Dienstag, Oktober 03, 2006

Série Diálogos; O Estilo


Era uma espécie de lápis, no passado; os antigos usavam o "estilo" para desenhar ou escrever em superfícies de cera. A comunicação é mesmo algo de muito "especial" e, por isso, pode-se entender muito bem o sentido abstrato que carrega hoje o vocábulo "estilo".
Estes caracteres impressos na cera através do estilo estão extremamente ligados à condição artística dos usuários do recurso pois há de se perceber a carga de serenidade poética e técnica que o sucesso de uma comunicação dessa espécie carrega e o transporte de idéias eficaz é aquele não obstruído pelas ceras de ouvidos.
- Tenho orgulho de compartilhar meu capuccino de 2 reais com uma poeta tão elegante e eproliferetiririri como tu.
- Hi, hi, hi. Eproliferetiririri é minha palavra favorita; é meu destino criativo.
- Ai, que bonito isso, Lelé... Mas me conta, como foi o lançamento? Sabe como é, não compareço aos eventos culturais, sou muito individualista.
- Hi, hi, hi. Tava legal, guria.
- Como tá bonito o teu cabelo.
+++++ e + o sinal de somar parece como cruzes. As abelhas utilizam a cera (antigamente superfícies dedicadas à comunicação) para construir favos; a cera é uma substância amarela nojenta também presente nos ouvidos humanos.
Comunicar é somar, construir favos também; a semelhança entre as duas situações está justamente no estilo. Durabilidade ou número de acessos?
Portas são sempre interessantes; o porteiro pode ser um ser humano ou uma aparelho eletrônico, ambos situam-se na entrada dos prédios. As poetisas do diálogo logo ali em cima escrevem Eproliferetiriririrri no muro do prédio. Um porteiro humano viria correndo, mas há apenas o digital. A menina de número 1 escreveu sua palavra preferida com uma caneta Pilot, e logo embaixo desenhou um gatinho.
- Eu acho a zona norte muito inspiradora.
O porteiro digital não corre.

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