A adapatação para o cinema por Jacques Demy em 1970 do conto de Perrault, "Pele de Asno", é uma verdadeira obra prima do gênero "musical" pelos seguintes motivos:
1.é brega na medida; com direito a papagaio imitando a voz de Catherine Deneuve cantando uma canção detestável de amor, o que, aliás, talvez seja uma das marcas mais pitorescas da cultura francesa; a qual não pode deixar de me lembrar Charles Aznavour, mestre da música cafona local.
2.flerta deveras com o fantástico; destaque para o vestido "da cor do tempo" usado por Deneuve, que exibe uma estampa projetada giratória recriando o passeio das nuvens, numa bela utilização de efeitos especiais toscos da década de 70.
3.é engraçadíssimo; quando o príncipe e a princesa se encontram pela primeira vez em "sonho" cantam juntos uma música que diz "o que faremos agora com tanta felicidade?" e, em seguida, os dois seguem saltitando pelo gramado em direção a uma mesa de quitutes deliciosos ao som da mesma canção que agora responde "comeremos muito bolo!".Seguindo no mini video clipe estileira "larica do amor",o casal entorna canecas de "Chopp" de um barril que surge no meio da floresta e segue em cenas hilárias de brinde ao romantismo no melhor clichê "rolando pela grama".
Se Chapéuzinho Vermelho foi abandonada pelo pai, a princesa de Pele de Asno quase se casou com o seu, sendo impelida pela fada madrinha("as fadas são nossa força interior, para o bem ou para o mal").Muito interessante a forma como as metáforas do conto foram trabalhadas no cinema, principalmente com relação ao uso das cores mas, como na maior parte das adaptações de clássicos, o grande mérito ainda fica com Perrault.
1 Kommentar:
Este filme é maravilhoso, mas prefiro o "Duas Garotas Românticas", que consegue ser previsível e impressionante ao mesmo tempo.
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