Ainda sobre "A Literatura e o Mal" de Bataille, deve constar que o mesmo relata uma indagação que julgo a melhor definição do ser amado já expressa na literatura:
"No domínio da vida comum, o próprio ser amado não é a supressão dos limites dos outros (o único ser no qual nós não sentimos mais, ou sentimos menos, os limites do indivíduo acantonado num isolamento que o enfraquece?)"
Não seria a pessoinha adorada aquele que julgo mais próximo de mim e, portando, mais distante do resto pois, se estivese muito perto de qualquer outro, estaria longe o bastante de mim?
O estado místico consiste no total afastamento da idéia de que somos seres múltiplos em busca de duração vã. Reprodução da espécie e teorias a lá Schopenhauer não nos interessam. O estado místico consiste na aceitação do ser humano como individual. Quando me apaixono me perco em mim mesmo, mas antes disso é necessário o esquecimento de mim mesmo para me perder no outro; estágio inical comparável aos movimentos fantásticos da infância, que se perdem em brincadeiras de faz-de-conta-que-sou-outro. Ainda citando Bataille, "o misticismo escapa à espontaneidade da infãncia, assim como à condição acidental da paixão. Mas na expressão dos transes ele se serve do vocabulário do amor, e na contemplação da reflexão discursiva, da simplicidade de um sorriso de criança".
Misticismo e ser amado, qual a relação? Voltamos às Irmãs Brontë, as quais só consegeum atingir o estado máximo de contemplação espiritual através da perca da consciência de sua educação moralmente correta (sempre e apenas em busca da reprodução e não do prazer) ; essa perca da consciência se dá através da recapitulação dos sentimentos infantis expressos na fantasia literária de paixão adolescente e desmedida, que nada mais é do que o verdadeiro misticismo; crença ou doutrina segundo a qual o homem pode unir-se ao divino por meio da meditação, intuição, orações, êxtase ou de outras práticas. No caso, literatura como fuga e fraqueza.
"No domínio da vida comum, o próprio ser amado não é a supressão dos limites dos outros (o único ser no qual nós não sentimos mais, ou sentimos menos, os limites do indivíduo acantonado num isolamento que o enfraquece?)"
Não seria a pessoinha adorada aquele que julgo mais próximo de mim e, portando, mais distante do resto pois, se estivese muito perto de qualquer outro, estaria longe o bastante de mim?
O estado místico consiste no total afastamento da idéia de que somos seres múltiplos em busca de duração vã. Reprodução da espécie e teorias a lá Schopenhauer não nos interessam. O estado místico consiste na aceitação do ser humano como individual. Quando me apaixono me perco em mim mesmo, mas antes disso é necessário o esquecimento de mim mesmo para me perder no outro; estágio inical comparável aos movimentos fantásticos da infância, que se perdem em brincadeiras de faz-de-conta-que-sou-outro. Ainda citando Bataille, "o misticismo escapa à espontaneidade da infãncia, assim como à condição acidental da paixão. Mas na expressão dos transes ele se serve do vocabulário do amor, e na contemplação da reflexão discursiva, da simplicidade de um sorriso de criança".
Misticismo e ser amado, qual a relação? Voltamos às Irmãs Brontë, as quais só consegeum atingir o estado máximo de contemplação espiritual através da perca da consciência de sua educação moralmente correta (sempre e apenas em busca da reprodução e não do prazer) ; essa perca da consciência se dá através da recapitulação dos sentimentos infantis expressos na fantasia literária de paixão adolescente e desmedida, que nada mais é do que o verdadeiro misticismo; crença ou doutrina segundo a qual o homem pode unir-se ao divino por meio da meditação, intuição, orações, êxtase ou de outras práticas. No caso, literatura como fuga e fraqueza.
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