciada pelo calor. Voz de dentro. Não sei, não cala.

Não sei como fazer, mas gosto de deixar sangrar, ferir, morrer. A morte é linda e LIDA, como olhos escuros e malvados que encantam. Tentadores. Mas depois vem o samba, o tom. O tom de brincar, de ferir, de sorrir, de mentir. O tom da bossa, do samba, da praça.
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O chão da farsa.
A vida.
Ó.
baita forgets.

Sonntag, Dezember 02, 2007

Não me vem com esse papo de afeto,

deixa chorar meu coração em algarismos e danças de teclado, deixa sorrir como os pastores para as suas ovelhas, como o mendigo para a moeda ou como, bem, chega de exemplos. Os exemplos deveriam ser pequenas amostras de realidade empírica, mas não passam de pilhérias isoladas perdidas em um falso senso de realidade. Pensas que te ajudam? Pois não te ajudam. O conforto não é uma salvação, apenas um afeto, e afeto é para fracos.

[A força é o instrumento de medida para os esforços de busca, a busca é um caminho cego para o ponto invísivel do espírito que ninguém conhece.] <------ Besteira.

É bom escrever assim sem saber onde vai dar e ir combinando e ligando e sufocando o sentido. É bom escrever assim pra se livrar das mãos que buscam cigarros e isqueiro; matéria e fogo contra gelo e água. Não, não é pra fazer sentido, é pra fazer calar. Sentidos confortam e nos fazem sentir próximos um dos outros, mas a comunidade é o fim de tudo, o sepulcro de qualquer intenção da alma. Perder-se em uma pista de dança ou brincar de roda na areia faz o coração amolecer e entregar os pontos da reflexão essencial: o motivo. O motivo é uma busca, mas também um fim; fim de ano, fim de festa, fim do mundo. Fim, fim, vim. Mas não, não vem comigo que eu preciso andar sozinha e não, isso não é letra de música, é letra de sim, sim que eu saco a tua manipulação, sim que eu saco o jogo, o mofo e o enjôo. Nunca se sabe se o enjôo é sincero, assim de manhã, com um copo de leite com morango. O enjôo vem, vai, morre e ressuscita; quando vem liberta, quando vai sufoca e quando morre e ressuscita é por não ter auto-confiança. Meu enjôo agora é mais forte que parede de zinco, é mais poroso que pele de moleque e mais efêmero que o meu amor. O amor é um pequeno enjôo da alma; um antes e um depois, e já eras. Que nem o remédio do comercial, que nem um cartaz de ceva, que não tem nada a ver com a história. Engov, ceva, enfim. Engole se quiser, ninguém tá te forçando a nada. Te engana que seja tão importante te convencer, te engana e esse é teu jogo. Acho que tu perdeu. O jogo, a amiga e o sal de frutas. A vida não é um desfile de ironias charmosas e conversas existenciais. A vida não é voltar de manhã. A vida não volta, mas a gente pode voltar pra frente, sim, a gente pode, pois o atrás não existe se não tem ninguém na dianteira. Não, não tem niguém na dianteira. Não tem ninguém na reserva, não tem ninguém em lugar algum. Tem só essa náusea que virou fome, e essa fome que virou sono.

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