Dienstag, Juni 30, 2009
a garota com a cortina vermelha nos olhos.
eu tenho certeza que essa garota aqui tem medo e não sabe. o primeiro sintoma do medo incompreendido é a paralisia. minha colega de trabalho já teve vários problemas com nossos superiores, não por incapacidade, mas por paralisia; ela paralisa afu quando está prestes a fazer alguma coisa que ela sabe que é útil e importante para a coorporação. essa garota fica tentando achar sempre uma uitlidade mais pessoal para o que está prestes a fazer. eu percebo isso, porque ela deixa de fazer as coisas úteis para a coorporação de modo que possa navegar na orkut, por exemplo. e ela fica ali, a coisa por fazer, pairando numa onda de esperança, tédio e paralisia. ela simplesmente clica 40 vezes por minuto no link do seu perfil; é uma reafirmação da sua existência pessoal que não se curva aos interesses da nossa coorporação. um vídeo do youtube travando na tela do seu computador ilustra muito bem a situação: a garota não se mexe para baixar um soulseek, a garota não se esforça a baixar umas músicas num blog qualquer. ela fica ali simplesmente usando o youtube quando quer ouvir uma música, e a música nunca flui sem interrupções, assim como a vida: enquanto a imagem carrega o som falha. veja bem: enquanto as aparências tomam forma, os sentidos se perdem. nada é muito pelo prazer em si. se ela deixasse de fazer os serviços que lhe cabem para comer um sorvete, eu entenderia, quem sabe. mas os doces também tem um caráter meio compulsivo. oh, céus. essa garota deixa muito claro pra quem não quer ver que a gente vive numa era dominada pelo transtorno obssessivo compulsivo.
-
a garota não faz muito sentido e sabe disso. a garota quer falar com o coração e não consegue; ela vive em 2009, mas ainda segue o conselho da banda hippie de décadas atrás: "eu não sei dizer nada por dizer, então eu escuto."
-
"esse é o nosso som favorito, mas não foi a gente que escreveu"; assim diz o radiohead tocando smiths. assim eu acho que a garota se sente: as coisas favoritas dela não foram feitas por ela. as coisas favoritas dela nunca serão feitas por ela; ela tem medo de fazer coisas que não possa chamar de favoritas. a garota youtubal está perdida em algo que chama de coração, mas na verdade se chama substância química.
eu sei que ela se droga no recreio; eu já a surpreendi no banheiro com folhas de durex adaptadas para enrolar baseados.
a garota não percebe que seu corpo/máquina é uma máquina tanto quanto a engrenagem youtubal.
pra sempre assistindo o amor crescer; inebriada pelas imagens/sons alheios/construídos/para ela.
totalmente químico e irreal.
e o que é real hoje em dia?
frank zappa disse que não se faz mais rock como nos 60 porque os indies tomaram conta; antes as gravadoras pegavam qualquer coisa que tivesse guitarra e uma batidinha e era isso, depois chegaram os caras que "entendem", começaram a "escolher" e cagaram tudo.
é isso. antes as pessoas simplesmente faziam seu trabalho sem se questionar, o que realmente importava era o funcionamento e a eficácia e o lucro - me refiro a todo e qualquer tipo de lucro. - hoje as pessoas se consideram muito espertas para se curvarem a esse simplismo; tudo precisa de um significado mais pessoal, único, cósmico, intuitivo, sensível e ilusoriamente grandioso, mas, na verdade, não passamos de egocêntricos pré-fabricados nos anos 70; somos todos como garotas silenciosas que inevitavelmente se tornam mulheres neuróticas.
a garota do meu trabalho quer um mundo para ela. a garota já sabe que não existe esse mundo só para ela, mas ela não quer outro. ela prefere ficar então com o seu youtube travado. ela espera que algo aconteça sem um esforço vão. nunca mais tivemos músicos como beethoven ou pensadores como freud, por exemplo. a pergunta da garota é: pra que tudo isso?
o passarinho respondeu: au-au.
Sonntag, Juni 28, 2009
Severo é o nome
quantas surpresas por trás
da máscara de gás.
repito:
em caso de EMERGÊNCIA
as máscaras cairão
AUTOMATICAMENTE.
auto-motivo de escrever pra tentar não digerir com sede as vontades mal resolvidas da alma nômade. viaja, alminha, pra onde tem terra na volta e água na saída; voa entre o fogo dos desertos proibidos de um saturno bêbado de licor marrom. a cor do fogo é festa; a festa do ovo é gemada. ha-ha. auto-motivo pra te ver na rua. eu te alcançaria nem que fosse correndo pela montanha de geléia; eu te envolveria, verás, serás o único e o singelo; chegarás na noite mágica de uma caverna dourada. brilharás o verde musgo de um tecido veludo. velarás violência e pazes. veredas ou vielas ou marmanjos em calças de dormir. modelos ou tortas ou relógios animados passeando seus rostos faceiros em um dia de dezembro. eu gosto de dezembro. eu quero abraçar dezembro mas ainda é junho; eu jogo com esses dias sem mágoas nem apreços nem sabonetes coloridos feitos pela aurora. no edifício cosmos. eu não costumo costurar ameixas mas agora eu gostaria de tecer uma laranjada das minha emoções. eu me deixo levar por uma onda meio mamão-memória. o mamão é cor-de-laranja mas a rosa vermelha não é cor-de-rosa. os velcros não são rosas nem rosários ou travesseiros para que se possa dormir sem asas. não sei o que acontece. por favor, me digam.
Samstag, Juni 27, 2009
5 goles de conhaque na garoa
inteligência
prática
empírica
refletida
nas palavras
firmes
como árvores
simples e belas
como flores
é natural
e eu poderia
dormir
pra sempre
no colo
da noite
a
manhã
viria depois
me salvar
como uma heroína
feminista
e me colocar de volta
no berço
do trabalho
again
então não seria
dormir pra sempre
nada seria ora sempre
a bateria do notebook
vai acabar
nada é pra sempre
mas nos teus braços
a minha alegria é
e eu sempre soube
a gente sempre sabe
quando a noite
vai clarear.
G.**
Freitag, Juni 26, 2009
fotografias escaneadas de lili
eu acho que as pessoas deveriam aprender a rir mais de si mesmas. eu acho que grande coisa eu ter te chamado de fedida! eu entendo que você tava menstruada. se você me encher de palavras duras e eu te devolver com um chilique e depois a gente continuar amigas vai ser legal. eu acho que a vida é isso aí. acho que liberdade de expressão é isso aí. acho que todo mundo tem uma porrada de defeitos e todo mundo acha uma porrada de defeitos em todo mundo mas não fala nada. você cairia dura se soubesse que as coisas duras que eu te disse muita gente também acha? oh, não se preocupe, lili, eu não contei pra ninguém que você tem cheiro de ferro. eu só queria dizer que eu não cairia dura se você me dissesse que dizem por aí que eu sou leprosa. eu acharia engraçado. eu teria outro chilique e depois riria muito feito uma louca. tem muita coisa séria na vida pra se preocupar com isso. tem muita mágoa grande que quando a gente sente meio que se dá ao direito de magoar pequenininho e achar que não tá magoando ninguém. pô, grande coisa ser fedida! é só você tomar mais banho, lili. era pro teu bem, lili.
mas eu não quero escrever pra me defender. eu quero escrever pra abrir mentes e caminhos. eu quero te ajudar, lili.
vem aqui em casa, hoje? vamos jogar canastra e tomar um porre e fumar cigarros coloridos? vamos rir do teu fedor e da minha lepra? vamos fazer um ritual pra celebrar os nossos defeitos?
eu acho que o tempo não cura, só refina as mágoas. torna as coisas duras mais macias. grande coisa resolver quando ainda são duras. isso é frieza?
eu acho que rancor
é falta de
senso
de
humor
eu acho que eu deveria aprender a amar as pessoas sem esperar amor de volta, e deveria aprender a amar aqueles que me dão amor. eu acho que amar as pessoas que não me amam é um reflexo do amor que eu não consigo exteriorizar com aquelas que eu realmente amo e que,
EU
R
EKA,
são também aquelas que realmente me amam. sabe, lili, ESCUTE UMA COISA: você ama as pessoas que te amam. se você ama alguém que não te ama, isso não é amor. você já ouviu aquela frase do cinema: "você é aquilo que gosta e não aquilo que gosta de você?", pois as duas coisas são uma só. e vou parar de falar em amor. isso não tem nada a ver com amor. tem a ver com sanidade mental. fucking crazy Era essa nossa, lili. se tem uma coisa que eu não suporto é que a gente vive num mundo muito descartável. e eu amo a realidade, eu não descarto o papel da minha bala só porque ele não é tão bonito. eu uso ele pra guardar outras coisas, quem sabe. azar que ficou melado. lavou, tá novo.
não que eu também não aja de maneira meio descartável; às vezes, com os seres humanos, eu me sinto como uma criança mimada que não aceita que quebrou o brinquedo e quer que ele volte a funcionar de qualquer jeito. aí fico chorando, esperneando, insistindo... até ganhar um brinquedo novo. aí, quando ganho um brinquedo novo, esqueço completamente o velho; mal acredito que sofri tanto por um brinquedo tão tão idiota.
pra onde foi a durabilidade?
pra onde foi a compaixão?
mas eu não posso construir o amor com um martelo, lili, eu sei. eu não sou uma consertadora de brinquedos. eu sou só uma eterna criança mimada!
eu não tô dizendo que você é um brinquedo idiota, lili. pô, lili. eu te amo, amiga. eu queria que você entendesse que eu tô triste; eu tõ decepcionada afu e não quero me sentir assim em relação a você porque eu te amo. você já sabia de todas aquelas coisas e a gente ia continuar pulando a amarelinha, lili! pô, lili! se eu não tivesse tido o primeiro chilique a gente ia estar pulando elástico até agora, com você pensando todas aquelas coisas de mim? eu não entendo isso, sabe, lili. não entendo poque você me enrolou tanto. eu só te chamei de fedida porque você me chamou de leprosa. eu não acho você uma fedida, tá? só não entendo porque você não vai atrás do que realmente quer ao invés de ficar se enredando nesses jogos que não te divertem. ah, lili. você é tão meiga e fofa e eu te queria tanto perto e o teu abraço e eu não acharia que é fake, eu acharia que é compaixão.
o amor não é
a amizade não é
tão linda e pura e
evidente
cuidado com aqueles
que afirmam
já dizia o velho Buk
me dá uma ceva
um crivo
qualquer coisa
TOC
que leve pra longe
de mim
que pesadelo
meu senhor
que pesadelo
é amor ou
amizade ou
pesadelo
aqui dentro
de mim
tão forte
virado
como um suco
de uva
que parece vinho
mas não é
eu não sou deus
eu não transformo
água em vinho
eu vou me resignar
somos todos
uns filhos da puta
essa é a real
um dia alguém vai me entender
um dia vai
quando eu era criança
eu achava que entendia
o michael jackson
eu tinha um cartaz
do michael jackson
eu não acreditava que
ele era do mal
como a tv dizia
já dizia holden caufield
sempre quando um cara é imbecil
as mulheres dizem que ele tem um
complexo de inferioridade
holden sabia
que complexos de inferioridade
não deixam as pessoas menos imbecis
e nem palavras doces
e nem músicas do bob dylan
eu sei que não há sucesso maior
que o fracasso
e que o fracasso não é um sucesso
o amor,
ele fala como o silêncio
sem violência
ele não atrapalha
ele sabe demais para argumentar
ou julgar
he knows
we can't
build LUV
with a hammer!
amor menos zero
não tem limite.
Mittwoch, Juni 24, 2009
tu tá cheia de vícios, gabriela.
Cala a boca e dança.
Louvo-te humildemente, OH CARNE cheia de imperfeições e emoção!
CALAREI forever. Só danço agora.
oi, são 8h40.
o sol está brilhando
jogando farpas de amarelo
ovo
nas folhas do jardim.
dá muito trabalho
cuidar do jardim
o mato cresce sem limite
o homem corta
e faz o seu jardim
eu tinha um vizinho que deixava o mato crescer livremente
ele vivia isolado planejando instrumentos
para medir a rugosidade do esmalte
dos dentes
ele tinha uma ferradura pendurada
numa árvore
que crescia livremente.
eu acho que ele tinha medo
todo muito tem medo
mas eu acho que ele não tinha amor
o sobrinho o matou
com uma sacola plástica
de super
ele sufocou.
o sobrinho o enterrou
no mato
traseiro da casa.
usou as folhas livres
que voavam pelo mato
selvagem
para cobrir seu corpo.
meu vizinho usava tocas cirúrgicas na cabeça
quando chovia
ele tinha um cabelo tipo Einstein
e lia livros proibidos
ele encapava os livros com
folhetos
de super
e lia no ônibus
eu nunca sentei perto dele no ônibus.
eu queria ter dado amor a ele
céus, o homem é tão limitado
porque eu não dei amor a ele?
eu podia ter batido na porta
com uma enchada na mão
e ter o convidado
pra fazer um jardim.
ele provavelmente não ia querer;
dá muito trbalho fazer um jardim.
precisa de muito amor
pra tocar na natureza
darwin, darwin,
você tinha razão.
tudo muda
tudo se transforma
e eu não tenho verdade nenhuma
comigo
ninguém tem.
você só se engana
quando acha que está sendo
TRUE
ser true não é se expressar
livremente
ser true é cuidar
o amor é uma plantinha.
eu não sei.
eu não tenho a verdade.
mas eu tenho amor.
amor é a mão do vô
cheia de pitanga que colheu no pátio
se inclinando
pra mim.
Dienstag, Juni 23, 2009
teto azul marinho
medo
para: gabrielalinck@ig.com.br
data: 23 de junho de 2009 13:49
assunto: Coincidência...?
ocultar detalhes 13:49 (7 horas atrás) Responder
Coincidencia ..? Abra teus olhos querido(a) Mateus 10:21E o irmao entregara a morte o irmao, e o pai o filho; e os filhos se levantarao contra os pais, e os matarao... Querido(a) Deus tem avisado desde a criacao...Renuncie ao mundo vem pra Jesus .Leia a biblia todos os dias.
Freitag, Juni 12, 2009
então tá, então!
falar em conectividade, tô meio wireless, perdi o FIO.
Donnerstag, Juni 11, 2009
aos leitores preocupados na minha caixa de e-mails:
não tem nada a ver com morte, tem a ver com renascimento e preguiça. tem a ver com esperança e força de vontade. tem a ver com trabalho e realização. tem a ver com dinheiro e com amor. tem a ver até com maquiagem mas, com morte, não, não tem a ver com morte.
calma.
nada como mogwai para acalmar a alma.
eu amo todos os poros de vida ever.
eu me sinto leve como um mistério
que paira
sem vontade de resposta
pra que desvendar
pra que saber
?
e eu me pergunto
com o que você
se importa
meu amor?
cadê a sua alma,
meu amor?
o que você BUSCA?
eu busco uma rotina que vá acabar sempre nessa hora misteriosa e linda, uma rotina com a qual eu possa acabar todo dia sentada no jardim olhando o céu e as estrelas com minha xícara de café e meu cigarro e meu notebook. eu busco, quem sabe, um dia dispensar esse cigarro. eu busco me livrar de todos os vícios para poder sentir melhor a energia REAL que pulsa na superfície da vida. eu busco o fundo escondido na planície supérfula das impressões primárias e genuinas. eu busco uma canção do mogwai dentro de mim, pra depois poder dançar um sonics, entende? eu busco meu bloodflowers interior, só que sem sangue,
eu busco essa paz de céu azul marinho que não ofusca com o brilho nem amedontra com o pretume completo.
eu busco, não sei. eu busco meus livros pra esvaziar a cabeça e minhas músicas para processar o vazio. ah, eu não sei,
eu estou tão cansada,
boa noite.
glad to be unhappy (ahan)
eu queria de fato que hoje o mundo explodisse numa bolha cósmica.
amor amor amor
o caraleo
com o amor.
no fim a gente sempre se fode, de qualquer forma. como disse um amigo, se você ainda não acha o amor uma grande besteira, é porque ainda não se fodeu o bastante com ele; o bastante pra aprender que todas as coisas que acabam te fodendo são uma grande e fedida merda que você deveria simplesmente levar pessoalmente ao esgoto, como uma espécie de oração.
GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
O QUEEEEE????
nADA.
é pra ser demente mesmo
é pra ser DOR DE DENTE mesmo
será que vocês
CONSEGUEM
sentir algUMA
DOR?
será que vocês
CONSEGUEM
lavar o caBELO
SEM
condicionaDOR?
fica a reflexão.
ou o asco,
ou o adeus.
ou tudo junto
numa bola de neve
bem gelada
pra presente
é
pra
presente?
não!
é pra passado
mal-passado
que fique cru
que apodreça cru.
NÃO
não quero conversar.
não quero TOMAR UMA CEVA,
AFFE.
quanta normalidade nessa vida!
quanta mesmisse!
quanto tédio motivacional!
quanta atividade babaca
para recreação!
odeio todas.
nem tentem me divertir.
nem tentem me fazer rir.
eu odeio comédias.
.
.
,
.
.
(MENTIRA. EU SOU INCAPAZ DE TER ÓDIO NO CORAÇÃO.)
.
.
,
.
eu acho o bressane engraçado.
mas não de rir.
só
talvez
com o
canto
da boca
boca
suja
boca
suja
que vergonha, gabriela. um dia; vai que um dia todo mundo acredita.
POOFFF
(fim do post-soquinho-estomacal)
crime e preguiça
RUN RUN RUN
Mittwoch, Juni 10, 2009
não tenha medo.
ai ai uai wild honey
sweet sweet honey bee
nem tudo é mel na vida abelha, nem tudo é whisky no copo da gabi. tem um gosto de wildhoney que às vezes não é bom, só é sweet sweet mas açucar também pesa;
GOD
she's so sweeeeeeeeeetie
wild honey
tão alva jovem bela inocente i i i i
maculada
PQ PQ PQ
PQ PQ PQ
tudo é um eterno
PQ abreviado
00
minhas amigas são as pessoas mais afudês do mundo.
00
e eu estou feliz; com a minha contradição, com a minha miséria intelectual, com meu humor cambaleante de mulher cansada e persistente, persistente enquanto toma chá de morango e cansada quando toma suco de maracuJááá;
EEH. Ok, amigo
se você veio atrás de sentido
aqui não é o lugar certo
se você veio atrás de literatura
séria e engajada
aqui não é o seu lugar
se você veio atrás de poesia
aqui também não é o indicado
se você veio atrás de mim
bem
você vai me encontrar
se você veio atrás de mim
só olhe pra frente
pois é lá que eu vou estar
lá
atrás
das palavras
ou não.
quando eu era uma garota
eu era confundida por você
todas as músicas que escrevi
foram pra você
agora estou feliz
que você está tão longe
tão longe no tempo
no tempo que
eu via a montanha
dentro de uma concha
de plástico
furada
com caneta bic.
você que é do tempo da tv de tubo
você que é minha mulher de peles
em uma moldura
num livro do kafka
você que hoje me inspira citações
e não mais cartas de amor
você
todos são
você
o inimigo não é o verbo
e sim o pronome.
Mittwoch, Juni 03, 2009
stop crying your heart out
i'm scared i'm scared
pois tudo que eu tenho
é
não
try not to worry
oooooh
stop
stop
eu acho o mundo tão triste
quando vejo coisas monstras
que quando quero dizer
contar como é monstra
não consigo não consigo
pq no fim
sei lá
eu devo ser do bem
ah eu sou
simples
bem bem bem
simples
seja qual for
a acepção
pra bem
stop crying your heart out
tá tudo bem
tudo vai ficar bem
ah eu queria tanto ter 13 anos e comprar um saquinho de ovos de chocolate, sentar ao lado da caixa de som com meu disco do the cure; boys dont cry e tal, e tudo estaria calmo, resolvido. resolvido não, resolvido nunca, resolvido nem quero. será? pare de pensar? você aqui do meu lado, será? não
ninguém
não
nunca
não precisa não precisa não precisa
precisa de carinho amigo na sala de aula ensinando os pronomes, precisa de palavra amor amor lealdade saltando no coração do texto
precisa de amor amor pelo mundo, estrela cosmos, pressa não
pressão não
bolha de submarino
lenta
voa na água morna
quente
morna
fria
dança
dança
que eu quero
cair
não rodar
cair
em prantos
fantas
jantas de mármore
papéis de pérolas
falsas
descascadas
no colar da madame velha
não quero
não quero ser velho
mas pensando agora, essa coisa da idade, é tudo tão pouco, tão fraco perto do que realmente dói. e tudo mais; também tudo tão pouco. tudo que nem anima nem desanima, como um dia frio e agradável, como adjetivos que não dizem nada e verbos que flutuam amigos pelo meu oceano semântico psicótico. se eu não vejo razão? é claro que eu vejo é tudo tão escuro! e é claro que eu escureço pq não é tão fácil brilhar e a gente fica escrevendo qualquer coisa pq não adiantaria mesmo o esforço. o esforço dói na cabeça, no estômago, no pé e na pálpebra. o cansaço me pega pelos tornozelos, me arrasta pra varanda e me manda trocar de música;
dois minutos para trocar de música. oasis. algo brega, por favor; garçom, quero chorar.
PAUSEN
voltei. vou chorar vou choraaaar, baldinho. obrigada baldinho, obrigada colega, obrigada mundo por me obrigar a ouvir músicas tristes e bobas. somos todos tão bobos, no final. onde queremos chegar? um dia você vai me achar numa garrafa de champanhe in the sky, isso sim. atirada assim, por alguém que não me quer mesmo, e com razão. sonhando um sonho que eu nunca sonhei eu queria depois, depois dos biscoitos, me responde, bem rápido, pq tudo isso?
CAUSE PEOPLE BELIEVE THAT THEY'RE GONNA GET AWAY FOR THE SUMMER.
tudo mentira. a gente sabe, baldinho. a gente sabe.
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