Mittwoch, September 05, 2007

Lama mit Coco by my side

Olha, tá tudo uma confusão aqui. Não aguento mais engosmar meus dedos nesse teu teclado de gordura trans. Cansei, estou atordoada e, quer saber, acho que Paulo tinha toda razão quando te deixou pra ficar com ela, que pelo menos escovava os cabelos.
Te imagino agora com essa bunda gorda amaciando uma cadeirinha barata num computador de merda presenteado pelo teu novo provedor de jantares ao som de long necks alemãs por 20 reais e sobremesas cobertura hidrogênio líquido por 250. Te imagino chorando quando ler a palavra GORDA. Gorda de sanduíches emocionais. Te imagino como uma freira assistindo televisão e comendo chocolates. Como uma adolescente fantasiada de coelho sexy no baile católico dos seus sonhos e ambições. Mas sim, te venero. Te venero tanto que não consigo parar. Não consigo sair desse apartamento, desse nosso café na cozinha sem você, dessa minha dor de você sem mim, aqui.


Que-drama-vamos-parar.

Vamos procurar dinossauros de papelote no Google. Vamos dançar ao som de insensos lendo os livros da melodia. Tua melodia.

Mas agora-não--dá e agora----não---dá; é só esse silêncio aqui fora e esses gritos bem dentro.
[Essas vinganças da alma; desgraças de coração. ]

Você levou a lupa do meu pai, aquela lupa que, tudo bem, você adorava, mas eu, eu nunca cheguei perto dela; quer saber o motivo? Você. Sempre você. Eu achava que teria muito tempo, muito tempo do teu lado antes de você levar a lupa. E antes disso, antes disso eu queria te aproveitar ao máximo, inútil perder tempo com a lupa de meu pai. Inútil às minhas necessidades afetivas. Mas não, eu estava enganada. E só queria te dizer isso, que sinto falta da lupa através da qual nunca vi o mundo, que a quero de volta para onde nunca esteve. Que quero ser uma pessoa nova quando longe dessas ausências de plástico. Que quero jogar cartas um dia de novo contigo, num cruzeiro para bem longe das minhas dispersões com as quais você viaja e inventa e progride e eu não saio do lugar. E quero um cometa e um pequeno príncipe. Não quero castelo, eu juro, você sabe. E agora lembrei dos teus castelos de carta silenciosos num dia de inverno em Imbé. Dos teus cigarros se amontoando no cinzeiro que eu roubei pra ti. Dos meus olhos fundos de olheiras que nunca tive. De pés cansados com marcas de meia e tua voz pedindo mais um pedaço de bolo. Não sei mais o que te dizer. Acho que vai passar. Mas enquanto isso eu continuo aqui com abelhas na minha cabeça e mel azedo no coração. Desculpa qualquer coisa (e isso de culpa ainda vai me matar) e, por favor, volte a me querer com graça e paixão.

Um vomitinho quente com amor.

Lama mit coco by my side. Luv.

Always. Yours.

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