Montag, Dezember 11, 2006

Der Himmel über Berlin

Penso no céu como um lugar onde são necessários "contatos" para que a entrada seja permitida. Entrada ou passagem?
"O céu sobre Berlim" ou "Asas do Desejo" foi onde tudo começou; o início é o fim de um fio condutor de pensamentos emaranhados que tiveram início no cheiro da grama que vinha da minha boca. O jardim de concreto (versus) a cama; eis a batalha dos aflitos.
É imposível não ser pessismista quando se pensa que vai chover e chove, ou quando se pensa que vai chorar e chora. Estava eu pensando entre uma parede e outra mais duas de cada lado ou, pensando horizontalmente, entre a cama e o jardim de concreto, afinal, toda luta do ser humano é entre a preguiça e as grandes cidades, ou seja, entre o instinto animal voltado ao prazer e a evolução robótica urbana.
Quando tinha 15 anos me perguntaram se eu nunca havia atentado ao fato de que todas as pessoas que eu admirava nos filmes estavam mortas; na ocasião, o filme era "Casablanca" e, de fato, eu nunca havia pensado sobre o assunto.
[Isso me lembrou uma cena de "Asas do Desejo", ou melhor, um parágrafo da legenda: "O tempo cura... Mas... E se for o TEMPO a doença?"]
Hoje é uma daquelas noites em que se sabe que vai chover e os mosquitos te devoram enquanto outros te distraem com barulinhos no ouvido pois os mosquitos, assim como os homens, trabalham em equipe. Enquanto uma parte do grupo te aniquila, a outra canta para te amortecer.
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Deixe sempre um Scrap para os mortos.
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Quintana disse que nunca escreveu nada que não fosse uma confissão; Quintana está morto como Borges, que está morto como atores de "Casablanca". Os filmes são um acessório do meu investimento pessoal e não o contrário. Lamento, mas não usarei o Google para expressar meus sentimentos.
Os grandes artistas estão mortos e os novos acreditam que a teoria e a "História" podem ajudar. Mania acadêmica vomita spaghetti mastigado com cenoura.
[Artista que é bom não tem blog]

7 Kommentare:

Pedro Lunaris hat gesagt…
Der Kommentar wurde von einem Blog-Administrator entfernt.
Pedro Lunaris hat gesagt…

"artista que é blog não tem bom;
blog que é bom não tem artista."

não, não respiro desse jeito. a melancolia me é grande aliada. uma tristeza feliz, sei lá que é que me bate, mas talvez seja de ter crescido gostando do frio e depois perceber que o vento sempre esteve aí - e hoje que aprendi o calor e o bom do sol não perdi essa outra coisa. não. de sentipensar que quando se pensa que vai chover e chove, quando se pensa que vai chorar e chora, é tudo uma grande felicidade. é Tao.

mas não se aprende muito de uma força indo contra ela. o maior aprendizado é um deslocamento, é um dar caminhos. não devo te dizer muito te dizendo isso. mas te digo que se as coisas batem assim talvez elas tenham simplesmente algo de certas. e talvez isso valha um suspiro, uma ligação, um abraço e, se a gente tiver sorte, um sorriso.

quer saber de uma coisa? a gente não morre uma vez só. "uma morte para cada vida... ou mais." tampouco vivemos uma vez só. e não é de desencarnar e voltar (não tenho espiritualidades prontas, aliás, acho a categoria o contrário do espiritualizável). mas esse corpo aqui vai ser outros agora mesmo, querida. que eu morro muitas vezes nessa vida. e é sim uma delícia respirar depois disso, e sobe Kundalini pelas costas como se a gente abrisse asas e saisse por aí uns palmos acima do chão!

ou o Galeano dizendo que na frança é à culminação do abraço que chamam de "pequena morte". "e quão grande seria se, ao nos matar, nos nasce."

um supiro.

dois.

um beijo.

(e, se a gente tiver sorte, um bom e belo sorriso...)

Guga Schultze hat gesagt…

Os filmes, Casablanca, Shane - é legal também pensar o seguinte: se os atores estão mortos, suas personagens não estão. Estão ali, mais vivas que nós, na tela. Pequenas vitórias do Bem: alguns sentimentos muito bacanas circulam entre esses seres imateriais e puxam com eles os nossos sentimentos tímidos, inarticulados na maior parte do tempo. Shane se sacrifica por uma família desconhecida, por amor a uma criança, um garotinho. O cético dono de um cassino em Casablanca sacrifica seu grande amor por um ideal maior e seu gesto altruísta contamina um cínico chefe de polícia que lhe dá cobertura. Esses personagens, queiramos ou não, já habitam o paraíso. Nós, um dia, talvez.

em desconstrução hat gesagt…

Eu uso!!!
Eu uso tudo para expressar qualquer coisa, sem conceitos, sem noção, sem regras nem princípios.
Não, eu não tenho caráter.

Anonym hat gesagt…

Senti saudade! Acredito que o tempo dos mortos já passou! jantemos uns aos outro!

Beijo

Anonym hat gesagt…

Ian Curtis is dead.

Anonym hat gesagt…

E foi o suicídio com com a consequência mais bizarra da História; a avalanche de ratos mortos em Manchester.